Regulamento embaixo do braço; Camisa muda e aposta em seu DNA para voltar ao Especial

Raio X SRzd. Arte: Fausto Bueno

Nesta quinta-feira (4) mais uma edição da série especial do SRzd Carnaval SP

‘Raio X SRzd’

Uma sequência de vinte e duas reportagens sobre as escolas de samba dos Grupos Especial e de Acesso 1; com estatísticas, análise, depoimentos e informações, projetando os desfiles de 2018

Neste episódio, a quinta escola a desfilar no domingo de Carnaval; a Camisa Verde e Branco

(relembre as reportagens anteriores)

Grupo Especial

+ Raio X SRzd – Independente Tricolor

+ Raio X SRzd – Unidos do Peruche

+ Raio X SRzd – Acadêmicos do Tucuruvi

+ Raio X SRzd – Mancha Verde

+ Raio X SRzd – Acadêmicos do Tatuapé

+ Raio X SRzd – Sociedade Rosas de Ouro

+ Raio X SRzd – Tom Maior

Grupo de Acesso 1

+ Raio X SRzd – Barroca Zona Sul

+ Raio X SRzd – Leandro de Itaquera

+ Raio X SRzd – Nenê de Vila Matilde

+ Raio X SRzd – Colorado do Brás

Esta ‘velha’ senhora de 64 anos é uma das mais tradicionais escolas de samba do país

Desde os tempos de Cordão, núcleo de resistência e referência para a cultura negra na cidade de São Paulo, a Mocidade Camisa Verde e Branco tornou-se um dos símbolos da maior festa popular brasileira


O ‘Trevo’ da Barra Funda quer voltar a ser uma escola ‘temida’

Este adjetivo foi empregado pela nova diretora de Carnaval da agremiação, Magali dos Santos, ex-presidente da Camisa Verde, inclusive, quando do último título conquistado no Especial, em 1993

Viúva do lendário Carlos Alberto Tobias, o Tuba, assumiu o cargo atendendo ao convite do atual presidente Hervando Luiz Velozo

Ao longo de quase vinte anos na presidência, exercida logo após a morte de Tobias, no início da década de noventa, Magali liderou os últimos momentos de glória da entidade

Neste retorno, após mais de uma década afastada das atividades da agremiação, Magali foi, entre outras funções, incumbida de montar o time para a disputa em 2018, e radicalizou

Trocou a totalidade dos profissionais dos mais importantes segmentos

 Medida dura e necessária diante do cenário que encontrou, assim definido por ela; ‘Tava tudo errado’

Franca e com a autoridade de mais de cinquenta anos pisando no lendário terreiro do samba de São Paulo, Magali contou as circunstâncias de sua volta, dos dilemas do presidente Velozo, da linhagem de Dona Sinhá e Inocêncio Tobias, de comprometimento e vaidade

Os motivos da mudança

No Carnaval de 2017, a verde e branca foi penalizada por pelo menos um, dos quatro jurados de cada quesito

A reedição do enredo originalmente apresentado em 2003; ‘A revolta da chibata. Sonho, coragem e bravura. Minha história: João Cândido, um sonho de liberdade’, lhe deixou, por mais um ano, longe do sonho de voltar para a divisão de elite

(décimos perdidos por quesito em 2017 – considerando os descartes)

+ Veja todas as justificativas dos jurados da Liga Independente das Escolas de Samba para as notas atribuídas ao Camisa Verde


Diante desse cenário, a verde e branca mudou

E as intervenções aconteceram em praticamente todos os segmentos

Para o lugar de Marco Aurélio Ruffin, uma comissão de Carnaval, responsável por desenvolver o enredo 2018: ‘100% Camisa Verde e Branco. Carnavalizando Mário de Andrade. O berço do samba, o poeta e o herói da pauliceia desvairada’

Veja a logomarca do enredo 

O projeto é assinado por um time assim distribuído: criação do enredo e direção artística; Janssen Balgobin, pesquisa histórica; Marcelo Tupinambá, e na coordenação de criação artística e técnica; Renato Stinn

Os desenhos de alegorias e fantasias, e a concepção visual, trazem de volta ao Carnaval paulistano Vaníria Nejelschi, que assinou os desfiles de 1998 e 1999 da Nenê de Vila Matilde, conquistando o vice-campeonato e o terceiro lugar, respectivamente, do Grupo Especial

Na bateria, com a saída de Fernando Neninho, Jeyson Ferro assumiu o ritmo da ‘Furiosa’. Frequentador da agremiação desde os anos 90, Jeyson já havia exercido a função no período de 2009 à 2013

Vinicius e Joice, ambos vindos da Nenê de Vila Matilde, substituem o primeiro casal Paulinho e Sandra

Finalmente, o experiente Nêgo chega para comandar o carro de som, após a saída de Thiago Brito

Novas pessoas, esperança de novos tempos

Presidente Velozo: ‘Regulamento embaixo do braço’

‘O resgate do orgulho’, pede carnavalesca Vaníria Nejelschi

 O tempo passou

E assim como outras coirmãs tradicionais de São Paulo, a Camisa Verde viu um território que era seu, ocupado

Novas agremiações tomaram um protagonismo que era seu também

Tradição e modernidade, quase sempre se conflitam, talvez, seja esse o maior desafio da escola

Reagrupar-se para poder entender o novo contexto, tem sido um processo longo e árduo pelos lados da Barra Funda

No próximo Carnaval, um suspiro de esperança por um outro momento em sua história. A verde e branca, apostando numa mudança radical, resgatando as tradições de comando e mudando seu elenco, vai arriscar-se. Receita cujo resultado só poderá ser avaliado após a apresentação do produto final

A performance da escola nos últimos cinco Carnavais

Você sabia?

Prêmio SRzd Carnaval SP

(troféus conquistados pela Camisa Verde e Branco)

Carnaval 2017 

Melhor Bateria – Grupo de Acesso
Melhor Samba-Enredo – Grupo de Acesso

Carnaval 2016

Melhor Bateria – Grupo de Acesso
Melhor Samba-Enredo – Grupo de Acesso 
Melhor Escola – Grupo de Acesso


Em 2018 a Camisa Verde e Branco será a quinta escola a desfilar no domingo, 11 de fevereiro, pelo Grupo de Acesso paulistano

+ Ouça o samba-enredo 2018 da Camisa Verde e Branco


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