Mancha abre segunda noite do Grupo Especial paulistano

Desfile 2017 da Mancha Verde. Foto: SRzd

Abrindo a segunda noite do Grupo Especial paulistano, a atual campeã do Acesso, Mancha Verde, trouxe um tema mais que original para o sambódromo do Anhembi neste sábado (25), em São Paulo.

Buscando manter-se na primeira divisão, foi corajosa e se lançou num enredo autoral: “Zé do Brasil. Um nome e muitas histórias”, querendo espantar a gangorra vivida nos últimos quatro anos, quando acumulou dois rebaixamentos.

Apresentação aquecida pela palavra do presidente Paulo Serdan, que agradeceu parceiros e pediu alma aos seus componentes. Clique aqui para ver a galeria de fotos do desfile.

Abrindo o cortejo, a comissão de frente com o triplo comando de Jonathan Bento, Marcos Aurélio e Wender Luciano. Trajando figurinos multicoloridos, exibiu variedade de movimentos cênicos e cumpriu seu papel de saudar o público e apresentar a escola, em busca de recuperar o décimo perdido no concurso de 2016.

Tranquilidade no quesito mestre-sala e porta-bandeira

Se existe um quesito em que a escola pode ficar tranquila, é o de mestre-sala e porta-bandeira.

Um dos pontos altos da exibição, o bailado do primeiro casal formado por Marcelo Luiz e Adriana Gomes, nota máxima no concurso anterior, foi seguro, apoiado no entrosamento e a na cumplicidade da dupla.

A coreografia, que priorizou as tradições do segmento, arrancou aplausos do público. Além da qualidade do bailado, destaque para o figurino de extremo bom gosto, luxo e acabamento impecável.

Tranquilidade, parte II

Outro setor que deve contribuir com boas notas neste ano é, novamente, a ala musical.

Tricampeã do Prêmio SRzd Carnaval SP, liderada por Freddy Vianna, mostrou a já habitual categoria, contando com contracantos e a inserção do som de um teclado na harmonia da melodia, ao conduzir o samba de autoria dos compositores Celsinho Mody, Alê, Rodrigo e Wladi.

Samba que não esteve entre os preferidos da safra, e mereceu empenho dos músicos para ser funcional ao desfile. Os versos de chamada para o refrão principal, foram o momento alto da obra na travessia pelo Anhembi:

“Eu sou…A face da grandeza desse povo, a metamorfose dessa pátria mãe gentil
Muito prazer…Zé do Brasil”

A empolgação inicial despertada no público, com a distribuição de bandeirinhas e a festa de seus milhares de torcedores espalhados pelas dependências do Anhembi, não se traduziu em canto intenso, tanto de quem estava na arquibancada, quanto de quem estava na pista.

A estreia do mestre

O Carnaval verde de 2017, marcou o momento de ver a estreia de um novo mestre de bateria da Mancha, Maradona.

Sem anúncio público, sem badalação, chegou para buscar uma nova identidade para a batucada, ainda ressentida das diversas mudanças nos últimos anos. Ao assumir, manteve a característica tradicional da formação da ala: muitas mulheres e ritmistas jovens.

Os diferentes naipes da “Puro Balanço” foram conservadores em paradinhas e breques apostando na sustentação do ritmo, deixando a maior parte dos desenhos melódicos para o time de tamborins.

Simplicidade, sem perder o estilo

Assim são os Carnavais de Pedro Alexandre, o Magoo, uma das mais discretas figuras do universo carnavalesco.

Com a responsabilidade de desenvolver um enredo autoral e sem patrocínio, o artista veio para o seu segundo ano seguido assinando o Carnaval da Mancha.

Ao falar de um dos nomes mais populares do país, reafirmou seu estilo: ideias claras, de fácil leitura e populares. Sim, quem estava nas arquibancadas não precisou de sinopse para entender o que estava sendo mostrado nas alegorias e nas fantasias criadas por ele. Passeou pelos principais “Zés” do Brasil, dos mais diferentes tipos.

Na alegorias, abusou, no bom sentido, do uso de esculturas, em sua maioria, bem acabadas e transmitindo a mensagem da história criada. No conjunto, após um abre-alas imponente e cheio de elementos, uma variação na uniformidade artística e de execução dos carros, não seguindo o mesmo padrão, apareceu, notadamente no quarto, que ainda apresentou um problema em sua iluminação.

Cores e problemas de evolução

Apostando em cores quentes na composição de seus figurinos, misturadas ao verde e branco da escola, o desfile não foi harmônico em sua plenitude, assim como o jogo cromático.

Componentes de diversos segmentos, ao longo de toda a travessia, cantaram parcialmente o samba. Outra ocorrência foi apontada a partir dos trinta e cinco minutos da exibição, quando houve um notável aceleramento no andamento dos setores, que ainda deixaram espaçamentos no interior das alas, mas conseguindo sair da pista dentro do tempo estabelecido pelo regulamento.

De olho no relógio!

A Mancha Verde encerrou seu desfile com 1h03

Assista as entrevistas gravadas após o desfile

Confira no gráfico as classificações da escola nos últimos dez Carnavais

Prêmio SRzd Carnaval SP 2017

Na noite desta segunda-feira (27), na página da editoria de Carnaval do SRzd em São Paulo, será divulgado o resultado oficial desta edição do prêmio. A votação estará disponível após o encerramento do desfile da última escola do Grupo Especial.

Agora é com você leitor! O SRzd quer saber a sua opinião. Vote e participe!

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A apuração das notas atribuídas pelos jurados da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo acontece nesta terça-feira (28), com transmissão ao vivo da Rádio SRzd.

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