Meu mundo caiu? carnavalescos devem se inspirar em Pamplona
O carnavalesco Marco Aurélio Ruffinn traz mais um texto para os leitores do SRzd.
A coluna é publicada semanalmente, às quintas-feiras, na página principal da editoria do Carnaval de São Paulo. Leia, comente e compartilhe!
Meu mundo caiu? carnavalescos devem se inspirar em Pamplona
Meu mundo caiu?
Uma dica: carnavalescos, se inspirem em Fernando Pamplona!
Segundo semestre, se intensificam os preparativos, planos e trabalho, muito trabalho, para colocar mais um Carnaval na rua.
A grande maioria das escolas de samba de São Paulo, já definiu seus sambas.
Enredo, samba e, agora, produção.
É hora de conhecer as fantasias que cada carnavalesco preparou para ilustrar o enredo, os famosos pilotos. É hora de começar a montar uma das vedetes do espetáculo, os carros alegóricos. Enfim, é chegado o momento de fabricar sonhos.
Artistas e dirigentes em situação difícil, diante da crise econômica e da perspectiva de cortes.
Num primeiro momento, imagino o que muitos carnavalescos pensaram, consigo mesmos:
“Meu mundo caiu”; essa frase, creio, definiu o sentimento destes profissisonais ao começar a bolar soluções para viabilizar visual e artisticamente o projeto de desfile.
“Voltar a usar lisolene, copinho de café, papel machê, cetinzão véio de guerra”.
Não?
Engano seu! Quando cabe e é preciso, sempre usamos.
O barato da arte no Carnaval é o efeito que se consegue dar lançando mão do simples.
Inclusive, a “mestra” Maria Augusta Rodrigues consagrou-se com o célebre “Bom Bonito e Barato”, na minha amada União da Ilha do Governador, em 1980.
No ano de 1996, Roberto Szaniecki, com enredo; “Na era dos Felipes o Brasil era Espanhol”, deu um mega truque com soluções baratas e de muita criatividade. O próprio Renato Lage é catedrático em soluções nunca antes pensadas, até hoje. Ele transforma o paetê coreano de quinta categoria em artigo de luxo!
E Joãozinho Trinta? Esse, dispensa comentários. Ele se consagrou nessa arte.
Em terras paulistanas, o truque era a única saída. Essa era a realidade. Maria Apparecida Urbano, Zolezzi, Pedro Luiz Pinotti, Tito Arantes, e tantos outros, brilharam transformando o “inocente”, pueril até, em grandes efeitos visuais.
Raul Diniz revolucionou a Gaviões da Fiel, transformando-a de bloco em escola de samba campeã do Grupo Especial, esbanjando talento e criatividade.
Diversas vezes buscando no lixo a solução da decoração de uma alegoria… Quem estava lá, sabe o que estou dizendo.
Será que vamos conseguir chegar no nível desses grandes artistas?
Curiosíssimo para ver as soluções de cada carnavalesco diante do impasse deste ano. Eu quero mesmo é me surpreender!
Tira da cabeça o que o bolso não dá!
“Vamos gingá, camará
Vamos gingá
Tira da cabeça
O que do bolso não dá”
Saudades de ti, Fernando Pamplona.
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