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O fogo é constante no nosso Carnaval, a Tucuruvi está em lágrimas

Incêndio em imóvel da Tucuruvi. Foto: Reprodução de TV

Incêndio em galpão da Tucuruvi. Foto: Reprodução de TV

O carnavalesco Marco Aurélio Ruffinn traz mais um texto para os leitores do SRzd.

A coluna é publicada semanalmente, às quintas-feiras, na página principal da editoria do Carnaval de São Paulo. Leia, comente e compartilhe!

Fogo é constante no nosso Carnaval, a Tucuruvi está em lágrimas

A primeira quinta-feira do ano surgiu trazendo a triste notícia do incêndio no atelier dos “Zacadêmicos do Tucuruvi”.

Faltando poucos dias para o Carnaval essa notícia pega a nós todos de surpresa, e como!

O texto que eu iria postar nessa semana, era sobre o início dos ensaios técnicos gerais. Já estava tudo programado para ser publicado, mas fiz questão de mudar a pauta e escrever sobre a tragédia. Não poderia deixar de comentar tal fato.

Confesso. Fiquei muito apreensivo ao saber da notícia, aqui no SRzd.

Por anos fui carnavalesco do “Zaca”, inclusive, por 17 anos mantive meu atelier na mesma rua onde ocorreu o incêndio.

Sou amigo de muita gente por lá. Todos estão com o coração partido.

Impossível não se emocionar.

A Mazzei está em silêncio.

O bairro do Tucuruvi, em lágrimas.

Em pouco tempo, fantasias foram devastadas. O trabalho e os sonhos de mais um Carnaval, também.

Um barracão ou atelier, tem a combinação de materiais inflamáveis, o que deixa o local extremamente vulnerável para ocorrer um desastre destes.

Por mais que a escola seja criteriosa nas questões de segurança, existe o risco.

Vários incêndios aconteceram ao longo dos anos no eixo Rio-São Paulo.

A Cidade do Samba, no Rio, completamente em chamas, todo mundo lembra.

Foi muito triste o desfile de 2011.

Por aqui, lembro que em 1992, com o enredo; “Por mares nunca dantes navegados”, na véspera do desfile, o fogo consumiu um dos carros alegóricos do Vai-Vai.

Foi aquele alvoroço. No dia seguinte, a alegoria estava pronta para ir para a Avenida.

Em 1996, eu passei por essa situação, na Leandro de Itaquera.

O abre-alas pegou fogo, parcialmente, dois dias antes do espetáculo.

A equipe se desdobrou e conseguiu refazer o trabalho.

Novamente, vivenciei a mesma ocorrência, no ano 2000.

Também o abre-alas foi atingido pelas chamas, mas o extintor salvou nosso trabalho.

Com a Mancha Verde aconteceu em 2006. Lembro bem desse fato, eu estava na Tom Maior e por pouco não aconteceu o pior conosco. O fogo se alastrou rápido, destruiu duas alegorias da Mancha e, para nosso alívio, queimou apenas a lona que cobria nosso carro.

No dia do desfile, a Mancha estava impecável.

Em 2012, com “Ojuobá”, poucos dias antes do desfile, nova ocorrência no barracão da Mocidade Alegre.

Duas alegorias sofreram avarias e uma foi destruída por completo. No dia do desfile, tudo estava pronto e a escola se sagrou campeã.

Três anos depois, a Mancha volta a ter problemas da mesma natureza, desta vez, uma de suas alegorias teve um princípio de incêndio, durante o próprio desfile.

O fogo é constante no nosso Carnaval.

Após aquela confusão na apuração de 2012, ele se fez presente, desta vez, propositalmente, nos carros alegóricos que estavam estacionados na dispersão.

Em 2016, um incêndio de grandes proporções arrasou o terreno ao lado do Anhembi e destruiu todos os carros alegóricos, de várias escolas, até hoje, nenhuma resposta para a origem.

Tantas são as histórias de superação, que não faltará exemplo a ser seguido.

Agora, é a hora do carnavalesco, com a direção da escola, sentarem e acharem o melhor caminho. Em um momento desses, a criatividade tem de falar mais alto e encontrar saídas inusitadas para resolver a situação.

A questão não é nem financeira.

O grande carrasco da Tucuruvi será o tempo.

O fogo é energia transformadora, representa renascimento e renovação.

Simboliza a iluminação, a paixão, o espírito, a vida!

Esse é o momento ideal de; resignificar-se.

Não existe outra receita:

É arregaçar as mangas e trabalhar, trabalhar e trabalhar…

“Força Tucuruvi”.

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