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O espelho não vai se quebrar

O espelho não vai se quebrar. Foto: Ilustrativa

Ednei Mariano está em sua quarta temporada no portal SRzd trazendo sempre o universo da arte da dança dos casais de mestre-sala e porta-bandeira.

As publicações são semanais, sempre às sextas-feiras, na página principal da editoria do Carnaval de São Paulo. Leia, comente e compartilhe!

O espelho não vai se quebrar

Muitos de nós são exemplos e espelhos para nossos filhos.

Na dança, na maioria das vezes, nem é preciso, são laços de família.

As meninas se encantam com o bailar da porta-bandeira, com toda a pompa, todo o gestual. Isso aproxima as crianças desta figura emblemática das escolas de samba.

As fantasias no dia do desfile, os belos vestidos nas noites de festa, a saia rodada, incorporada da maquiagem e ao cabelo preso. Elementos que são encanto para estas meninas.

Com os nossos mestres-sala, não é diferente. Os garotos notam a condução com altivez, a dança frenética que lembra uma batalha, o giro de braços abertos em volta da dama e a transformação dos passos dentro deste ritual, levando os meninos a ficarem de “boca aberta” na sutileza com que é apresentado o pavilhão.

Os pequenos olhos analisam o belo sapato e a vestimenta impecável. Toda a atenção é voltada para ambos; a rainha e seu protetor.

A lição, a história, a origem de tudo. Essa bagagem os rebentos aprendem tanto na Amespbeesp Pioneira, como no Cisne do Amanhã, entidades de Sampa, que garantem a formação básica, e nossas crianças vão em grande número buscar o conhecimento e a experiência, nesta, que desde 1995, é tradição contínua.

Em uma destas minhas caminhadas pelas nossas escolas, encontrei duas crianças, no mundo democrático da dança.

O menino loirinho de olhos brilhantes, ligeiro na dança incorporando o mestre-sala Oito anos é sua idade, cursando a terceira série na fundação de um grande banco.

Ele é Carlos Matheus Vieira, postura de nobres, herdado da descendência portuguesa, incorporada à agitação dos italianos. Atrai a atenção no asfalto liberado para a dança de Carlos Vieira, o pai. Luciane Vieira, a mãe, que está no Curso Básico da nossa dança para acompanhar o sentimento de seu pequeno, com tanto amor por esta arte.

Saí do terreiro lotado da Colorado do Brás e logo cheguei na quadra da Independente Tricolor, uma escola jovem com visão de futuro neste quesito.

Meus olhos grudaram nesta bela menina negra, olhos rasgados, sorriso contagiante e desafiador girando com frenesi seu pequeno pavilhão, linda como a noite, ora entrava na dança em movimentos suaves, lembrando a beleza de Makeda, a mais poderosa das soberanas da Etiópia e do Iémen; a famosa rainha de Sabá.

Empunhando com sabedoria seu pavilhão, Kihara Carolina Santos Costa.

Sua linhagem nesta vida é de uma vencedora, de muitos prêmios e notas máximas. Vêm de Simone Costa e do intérprete e mestre de bateria Thiago Melodia.

Nossa rainha mirim completou oito anos e está no terceiro fundamental, na escola estadual Judith Guimarães dos Santos, em Guarulhos.

Fiquei encantado com estas duas visões em uma tarde/noite na grande metrópole. Satisfeito por estar na vanguarda.

Firme para seguir neste caminho, junto de dirigentes conscientes e prontos para investir nesta meninada.

Não só nosso quesito, mas na própria cultura das escolas de samba.

Axé!

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