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A música brasileira e seus variados ritmos

Dança . Foto: Arte

A jornalista Aurora Seles traz mais um texto para os leitores do SRzd.

A coluna é publicada semanalmente, às terças-feiras, na página principal da editoria do Carnaval de São Paulo. Leia, comente e compartilhe!

A música brasileira e seus variados ritmos

Os primeiros gêneros populares da música nacional foram a modinha e o lundu.

A modinha se encarregava do aspecto romântico e o lundu traduzia o humor e a sensualidade. No lundu, havia claramente a influência rítmica da presença negra no Brasil. Até a chegada da polca era essa a nossa música popular.

Prestes a completar 172 anos, em território nacional, a polca é uma dança do século XIX, da República Tcheca, na região da Boêmia. Ficou famosa em nosso país, na época de 1858, com muitas danças criadas pela compositora Chiquinha Gonzaga. O ritmo foi interpretado pela primeira vez no Brasil na noite de 3 de julho de 1845, no palco do Teatro São Pedro, no Rio de Janeiro, e espalhou-se pelos salões da corte carioca.

Conforme as partituras de polcas chegavam, e em muitos casos caíram no gosto dos pianistas, responsáveis pela animação nas salas da classe média, os músicos passaram a desenvolver o mesmo modelo de dança. E com essa adaptação havia também o sotaque ligado à música portuguesa e um gingado, espalhado pelos escravos africanos em terras brasileiras.

Autores de teatro musicado e membros de grupos de choro, cultivavam a dança e promoveram a fusão com outros gêneros de música popular como o fado, o tango e, ainda em polca carnavalesca. A compositora, pianista e maestrina brasileira Chiquinha Gonzaga (1847-1935), autora da primeira marcha carnavalesca “Ô abre-alas”, também passou a compor polcas e adaptou o som do piano ao gosto popular e, em 1877, fez a polca “Atraente”, grande sucesso.

Enquanto pesquisava a respeito, descobri que Pixinguinha afirmava: “Quando eu fiz o Carinhoso (por volta de 1916 ou 1917), era uma polca. Polca lenta. Naquele tempo, tudo era polca, qualquer que fosse o andamento”. Saudoso e querido.

E o ritmo polca fazia parte da dança de salão, realizada por casais em festas e reuniões sociais. O termo “dança de salão” foi criado porque os dançarinos precisavam de locais espaçosos, daí o estilo passou a ser valorizado e trazido para as Américas, África e Ásia, pelos colonizadores.

Entre o século XIX e XX, as danças populares do Brasil eram, além da polca, a valsa, a mazurca, a contradança, o xote e a quadrilha (posteriormente chamada de quadrilhas caipiras). Esta última é retratada no sexto mês do ano e ganhou o nome de festa junina, dançada principalmente, na região nordeste do Brasil.

A quadrilha era a principal dança nos bailes da corte. Depois ficou popular e alcançou as ruas e clubes. No nordeste, ganhou muitas cores, fogos de artifícios e comidas típicas. Essa dança envolve um grupo, relativamente grande, e o tema é um casamento. Durante a cerimônia os participantes cantam: Olha a chuva! É mentira, a ponte quebrou, nova ponte, caminho da roça, e por aí vai. Uma festa tradicional e que promove alegria, descontração e humor.

Essas terras tupiniquins, em meio ao caos atual, conseguem manter a tradição e o folclore. Não é à toa que somos conhecidos pelo perfil caloroso e humano. Desta maneira seguimos no ritmo do otimismo. Toque o fole sanfoneiro que os dias melhores hão de chegar.

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