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Marketing, mídia e ‘money’; o tabuleiro de xadrez das Rainhas do Carnaval

Marketing, mídia e ‘money’; o tabuleiro de xadrez das Rainhas do Carnaval. Foto: Ilustrativa

Odirley Isidoro publica mais um texto em sua coluna no portal SRzd.

Natural de São Paulo, nasceu no bairro do Parque Peruche, na Zona Norte da cidade. Poeta, escritor, pesquisador e sambista. Ao longo de sua trajetória, foi ritmista das escolas de samba Unidos do Peruche e Morro da Casa Verde, além de ser um dos fundadores da Acadêmicos de São Paulo.

As publicações são semanais, sempre às terças-feiras, na página principal da editoria do Carnaval de São Paulo. Leia, comente e compartilhe!

Marketing, mídia e ‘money’; o tabuleiro de xadrez das Rainhas do Carnaval

Carnaval não é um conto de fadas, mas muitas vezes, realiza sonhos inimagináveis!

Ser Rainha de bateria de escola de samba não é algo fácil, mas, para muitas, um sonho.

Muitas pessoas que não conhecem o ramo, tem por costume deteriorar a imagem destas figuras, pensando que é apenas uma mulher bonita, com um corpo sensual. Porém, se enganam!

Neste “Jogo de Xadrez do Samba” as peças se movem lentamente e não basta ter um rosto bonito, tem de saber cativar a comunidade e o público.

Sensualizar é como um blefe, de Garry Kasparov, em uma das clássicas partidas de xadrez com seu amigo Karpov, um xeque-mate!

Cada escola tem sua métrica de escolha, algumas optam pelas celebridades, para que sejam capazes de levar o nome da agremiação mais longe e atrair um público diferente para seus ensaios. Além de ganhar mais destaque na mídia ou captar valores através de um bom plano marketing… Estratégia, estratégia!

Outras, pincelam na comunidade a famosa beleza natural capaz de encher os olhos, mas também agregar ainda mais brilho ao seu pavilhão.

No caso das famosas, assumir o posto de determinada escola, é preparar-se. É possível que haverá gastos…

Muitas delas “vestem a camisa” e ajudam a fazer o “caixa”. Elas ainda fazem eventos e gastam bastante para confeccionar seus figurinos.

Há uma troca.

A Rainha ganha, a escola também. Marketing, mídia e “money”!

Na outra ponta do samba existem as Rainhas que nascem no “berço nobre da comunidade” e são alçadas ao posto onde terão um trabalho muito mais árduo, pois ainda estão rascunhando o seu nome junto ao grande público.

Aguardam as “Luzes da Ribalta” darem um “Close” em sua “Estrela”.

De repente, vem aí uma vida melhor. São secretárias, donas de casa, empregadas domésticas, enfim. Donas de gana, raça e vontade ímpar de estar ali, faça chuva ou faça sol.

Chegar lá, algumas conseguem, manter-se no topo, é difícil. Algumas criam raízes e se eternizam. Outras, perecem.

“Salve a mulata, bela e faceira
Com orgulho leva nossa bandeira
O mundo inteiro já conheceu
Este gingado da mulata brasileira”
(Águia de Ouro, 1988, “O menino da Lapa”)

Independente da raça, estar nesta posição é abdicar de tempo; com filhos, família e amigos. É tentar ajustar o seu universo com uma nova realidade; academia, ensaios, viagens, entrevistas…

Criam-se esteriótipos, transformam meninas em “Deusas”, consagram e celebram a sua beleza.

Mas por vezes, os sonhos se acabam, como uma quarta-feira de cinzas.

No final das contas percebemos o quão difícil é a trajetória. Nós, simples peões, ainda tentamos entender o movimento da vida dessas belas Rainhas!

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