Identidade e ousadia da bateria, aliadas a leveza do samba, marcam desfile da Rosas de Ouro

Desfile 2018 da Sociedade Rosas de Ouro. Foto: SRzd – Wadson Ferreira

Pisando fundo, e forte.

Assim a Sociedade Rosas de Ouro, inspirada num trecho de seu samba, foi a sexta escola a desfilar na madrugada deste sábado (10) no sambódromo do Anhembi, em São Paulo.

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“Quem tem parceiro não fica na estrada”.

A frase acima é de autoria da presidente Angelina Basílio.

Frase que se tornou uma espécie de slogan da sua gestão, fazendo referência aos parceiros comerciais da escola ao longo dos anos, parte de um modelo de administração profissional implementado por seu pai, um dos fundadores e baluarte maior da agremiação, Eduardo Basílio.

Mesmo espiritualista, talvez Angelina não intuísse que seu mantra cairia como uma luva para definir um enredo da roseira. Em 2018, a Rosas contou na Avenida a vida dos caminhoneiros do Brasil. Antenada, Angelina atualizou o bordão. Agora, segunda ela, o slogan tem nova versão: “Quem tem parceiro não fica na estrada, nem no acostamento”.

O renomado coreógrafo Oyama Queiroz, bem avaliado pelos jurados em sua estreia, abriu a apresentação junto de sua trupe na comissão de frente.

O bem, o mau, Nossa Senhora Aparecida e o personagem central do enredo, o caminhoneiro, formaram a encenação que contou com o apoio de um original tripe alegórico.

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Isabel e Marquinhos, foi outro quesito da escola que colheu resultado positivo em 2017.

Isabel, a “rosa menina”, fez seu terceiro ano de defesa do pavilhão oficial. Mas seu amor pela Rosas de Ouro tem mais de 20 anos. Marcos Eduardo da Costa, um garoto focado e apaixonado por dança, foi iniciado aos 8 anos de idade na arte. A dupla paralisou o olhar de quem conhece do riscado. Tranquilidade, humildade e respeito, suas marcas registradas, foram vistas e admiradas pelo público, num belo figurino, nas cores da escola; o azul e o rosa.

André Machado, um dos principais carnavalescos do país, vive seu maior desafio.

Está numa das mais tradicionais e respeitadas escolas de samba de São Paulo, se sente em casa. Aos que não sabem, fez apenas para o seu segundo trabalho assinando um Carnaval na roseira. Mas parece que Machado por lá está há muitos e muitos anos, tamanha a identificação que transparece com este pavilhão.

Na estreia, não escondeu as dificuldades enfrentadas. Foram justamente os quesitos plásticos; alegoria e fantasia, os mais penalizados pelos jurados. Se consideramos também o item enredo, foram incríveis 1,3 pontos descontados pelos jurados em 2017. Veio para o tira-teima em 2018.

No desenvolvimento da história desta noite, cheia de apelos emotivos, lançou mão da originalidade. Foi bem na distribuição das cores dos figurinos, formando um bom leque de cores na composição do conjunto. Nas alegorias, mais simples que a maioria das coirmãs da noite, originalidade também foi a tônica. Pequenos problemas foram observados; como a falta de uma composição na lateral direita do abre-alas e notáveis falhas de acabamento no carro de número 4.

Nota 40. Uma expressão que no mundo dos concursos carnavalescos é sinônimo de sucesso. Ela mostra a perfeição da escola num determinado quesito. Foi essa a avaliação dos julgadores sobre a performance da bateria da Rosas de Ouro em 2017, sob o comando de mestre Rafa.

Além da nota máxima possível, o comparativo com as demais coirmãs engrandece o feito. Das quatorze concorrentes, só a Império de Casa Verde, de mestre Zoinho, vencedora do Prêmio SRzd na categoria, atingiu a mesma pontuação.

Assim, cheia de confiança, a “Bateria com Identidade”, foi ponto alto da apresentação. A ousadia e afinação que se via e ouvia nos ensaios técnicos, foi reproduzida outra vez. A identidade do ritmo, também está na relação da rainha Ellen Rocche com o azul e o rosa.

O samba de autoria de Aquiles da Vila, Guiga Oliveira, Fabiano Sorriso, JC Castilho, Marcus Boldrini, Rafa Crepaldi, Rapha SP, Salgado Luz e Vaguinho, é talvez, o mais preciso desta safra no que se refere a narrativa do enredo.

Além de ter boa aceitação popular e de grande parte da comunidade, conseguiu retratar a rotina dos caminhoneiros em versos. E aí, veio Royce do Cavaco, um dos mestre nessa arte, para puxar a a obra. O resultado, foi positivo.

O bom desempenho do samba, da bateria e da ala musical, contribuiu decisivamente para uma harmonia de respeito, aliada a evolução tecnicamente perfeita, até os 53 minutos, quando houve uma pequena aceleração no andamento das alas, fechando a exibição no limite do tempo permitido pelo regulamento.

De olho no relógio!

A Sociedade Rosas de Ouro encerrou seu desfile com 1h05

A apuração das notas atribuídas pelos jurados para os nove quesitos avaliados nos desfiles de 2018 serão conhecidas na tarde da próxima terça-feira, dia 13 de fevereiro, com cobertura do portal SRzd.

Foi assim no último concurso

(décimos perdidos pela Rosas de Ouro, por quesito, em 2017 – considerando os descartes)

A performance da escola nos últimos cinco Carnavais

Curiosidade

Prêmio SRzd Carnaval SP 2018

Na manhã da próxima terça-feira (13), na página principal da editoria de Carnaval do SRzd em São Paulo, será divulgado o resultado da sétima edição do prêmio. A votação para os internautas estará disponível após o encerramento da apresentação da última escola do Grupo Especial.

Agora é com você leitor! O SRzd quer saber a sua opinião. Vote e participe!

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