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O enredo que nasceu de uma conversa no semáforo

Semáforo. Foto: Reprodução

A jornalista Aurora Seles traz mais um texto para os leitores do SRzd.

A coluna é publicada semanalmente, às terças-feiras, na página principal da editoria do Carnaval de São Paulo. Leia, comente e compartilhe!

O enredo que nasceu de uma conversa no semáforo

Há oito anos, dirigia a caminho do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para levar um carnavalesco que embarcaria à cidade maravilhosa.

No percurso, enquanto aguardávamos em um semáforo, uma garotinha de nome Ingrid, vendedora de balas, e rosto empoeirado pela poluição da rua, ofereceu-nos o produto e perguntou o que fazíamos. No entendimento da doce menina, nosso trabalho era votado para realizar sonhos. A partir desse comentário, nasceu o tema de um grande trabalho. Era 2009.

Na contextualização do projeto, todos os trabalhadores viraram protagonistas. Foi um dos projetos inesquecíveis de minha carreira no Carnaval. Hoje relembrei muitas pessoas envolvidas com esse segmento. Desde o responsável pela abertura de um portão até o último ajuste em alguma alegoria – todos, sem exceção têm grande importância para o desenvolvimento de um desfile.

Além das quadras sociais, a maior demanda desses profissionais é encontrada nos barracões e ateliês, seja de costura, colagem ou pintura. Tive algumas oportunidades de ficar lado a lado deles para seguirmos uma prosa, com café e muitas gargalhadas. Serralheiros, ferreiros, aderecistas, costureiras, pintores, escultores, motoristas, cozinheiros, limpadores, porteiros, carregadores, marceneiros e todos os profissionais que atuam atrás das cortinas.

Todos são celebridades, de tamanha importância , tanto quanto àqueles que estão na linha de frente, ou sob os holofotes. Há um time considerável que contribui para o preparo de um espetáculo carnavalesco.

O povo está cada vez mais em evidência. Podemos conferir essa atuação nos últimos eventos políticos. Sim, a massa é capaz de mudar um cenário, seja para organizar uma festa ou uma história. O anonimato é relativo. Todos são protagonistas.

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