Império exalta o povo, ‘abusa’ da originalidade e desponta como favorita

Desfile 2018 da Império de Casa Verde. Foto: SRzd – Cláudio L. Costa

A segunda escola de samba a desfilar neste sábado (10) de Carnaval no sambódromo do Anhembi em São Paulo foi a Império de Casa Verde.

Sua passagem era uma das mais esperadas pelo público, não só pela tradicional qualidade visual de seus espetáculos, mas também, pelas promessas de inovação para a apresentação de 2018.

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“Caçula do Samba”.

Com essa alcunha, a Império chegou na principal divisão do samba paulistano, em 2003.

E se era jovem, era também prodígio.

Logo de cara, mostrou seu poderio, financeiro e sambístico. O segundo, alimentado por muita gente que entendia do riscado e chegou vindo de outras coirmãs da cidade. Cresceu, agigantou-se.

A então caçula tornou-se “gente grande” e virou protagonista da festa.

Aos 23 anos de vida, passou pela adolescência e atingiu a maioridade. Em 2018 prometia fazer algo totalmente diferente de tudo já feito por ela nessa jovem e vitoriosa caminhada. Na contramão da boa parte das escolas de samba do país, tocou o dedo na ferida ao abordar o atual cenário político e social do Brasil.

O coreógrafo de comissão de frente André Almeida, renomado artista do segmento, foi novamente o responsável pela abertura do cortejo azul e branco. Num número bastante criativo, trouxe a revolução francesa como tema.

Nota 40, logo na estreia.

Assim foi o desempenho do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Jéssica Gioz e Rodrigo Antônio em 2017.

Esta imperiana altiva e determinada vem fazendo bonito como primeira dama da Império de Casa Verde. O bailar feliz deixa claro de que está tendo a oportunidade de mostrar o quanto trabalhou. Seu mundo é seleto. Não é de muita conversa, mas quando abre seu sorriso, não há quem não se encante. Ao seu lado, Rodrigo Antônio. Gabaritado e capacitado para defender o pavilhão do “Tigre”, exibiu dança arrojada, de impor respeito.

O figurino, de extremo bom gosto, misturou o povo e a nobreza, abrilhantando ainda mais a segura performance da dupla.

O “Mago” prometeu fazer valer o adjetivo conquistado durante sua trajetória no Carnaval e surpreender.

Vitorioso, detalhista e determinado, Jorge Freitas assinou seu terceiro projeto seguido na Casa Verde. Experiente, estendeu sua atuação como carnavalesco para além das fronteiras do barracão e virou um gestor, de pessoas e de emoções. Desta vez, concepção e execução do desfile, foram diferentes. Diferente dos espetáculos que ele e a própria agremiação já produziram. Surpresas e inovações; conceituais e artísticas.

Embora com novidades, o fino acabamento foi mantido. Alegorias cheias de encenações teatrais, contribuíram para uma leitura clara da proposta. Carros perfeitos em suas dimensões, no uso das cores e no conceito, deixaram o público de “boca aberta” nas arquibancadas. Apenas uma falha, na iluminação do carro 5, foi apontada.

Já as fantasias, primaram pela originalidade. O jogo cromático inteligente, proporcionou uma interação harmônica de todo o conjunto, além de serem complemente fundamentais no entendimento da história.

Identificação

Essa é uma das definições para as relações da Valeska Reis com o seu pavilhão, com seus ritmistas.

Rainha de bateria da Império de Casa Verde há sete anos, a musa foi novamente parte de uma das melhores baterias de escola de samba do país, comandada com pulso forte e seriedade por mestre Zoinho, atual dono do troféu SRzd.

Próximo de completar uma década como intérprete de samba-enredo, Carlos Junior está no auge.

Considerado um dos mais completos cantores do segmento, quase unanimidade entre os especialistas na matéria, Carlão, como é chamado carinhosamente pelos sambistas, atingiu também a maturidade pessoal, pela natural experiência adquirida ao longo dos anos e pela recente paternidade. Atual campeão do Prêmio SRzd Carnaval SP na categoria de Melhor Ala Musical, foi o motor que impulsionou o desfile. Levou com brilhantismo o samba feito pelo time formado por dez compositores; Jairo Roizen, Thiago Sukata, Godoi, Luciano Godoi, Claudio Mattos, Tavares, Valêncio, Tubino, William Lima, Meiners e Victor Alves.

Embora não estando entre os mais cotados desta safra, a obra serviu ao desfile que contou com canto forte do povo imperiano, evolução compacta e coreografada, ao estilo Jorge Freitas, e sem maiores atropelos ao longo da Avenida.

Neste setor, o reforço desta temporada, Sergio Luis de Oliveira, o Serginho, num retorno para a Império com a função de comandar justamente o departamento de harmonia, que cumpriu com excelência sua tarefa. A azul e branca chegou com folga ao final da pista, aplaudida pelo público, num espetáculo que lhe credencia ao título de 2018.

De olho no relógio!

A Império de Casa Verde encerrou seu desfile com 1h03

A apuração das notas atribuídas pelos jurados para os nove quesitos avaliados nos desfiles de 2018 serão conhecidas na tarde da próxima terça-feira, dia 13 de fevereiro, com cobertura do portal SRzd.

Foi assim no último concurso

(décimos perdidos pela Império de Casa Verde, por quesito, em 2017 – considerando os descartes)

A performance da escola nos últimos cinco Carnavais

Curiosidade

Prêmio SRzd Carnaval SP 2018

Na manhã da próxima terça-feira (13), na página principal da editoria de Carnaval do SRzd em São Paulo, será divulgado o resultado da sétima edição do prêmio. A votação para os internautas estará disponível após o encerramento da apresentação da última escola do Grupo de Acesso 1.

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