Luta e glória aos cultos africanos no Brasil: a sinopse do enredo da Nenê de Vila Matilde

Águia da Nenê de Vila Matilde. Foto: SRzd

“A epopeia de uma Deusa africana”, com desenvolvimento do carnavalesco Lucas Pinto, é o enredo da Nenê de Vila Matilde para a disputa no Grupo de Acesso do próximo ano.

Na noite desta sexta-feira (5) a direção matildense divulgou a sinopse completa do tema, daquilo que defende ser “tese cultural da história da luta e da perpetuação e glória dos cultos africanos no Brasil”. Confira:

Sinopse do enredo 2018 da Nenê de Vila Matilde

Os orixás (yoruba Òrìṣà; em espanhol Oricha; em inglês Orisha) são ancestrais divinizados africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos. Estão relacionados às manifestações dessas forças. As características de cada Orixá aproxima-os dos seres humanos, pois eles manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada orixá tem ainda o seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, oferendas, espaços físicos e até horários. Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravatura, cada orixá foi também associado a um santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem os seus Orixás vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente

A epopeia é a mais antiga das manifestações literárias, nela há a presença de um narrador que conta a história passada de terceiros. Os verbos e pronomes quase sempre estão na terceira pessoa. Além disso, os textos épicos pressupõem a presença de um ouvinte ou de uma plateia, que estaria escutando o narrador. A epopeia eterniza lendas e tradições ancestrais que foram preservadas através dos tempos pela tradição oral.

As principais epopeias da cultura ocidental são “A Ilíada” e a “Odisséia”, atribuídas ao poeta grego Homero, “Eneida”, do poeta latino Virgílio e “Os Lusíadas”, do português Luís de Camões. A Ilíada desenvolve-se em torno da Guerra de Tróia e dos guerreiros Aquiles e Ulisses. A Odisséia narra as aventuras do herói Ulisses, em sua volta para casa após a Guerra de Tróia. A Eneida narra a saga de Eneias, um troiano que é salvo dos gregos em Tróia. Os Lusíadas, poema épico que celebra os feitos marítimos e guerreiros de Portugal.

No Brasil, vários poemas seguiram o estilo épico, principalmente o de Camões. Os mais importantes são “Caramuru”, de Santa Rita Durão, e “O Uruguai”, de Basílio da Gama. No início da nossa criação, os seres humanos poluíram demais o mar. Por esta razão, Iemanjá percebia que sua casa vivia suja. Ela reclamou para Olorum, Deus, que lhe deu o poder de devolver à praia toda a sujeira, criando assim as ondas. E as ondas devolvem à terra tudo o que não pertence ao mar.

Do azul de todos os mares, das brancas espumas que nos trazem mensagens de esperança, surge uma deusa – mãe do mundo, mãe de todas as cabeças. Ela é Oguntê, Marabô, Caiala e Sobá, Oloxum, Ynaê, Janaina e Iemanjá…são RAINHAS DO MAR. O enredo tem por finalidade contar a epopeia africana de uma deusa do panteão dos orixás africanos – Iemanjá ou Iemojá.

Que soem os instrumentos e as vozes dos Griôs sob o grande Baobá para que seja invocado a palavra de Exu – O grande mensageiro, à fim de contar a grande Epopeia africana de sua mãe – Iemanjá.

Minha mãe Iemanjá assim conhecida popularmente, é a mãe que ampara a cabeça de todos os seres viventes entregando-os a partir daí aos orixás para que os protejam. Em algumas vezes ela mesmo toma para si os cuidados. Dessa forma, se eu, Bará fecundo e Oxum cuida da gestação, é minha mãe Iemanjá que ampara o nascimento. Iemanjá é portanto a Iyá-Ori, mãe da cabeça e plasmadora de todas as cabeças, aquela que gera o Ori, que dá o sentido da vida e nos permite pensar, raciocinar, viver normalmente como seres pensantes e inteligentes. À ela foi dado a coroa de perolas. Por essa razão é conhecida como a deusa das pérolas, a senhora de todos os seres viventes do fundo do mar.

Minha mãe tem uma grande importância na diáspora africana acontecida em terras brasileiras. É dessa forma que contarei através de sua história o processo de aceitação dos cultos africanos no Brasil. Nele estará contido a sua força que aqui chegará nos porões dos tumbeiros reinando sobre a cabeça de seus filhos. Nesse momento sua figura estará ligada a uma mulher negra de seios muito grandes (símbolo da fertilidade). Ela estará presente em todos os momentos com a função materna de protetora (sua real e verdadeira função). Entre várias lendas referentes aos enormes seios, uma delas conta que Iemanjá, por ser a deusa da fertilidade e amamentar à todos tinha seios enormes e isso lhe deixava bem constrangida.

Ao se casar com Okere rei de Xaki, fugida de seu casamento com Olofim Odudua, ela faz um trato com seu novo marido à quem despertou fascínio por sua beleza. Minha mãe aceitaria casar-se com ele desde que ele nunca fizesse observação alguma sobre o volume de seus seios. Certa vez, Okere ao chegar bêbado em casa, tropeçou em minha mãe que o repreendeu severamente. Okere revoltado com ela começou a ridicularizar seus seios. Ela foge desesperada, Okere a persegue. Na fuga, ela tropeça e deixa cair o jarro que lhe foi ofertado por sua mãe Olokun, a divindade dos mares para que fosse utilizado em caso de apuros.

O jarro se transforma num rio que a transporta para o mar de onde ela permanecerá para sempre negando-se a retornar à terra. Num olhar romântico, o caminho que nos leva a Iemanjá é o rastro projetado da lua sobre o mar, essa cor prateada dá a ela o domínio sobre a prata e, essa cor sobre o mar, formando os matizes de azuis e verde água determinam as suas cores embora, algumas vezes utilize o rosa claro . Tem também como símbolo, a lua, os peixes, as conchas e as estrelas do mar, cristais e corais. Em sua homenagem lhes são oferecidas comidas na beira da praia como o Ejá, o Dibó, o Ebôya, a Moqueca de Siri e o Cuscuz.

Minha mãe terá sempre a influência nas marés e será eterna protetora das mães gestantes.

“Iara no rio, sereia no mar
é Janaina que seduz com seu cantar”

Acadêmicos do Grande Rio Carnaval 1994
Compositores: Helinho 107, Rocco Filho, Roxidiê e Mais Velho

Minha mãe encontra-se agora nas senzalas – lugar onde eram colocados os escravos nas grandes fazendas. Ela como mãe protetora percebe que junto aos negros escravizados também encontram-se acorrentados as nações indígenas forçadas ao trabalho escravo. Na troca de informações entre os cultos africanos e a pajelança (mais tarde chamado catimbó – relação dos cultos indígenas com a umbanda brasileira) percebem, ambos os grupos que, essa deusa africana tem uma relação forte com uma deusa cultuada pelas nações indígenas de nome Iara- mãe d’água. Da mesma forma que Iemanjá em sua origem africana é a dona do encontro das águas dos rios com as águas do mar, assim também é Iara- a senhora dos rios.

Entenderemos que, a fusão dessas raízes culturais fará com que a Iemanjá africana com grandes beiços e fartos seios possa também ser vista como uma mulher metade humana e metade peixe de cor cabocla, olhos castanhos e uma longa cabeleira e, denominada pelos europeus como Sereias. Desta forma, à partir daí Iemanjá poderá ser vista de duas formas: ou uma negra de silhueta não tão elegante ou, uma mulher de formas sedutoras metade humana e metade peixe.

Para as nações iorubás, essa imagem de uma deusa metade mulher metade peixe não representa a figura de Iemanjá porém, para as tribos nagôs minha mãe sempre foi representada como uma sereia (mãe dos peixes). Os malês foram de grande importância para os cultos africanos pois, foi através deles que utilizando-se do sincretismo imposto pelos europeus eles poderiam festejar ao ar livre as comemorações de seus deuses africanos.

Com a imposição dos europeus de formação religiosa contrária aos cultos não só africanos como os da pajelança foi imposto aos escravizados que houvessem identificações dos seus deuses com as imagens da religião dominante da época e daí, deu-se o sincretismo religioso. Nesse momento, os negros velhos – espécie de ministros responsáveis pela perpetuação das tradições dos cultos africanos e agora, fundidos com cultos de pajelança resolvem criar uma relação das imagens católicas às referências dos deuses africanos onde, por exemplo, São Jorge (imagem católica de um soldado montado sobre um cavalo combatendo um dragão) seria Ogum – O orixá da Guerra e por assim seguiram-se o que se chamou de sincretismo.

Os escravizados rezariam agora diante de uma imagem de Santo Católico, porém em língua Iorubá – quando na verdade prestavam suas devoções aos deuses africanos, Os europeus eram “enganados” e acreditavam terem conseguido catequizar os escravizados. Esse foi um fator muito forte na história do Candomblé. Um fator tão forte que até hoje podemos encontrar similaridades entre religiões de matrizes africanas com o catolicismo.

“Oguntê, Marabô, Caiala e Sobá
Oloxum, Ynaê, Janaina e Iemanjá
São Rainhas do mar”

A lenda das sereias, rainhas do mar
Império Serrano, 1976

Minha mãe agora não mais negra ela é cabocla de pele morena, de cabelos longos chamada também de Janaina.

O mito Janaina nas nações indígenas

Conta a lenda que Janaina foi uma das primeiras a avistar os navios de Cabral e apaixonou-se pelo que viu pois acreditava ela que eles fossem deuses vindos do horizonte. Janaina possuía olhos amendoados, longos cabelos negros e com uma pele morena do sol. Seu corpo era escultural e era dotada de beleza impar chamando a atenção dos brancos, Ela correu para avisar ao cacique da Tribo e chamar os demais. Acompanhou de longe todos os contatos, mas não entendia o que eles falavam. Pelos sinais percebeu que tentavam se aproximar e fazer amizade. Deram presentes, que para ela eram desconhecidos: garfos, colheres, espelhos, colares… Mas, que pareciam tesouros! O que mais lhe chamou a atenção foi o espelho! Já havia se mirado nas águas de um lago, mas olhar-se num espelho, era mágico!

Os portugueses lhe deram um vestido e um adorno de cabelo e lhe mostraram como usar tudo aquilo. Ela se vestiu e se enfeitou e percebeu os olhares sobre ela. Nunca mais foi a mesma. Janaina apaixonou-se por um dos homens brancos embora estivesse prometida em casamento. Janaina entregou-se ao jovem branco. A esquadra partiu deixando Janaina grávida. Ela sabia que sua tribo era severa com traições e sabendo que seu filho ao nascer seria entregue as feras para ser devorado e que o fim dela seria a morte com uma flechada no peito, ela atira-se ao mar tentando alcançar o navio que partia. O cansaço a vence e ela morre afogada nas águas profundas. A Mãe d’Água compadecida, devolveu seu corpo à praia e quando a encontraram não entenderam o que aconteceu.

A Tribo dizia que ela morreu por amor ao homem branco. Dizem os umbandistas que o espírito de Janaina foi convidado a trabalhar para auxiliar os índios que morreriam nos próximos anos devido à ocupação pelo homem branco. Foi então fundada a Colônia de Jurema, que começou a abrigar todos os nativos que morriam para preservar seu solo. Os séculos passaram e muita coisa aconteceu ao Brasil. Sua terra não era mais a mesma. Surgiu a Colônia de Aruanda e um novo trabalho se instalou e ela se tornou mais uma trabalhadora da Seara Umbandista no solo brasileiro e reverenciada também como Iemanjá Janaina.

O nome Janaina também estaria ligada nesse sincretismo à uma fada. Pode parecer surpreendente mas o nome Janaina pode ser mesmo de origem portuguesa ou seja, um diminutivo da palavra “Jana” que dá nome por exemplo, a Ribeira de Janas que é um distrito de Lisboa e a Janas, vilarejo proximo de Sintra na Estremadura. Mas, o que seria uma Jana?, Em Portugal e na região espanhola de León, janas são uma espécie de fadas dos rios, semelhantes a sereias, que como suas similares e variantes em muitas outras tradições, tanto podem cativar os homens pela sua beleza e lhes causar a perdição como se deixar seduzir e terem um triste fim. No passado, a palavra também foi usada como sinônimo de bruxa e de fada.

Agora, minha mãe mediante ao sincretismo imposto e, sem perder suas características da mãe que cuida e dona das cabeças passa a ser vista como Nossa Senhora dos Navegantes (Maria era vista como protetora das tempestades e demais perigos que o mar e os rios ofereciam, fazendo que, com sua proteção pudessem voltar para casa), Sua fé e designação tem seu inicio no século XV e foi a primeira estátua trazida para o Brasil pelo navegador português Pedro Álvares Cabral em sua nau capitânia. Feita as devidas relações sincréticas, Iemanjá continua tendo a função de protetora e guia tanto para negros, indígenas como para os europeus. Nossa Senhora dos Navegantes é também conhecida pelo nome de Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Boa Viagem, Nossa Senhora da Boa Esperança e Nossa Senhora da Esperança, Nossa Senhora da Gloria, Nossa Senhora da Conceição.

A Bahia de todos os Deuses – Reino de Iemanjá

Entretanto, algumas religiões “irmãs” do candomblé como a chamada Umbanda preservam a tradição do sincretismo, o Candomblé, na maioria dos casos já extingui esse costume.

Sem sombra de dúvidas, Iemanjá é um dos deuses do panteon africano mais aceito pelo povo brasileiro sejam eles crentes ou não. Reverenciada em poemas, lendas (a lagoa do abaeté) e musicas do cancioneiro popular que lhes dão os mais variados nomes. Ela tem sua morada no Rio Vermelho em Salvador onde, no dia 2 de fevereiro, acontece a maior festa do país.

“Dia dois de fevereiro
Dia de festa no mar
Eu quero ser o primeiro
A saudar Iemanjá
Dia dois de fevereiro
Dia de festa no mar
Eu quero ser o primeiro
A saudar Iemanjá
Escrevi um bilhete a ela Pedindo pra ela me ajudar
Ela então me respondeu
Que eu tivesse paciência de esperar
O presente que eu mandei pra ela
De cravos e rosas vingou
Chegou, chegou, chegou
Afinal que o dia dela chegou
Chegou, chegou, chegou
Afinal que o dia dela chegou”

Dois de fevereiro
Compositor: Dorival Caymmi

Além das canções e poemas em homenagem à grande epopeia de minha mãe na preservação de sua existência e sua função como mãe existem lendas brasileiras que falam dela como a lenda da lagoa do Abaeté cantada em canções e contadas quer seja por via oral, histórias ou poesias.

“No Abaeté tem uma lagoa escura
Arrodeada de areia branca
Ô de areia branca
Ô de areia branca
De manhã cedo
Se uma lavadeira
Vai lavar roupa no Abaeté
Vai se benzendo
Porque diz que ouve
Ouve a zoada
Do batucajé
O pescador
Deixa que seu filhinho
Tome jangada
Faça o que quisé
Mas dá pancada se o seu filhinho brinca
Perto da Lagoa do Abaeté
Do Abaeté
A noite tá que é um dia
Diz alguém olhando a lua
Pela praia as criancinhas
Brincam à luz do luar
O luar prateia tudo
Coqueiral, areia e mar
A gente imagina quanta a lagoa linda é
A lua se enamorando
Nas águas do Abaeté
Credo, Cruz
Te desconjuro
Quem falou de Abaeté
No Abaeté tem uma lagoa escura”

A lenda do Abaeté
Compositor: Dorival Caymmi

O mito da Lenda do Abaeté

Diz a lenda que as areias brancas das dunas que a Lagoa do Abaeté, tão lindamente cantada por Caymmi, é o véu da noiva Iracema. A índia, prometida do Cacique Abaeté, foi abandonada pelo consorte que não compareceu às núpcias. As suas lágrimas sentidas deram origem à Lagoa que recebeu o nome do grande chefe. Assim, a história pode ser classificada, conforme o mestre João Ribeiro, como um conto etiológico, por explicar a origem da Lagoa do Abaeté.

Diz ainda a lenda, que homens casados não devem rondar a lagoa sob pena de serem seduzidos pelo canto de Iracema que, tornada sereia, habita o mais profundo das águas. Mas esta não é a única versão: para outros, a Lagoa é a morada de Iemanjá/Iara, que tem ali o seu reino. Minha mãe agora mesmo sendo a senhora das águas, mãe do Ori, protetora de todas as cabeças é também um misto de deusa africana, cabocla meio mulher meio peixe, meio santa, não tão bondosa mas também cruel meio fada, meio bruxa.

Tantas mutações que a imagem real de como é minha mãe fisionomicamente deixa tudo muito intrigante. Ela agora é também protetora dos pescadores que partem para o mar sem retorno previsto. E como seria agora representada minha mãe nessa grande epopéia africana? E daí, eu lhes explico:

Dizem que a imagem icônica que conhecemos e é popularmente cultuada no Brasil, foi criada por um português, Pai de Santo nos anos de 1950. O rosto foi inspirado no rosto de sua mulher, também espírita, e minha irmã ou seja, também filha de Iemanjá. Essa imagem de uma rainha branca flutuando sobre as águas nunca deixou de negar o conteúdo africano de uma rainha negra e poderosa mas se impôs como única representação de minha mãe Iemanjá. A grande vitória dessa epopeia nunca foi questionado pelos negros e nem seu embranquecimento pois todos reconhecem a luta da mãe que nunca desamparou seu filho sendo prova viva da diáspora africana acontecida em terras brasileiras.

Além das celebrações do dia 2 de fevereiro na Bahia outras celebrações à minha mãe Iemanjá acontecem na passagem do dia 31 de dezembro para o dia 1 de janeiro onde católicos, candomblecistas, umbandistas e curiosos vão as praias do litoral vestidos de branco levando perfumes, champanhes, flores, oferendas em prata, velas e grandes balaios de oferendas ou barquinhos recheados de presentes (pentes, espelhos, pó de arroz e outros) com o intuito de pedir à senhora das águas a proteção infinita que só uma mãe pode proporcionar à um filho necessitado.

Não mais negra de formas tão elegantes, não mais uma mulher de forma esguias com o corpo metade peixe metade mulher, não mais a figura de uma santa católica, Iemanjá continua com a mesma incumbência de mãe que protege e guia – cargo este concedido a ela por seu pai Olokum. Ela agora aparece branca, de cabelos longos enfeitados de flores, vestido longo azul brotando de dentro das águas cercados de flores e barcos tendo de suas mãos as pérolas – sua marca maior de sua ancestralidade africana.

É nessa epopeia africana que o Grêmio Recreativo Escola de Samba Nenê de Vila Matilde traz para o carnaval paulistano de 2018 o tema “A epopeia de uma deusa africana”. Não só um enredo mas uma tese cultural da historia da luta da perpetuação e glória dos cultos africanos no Brasil.

Comentários

 




    gl