Parceria de ex-presidente vence concurso de samba na Pérola Negra

Final de samba-enredo. Foto: SRzd – Fábio Capeleti e Alexandre Pinotti

O sétimo, dos oito sambas de enredo do Grupo de Acesso do Carnaval paulistano 2018, foi conhecido na noite deste sábado (16).

Foi a vez da Pérola Negra definir a música de seu desfile para o próximo ano, quando canta na Avenida o tema: “Numa viagem arretada por terras nordestinas, a “Joia Rara” do Samba embarca no trem do forró rumo ao maior São João do Mundo: Campina Grande”.

+ Leia a sinopse do enredo 2018 da Pérola Negra

Quatro parcerias disputaram a preferência da comissão julgadora. Disputa vencida pelo time de compositores formado por Minuetto, Victor Sampaio, Felipe Dingo, Portuga, Gui Cruz, Luciano Rosa, Vitor Gabriel e Edilson Casal, este último, presidente da escola, entre os anos de 2005 e 2014.

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Seguindo o roteiro de outras coirmãs; disputa fechada

A escolha de samba na Pérola Negra também foi, assim como em outras coirmãs da cidade, realizada de forma interna, até o momento da decisão.

A entidade aderiu ao processo de audições em CD, cada vez mais usual entre as agremiações paulistanas. Após essa triagem, quatro composições foram conduzidas para a grande final.

A comissão julgadora do concurso foi formada pela diretoria da escola em conjunto com a comissão de Carnaval e integrantes dos diferentes setores. O anúncio dos finalistas aconteceu em 5 de setembro.

Aos envolvidos na competição foi informado que as obras poderiam ser alteradas conforme a necessidade do projeto. Sobre o processo de criação, foram passadas algumas recomendações, bastante específicas, como por exemplo; “a letra do samba deve ser de fácil entendimento, palavras soltas e alegres, com frases melódicas, criativas e impactantes e refrões explosivos e populares”, dizia trecho do regulamento.

Ainda foram pedidas que as gravações tivessem andamento da bateria entre 142 a 144 bpm; sugerindo que o tom fosse entre as notas musicais e , e que as letras citassem a Vila Madalena, bairro de origem da escola, e o nome e pseudônimos da entidade, como Pérola Negra, Pérola e “Joia Rara”.

Sob a luz da lua, concorrentes subiram ao palco na Vila Madalena

A Pérola Negra voltou ao seu reduto, o bairro da Vila Madalena, para escolher um novo hino.

O espaço a céu aberto na Rua Girassol, recebeu comunidade e componentes para o embate final.

Calor e uma linda noite contribuíram para que tudo ocorresse dentro do previsto pelos organizadores. Após confraternização entre os sambistas, com roda de samba que se estendeu pela tarde deste sábado, foi por volta das 21h, depois do esquenta feito pela ala musical e bateria da agremiação, que a disputa teve início.

Final de samba-enredo. Foto: SRzd – Fábio Capeleti e Alexandre Pinotti

A primeira aspirante a subir no palco foi a parceria de número 10, formada pelos compositores Edilson Casal, Minuetto, Victor Sampaio, Felipe Dingo, Portuga, Gui Cruz, Luciano Rosa e Vitor Gabriel. Em seguida, os poetas Arturo Gringo, Rapha SP, Vaguinho, Salgado, Marcos Boldrini, Fabiano Sorriso, Araken, Luciano Costa, Fadico, Marcinho Contra Mão, Beba Pleynitudy, Augusto de Almeida, S.Batista, Paulo Senna , Felipe Paixão, Marcelinho Moreira e Carlinhos Funkeiro, defenderam o concorrente 3.

A terceira parceria da noite foi a de número 6, formada por ABC Martins, Gustavo Lezcano, Maradona, Magrinho, Rafa Malva e Turko. Encerrando as exibições, os autores da obra 2, assinada por Edinho França, Fernandinho SP, Marcelo Lepiane, Marquinho Jota, Chico Menino e Digão.

Samba 10. Foto: SRzd – Fábio Capeleti e Alexandre Pinotti
Samba 3. Foto: SRzd – Fábio Capeleti e Alexandre Pinotti
Samba 6. Foto: SRzd – Fábio Capeleti e Alexandre Pinotti
Samba 2. Foto: SRzd – Fábio Capeleti e Alexandre Pinotti

Empate: decisão dividiu a opinião dos leitores do SRzd

O SRzd Carnaval SP perguntou aos seus leitores sobre suas preferências nesta finalíssima.

Veja o resultado da enquete que esteve no ar entre os dias 6 e 15 de setembro:

Ouça as outras três parcerias finalistas

+ Samba 2 – Compositores: Edinho França, Fernandinho SP, Marcelo Lepiane, Marquinho Jota, Chico Menino e Digão

+ Samba 3 – Compositores: Arturo Gringo, Rapha SP, Vaguinho, Salgado, Marcos Boldrini, Fabiano Sorriso, Araken, Luciano Costa, Fadico, Marcinho Contra Mão, Beba Pleynitudy, Augusto de Almeida, S.Batista, Paulo Senna , Felipe Paixão , Marcelinho Moreira e Carlinhos Funkeiro

+ Samba 6 – Compositores: ABC Martins, Gustavo Lezcano, Maradona, Magrinho, Rafa Malva e Turko

Final de samba-enredo. Foto: SRzd – Fábio Capeleti e Alexandre Pinotti

Maravilha!!! Daniel Collete em estreia na ‘Joia Rara’

Após rápida passagem pela Leandro de Itaquera, em 2017, Daniel Collete assinou com a Pérola Negra, “trocando” de casa com o colega Juninho Branco, agora cantor oficial da escola da Zona Leste.

Daniel Collete. Foto: SRzd – Fábio Capeleti e Alexandre Pinotti

Carioca de Nilópolis, Almir Daniel Pimentel é considerado pelos sambistas como uma das principais vozes da folia.

Sua ligação com o mundo do samba começou na Beija-Flor de Nilópolis, em 1977. Lá, foi passista, mestre-sala e ritmista, chegando a fazer parte da direção de bateria. Paralelamente aos desfiles, sempre realizou shows e trabalhos musicais, inclusive com turnê internacional junto de sua banda, em Israel e na Turquia.

Seu primeiro contato com o Carnaval paulistano foi em 1996, quando recebeu o convite de mestre Odilon para participar da gravação do CD com os sambas de enredo de 1997. No final de 96, foi convidado por mestre Adamastor para integrar a bateria da X-9 Paulistana, permanecendo na agremiação da Parada Inglesa por três desfiles consecutivos.

Após o Carnaval de 99, Collete foi convidado pela Mocidade Alegre para ocupar o cargo de diretor de harmonia. A convite da ex-presidente Elaine Cristina Cruz Bichara, que morreu em 2002, integrou o carro de som da escola, iniciando uma trajetória de títulos, prêmios e momentos inesquecíveis, entre 2001 e 2007.

Em 2008, mudou-se para a X-9 Paulistana, onde ocupou o posto de intérprete oficial, por três temporadas. No ano seguinte, assumiu o microfone principal da Dragões da Real, escola onde permaneceu até 2016. Este ano, defendeu o clássico “Babalotim”, pela Leandro.

Nova diretoria e a volta para a Vila Madalena

Uma das promessas de campanha da nova diretoria da Pérola Negra, eleita no primeiro semestre desse ano, era a de conseguir um espaço de ensaios no bairro de origem da escola, a Vila Madalena.

Encabeçada pela presidente Sheila Monaco, a “Chapa Nova” assumiu em maio. Desde os primeiros dias de mandato, colocou em prática uma série de modificações no elenco da agremiação, quase que totalmente reformulado para o próximo Carnaval.

+ Relembre as eleições na escola de samba Pérola Negra

Além das mexidas no quadro de profissionais, anunciou que o sonho de muitos torcedores e componentes da “Joia Rara”, tornava-se realidade. O local de treinos da Pérola, que nos últimos anos vinha ensaiando em uma casa de shows no bairro do Butantã, fica no coração do boêmio bairro paulistano, na Rua Luis Murat, 370.

Final de samba-enredo. Foto: SRzd – Fábio Capeleti e Alexandre Pinotti

Time renovado para tentar o retorno ao Especial

A última peça do elenco a ser definida para a disputa em 2018, foi Anselmo Brito. O artista segue como carnavalesco da agremiação. Brito estreou na entidade este ano, vindo da Mocidade Camisa Verde e Branco.

Firmar a permanência de Anselmo, encerrou o ciclo de contratações da nova gestão. Mestre Fernando Neninho, bicampeão do Prêmio SRzd Carnaval SP na categoria de Melhor Bateria, Robério Theodoro assumindo a comissão de frenteEliana e Leno conduzindo o primeiro pavilhão e Daniel Colletecompletam o time.

O fogo: o primeiro desafio da nova diretoria

Além dos desafios impostos pelo concurso carnavalescos e as dificuldades enfrentadas pela Pérola Negra nos últimos anos, a nova diretoria convive, desde 20 de maio, com outro obstáculo.

Um incêndio atingiu o barracão da escola localizado na Fábrica do Samba II, destruindo todos os carros alegóricos da entidade. Clique aqui para ver a cobertura completa sobre o incêndio no barracão da Pérola Negra.

Recentemente, em entrevista ao portal SRzd, a presidente Sheila Monaco falou sobre o tema e de como sua equipe estava trabalhando para superar as perdas ocasionadas por esse evento logo nos primeiros dias de sua administração. Ainda nesta reportagem, Sheila comentou a posição de desfile da escola no Carnaval de 2018. Relembre:

Década repleta de tropeços 

Este década não tem sido das melhores na trajetória de quarenta e quatro anos de uma das mais simpáticas escolas de samba da cidade de São Paulo.

A gangorra vivida entre as duas principais divisões do Carnaval paulistano começou após seis temporadas seguidas no Grupo Especial, sua melhor marca dentro dos concursos – 2007 a 2012.

Foram três rebaixamentos, nos anos de 2012; “A pedra que canta também samba – Itanhaém, hoje a Pérola é você”, 2014; “Caminhos segui, lugar encontrei… Pérola Negra – a suprema Felicidade” e 2016; “Do Canindé ao samba no pé. A Vila Madalena nos passos do balé”.

O sobe e desce é reconhecidamente um dos piores cenários para as agremiações, sobretudo, pela diferença dos recursos financeiros para viabilizar os desfiles. Com novo fôlego e sob nova gestão, a Pérola Negra luta para, mais uma vez, buscar uma vaga na elite do samba na cidade, onde já apresentou-se por dezoito vezes.

Confira no gráfico abaixo o desempenho da Pérola Negra nos últimos dez Carnavais

Veja a logomarca do enredo 2018 da Pérola Negra

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