Título da Tatuapé foi a conquista do ano para o Carnaval de SP

O carnavalesco Marco Aurélio Ruffinn traz mais um texto para os leitores do SRzd.

A coluna é publicada semanalmente, às quintas-feiras, na página principal da editoria do Carnaval de São Paulo. Leia, comente e compartilhe!

Título da Tatuapé foi a conquista do ano para o Carnaval de SP

2017 foi um ano de tormentas. Muitas.

Na economia e na política brasileira, principalmente.

Mas também foi um tempo difícil nas relações humanas, cada vez mais desgatadas. A intolerância prevaleceu.

Para o Carnaval de São Paulo, foi um ano revolucionário.

E não estou falando do aspecto estrutural, nem financeiro.

Falo da alma dos desfiles das nossas escolas de samba.

A vitória da Acadêmicos do Tatuapé quebrou a hegemonia dos últimos treze anos, onde apenas quatro agremiações faturaram títulos na elite.

Isso foi importantíssimo para reafirmar a credibilidade do concurso.

Você parou para pensar nisso?

O salto foi grande, não houve retrocesso, nesse aspecto.

Enquanto o Rio de Janeiro viveu um Carnaval cheio de manchas, inclusive alterando o resultado final da competição, São Paulo caminhou numa outra direção.

Aqui em Sampa nós voltamos a respirar.

Quando uma escola que nunca ganhou, vence, fica evidente o vigor da disputa, a pulverização das forças e a importância cultural das comunidades espalhadas pela cidade.

A conquista da Tatuapé fortificou a instituição escola de samba.

E para 2018, que está batendo em nossa porta, qual a expectativa?

A única certeza que tenho, é que estamos passando por uma revolução interior.

Nem todos percebem, é tudo muito sutil, mas a configuração do nosso Carnaval já é outra.

Essa temporada vai deixar isso claro. Percebo as transformações nas entrelinhas.

Qual será a sequência desta revolução?

Só descobriremos os desdobramentos no momento do desfile e no pós-Carnaval.

Que venha 2018!

Mais justo, próspero, sem fronteiras.

Com tolerância e clima mais ameno.

Axé!