Leia a sinopse do enredo da Unidos de Vila Maria

A Unidos de Vila Maria divulgou a sinopse de seu enredo 2019; “Nas asas do grande pássaro o vôo da Vila Maria ao império do sol”, assinado pelos carnavalescos Alexandre Louzada e Cristiano Bara. Leia o texto na íntegra:

Vento alísio que varre a história e revira os grãos de areia de sua terra, hoje és brisa
leve que em sopros nos eleva além do teto do mundo, sobre a muralha imponente dos
picos nevados dos Andes, e faz abrir o portal da morada de “Inti”, fogo ardente. Vento
que se esvai e risca no ar uma estrada em poesia a conduzir nas asas largas de um condor
viajante o samba da Vila Maria.

Viagem no tempo ao alvorecer da América em eras distantes, visão nos olhos de um
passado mítico que nos conta que em certo dia o céu se derramou em lágrimas em um
pranto a transbordar. Eis a nascente do majestoso lago, embrião da vida, de onde emergiu
sua gente, do espelho d’água resplandecente, o grandioso Império do Sol.

E a terra se inundou de luz e fulgurou pelo chão de suas falésias, desertos e
altiplanos, iluminando o horizonte Chavín, Nazca, Paracas, Tiwanaku, alastrando-se em
civilizações e suas dinastias por tempos imemoriais. De Caral a Cuzco, dos Mochicas ao esplendor dos Incas, do sonhado “El Dorado” do “Senhor de Sipán”, a história escrita de
conquista, bravura e sangue do grande “Pachacutec”.

Sob a regência do arrebol, essência, fecundou-se o solo. A fertilidade de “Mama
Killa” cobriu a terra com o manto verdejante da selva, correndo pelos fartos vales e
plácidas pastagens de onde brotaram grãos dourados e raízes que foram alimento e tributo,
dádiva de fartura e diversidade de cores, aromas e sabores, temperando com “aji” o seu
povo moreno.

Do mesmo ardor que resplandece no firmamento se aqueceu a fé em divindades,
orações miscigenadas ao tempo, do saber “Quechua” e de Castela a acender em tantos
altares sagrados e “profanos”, nas celebrações multifacetadas, de crenças e seus fervores,
louvados sejam nas danças e procissões que se erguem em seus andores.

E assim, a rica nação peruana se formou, emblemática por sua ancestral cultura,
enigmática em sua indecifrável origem, que paira entre o céu e a terra, uma nação que
abraça orgulhosa suas raízes como elo perdido da gênese da América. Um povo para
sempre guerreiro que brilha na linha do tempo e nas linhas da vida riscadas em seu chão,
reluzindo no silêncio mágico e místico que repousa nos monumentos que vez em quando
se revelam das entranhas da terra como testemunha de sua glória.

Eis que ainda és o “El Dorado” por tantas riquezas que ainda se escondem sob suas
montanhas, és imperial para sempre, iluminado de Sol e guardado pelo fiel condor, o
grande pássaro que hoje estende suas asas também sobre nós, abraça duas nações, lá e cá
em um mesmo carnaval, aquecidas pelo mesmo astro no calor humano que nos permite
ser, inclusive, súditos desse imenso “Império do Sol”.

A Vila Maria cantou na Avenida em seu último desfile o tema: “Aproveitam-se de minha nobreza, você não soube, não te contaram? Suspeitei desde o principio! Não contavam com minha astúcia! Arriba Bolaños, Arriba Vila, Arriba México”.

+ Relembre o desfile da Unidos de Vila Maria

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