Leandro canta a solidariedade, faz desfile original e enfrenta problema com alegoria

Desfile 2018 da Leandro de Itaquera. Foto: SRzd – Wadson Ferreira

A segunda escola a desfilar pelo Grupo de Acesso 1 na noite do último domingo (11) foi a Leandro de Itaquera.

Uma das representantes do lado Leste da cidade, chegou com o espírito da solidariedade para mais uma disputa no Carnaval de São Paulo.

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+ Vídeo: assista ao esquenta do desfile da Leandro de Itaquera 

Foi no ano de 1982 que um desejo inusitado deu origem a escola de samba Leandro de Itaquera.

Karin Darling pediu ao seu pai, Leandro Alves Martins, como presente de aniversário, uma escola de samba. E assim foi feito.

A ascensão da vermelha e branca da Zona Leste, região mais populosa da cidade de São Paulo, foi rápida. Em apenas seis anos, já figurava entre as agremiações do Grupo Especial do Carnaval paulistano.

E foi na década de oitenta, que a Leandro viveu importantes e emblemáticos momentos, destacadamente no desfile de 1989; “Babalotim, a história dos Afoxés”. Embalada pelo samba, considerado um dos mais populares de todos os tempos, a apresentação sacudiu as arquibancadas da Avenida Tiradentes, então palco do espetáculo. É olhando para os bons momentos do passado, que a entidade busca se reencontrar.

Luana Poletti e Welvis Bittencourt, no comando duplo da comissão de frente, pelo segundo ano seguido, abriram o Carnaval do “Leão” com a missão de buscar um melhor desempenho na comparação com 2017, quando os jurados descontaram seis décimos no quesito.

Guardiões com figurinos dourados e integrantes realizando números de acrobacia, formaram o cenário do segmento.

A bandeira vermelha e branca veio sob os cuidados do novo casal de mestre-sala e porta-bandeira, José Luiz Castro e Juliana Souza.

Juliana afirmou ter neste momento como o grande de sua carreira na dança. Orgulho em ostentar o pavilhão dignificado em décadas por Karin Darling, uma lenda dessa arte. José se encantou pela dança em setembro de 1998, na tradicional festa de 24 horas de samba da Mocidade Alegre. Este professor de história busca seu lugar entre os melhores. Apresentaram-se trajados com figurinos em preto e branco, com realce em led dando um efeito todo especial para as roupas.

No último concurso, Diego Motta e Sara Araujo defenderam o quesito, recebendo as notas: 9.7, 9.9, 9.8 e 10.

Para conceber o projeto deste ano, foi contrato Orlando Junior.

Em sua trajetória, além do desfile na própria Leandro, em 2012, Orlando contabiliza mais de trinta Carnavais. Atuou por mais de uma década na Tradição, no Rio de Janeiro. Traz no currículo passagens marcantes na folia de Vitória, onde trabalhou nas escolas de samba Jucutuquara e Boa Vista.

Dentre os desafios e limitações financeiras da escola, preocupação maior com os figurinos, quando a escola perdeu oito décimos no item fantasia em 2017.

Alegorias cheias de elementos visuais, acusaram problemas de acabamento, o que pode comprometer o julgamento deste item. Os figurinos, realizados com materiais mais simples, também apontaram algumas falhas. A originalidade foi a marca do conjunto, não uniforme no todo, com carros de diferentes concepções, tamanho e resolução.

E foi um dos carros, o de número dois, o responsável pelo maior drama da Leandro, ainda no início da apresentação, quando houve enorme dificuldade de colocar a alegoria na pista abrindo um imenso clarão no primeiro setor, o que comprometeu a evolução, naquele momento. Nesse quesito, a direção de harmonia conseguiu equacionar o andamento dos demais setores após a ocorrência.

A “Batucada do Leão” chegou com seu batuque ao comando daquele que carrega o nome do maior jogador de futebol de todos os tempos. Mestre Pelé, um dos símbolos da Leandro. Nesta noite, optou, na maior parte do tempo, pela levada tradicional na sustentação do ritmo, arriscando porém, em alguns momentos, paradinhas e breques. Destaque para o som produzido pela ala de agogôs.

Assim como outras coirmãs, a Leandro apostou numa reedição em 2017. Escolheu seu mais reverenciado desfile; “Babalotim”. Mas o resultado ficou longe do esperado e a escola perdeu pontos em todos os nove quesitos avaliados pelos jurados, inclusive em samba-enredo, considerado um dos trunfos para a disputa.

Os versos que embalaram o desfile deste domingo, vieram da inspiração dos compositores Rogerio Papa, Paulinho da Leandro, Elias Aracati, Valdir Cassoli, Moacir Oliveira, Musa, Silvio Branco, Ivanildo Velha Guarda, Mauro Lúcio Silva, Guilherme Napoleão, Luciane Albuquerque, com interpretação de Juninho Branco, de volta ao “Leão”. Juninho foi contemplado com o Prêmio SRzd Carnaval SP na categoria de Melhor Ala Musical do Grupo de Acesso paulistano, em 2015.

Embora cantando com regularidade pelas alas, não mexeu com o público nas arquibancadas, do início ao final da exibição.

De olho no relógio!

A Leandro de Itaquera encerrou seu desfile com 58 minutos

A apuração das notas atribuídas pelos jurados para os nove quesitos avaliados nos desfiles de 2018 serão conhecidas na tarde da próxima terça-feira, dia 13 de fevereiro, com cobertura do portal SRzd.

Foi assim no último concurso

(décimos perdidos pela Leandro de Itaquera, por quesito, em 2017 – considerando os descartes)

A performance da escola nos últimos cinco Carnavais

Curiosidade

Prêmio SRzd Carnaval SP 2018

Na manhã da próxima terça-feira (13), na página principal da editoria de Carnaval do SRzd em São Paulo, será divulgado o resultado da sétima edição do prêmio. A votação para os internautas estará disponível após o encerramento da apresentação da última escola do Grupo de Acesso 1.

Agora é com você leitor! O SRzd quer saber a sua opinião. Vote e participe!

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