Com problemas em evolução e alegoria, Milênio abre Grupo de Acesso

Abrindo a noite de desfiles deste domingo (26) do Acesso paulistano, a atual campeã do Grupo 1 da Uesp, a União das Escolas de Samba Paulistanas, Estrela do Terceiro Milênio.

A escola do bairro do Grajaú, extremo sul da cidade de São Paulo, era bastante aguardada por uma série de motivos. Entre eles, a boa estrutura criada em torno da entidade, que proporcionou arregimentar uma comunidade bastante comprometida, o outro, o alto investimento de sua gestão, apoiada pelo vereador e presidente da câmara municipal de São Paulo, Milton Leite.

Na Avenida, o enredo: “Para um bom entendedor um pingo é letra e o símbolo uma palavra”. Clique aqui para ver a galeria de fotos do desfile.

A comissão de frente abriu a exibição inspirada nos símbolos e recados que vem dos sonhos, diante de um bom público, que ainda começava a se acomodar nas dependências do sambódromo.

Sob o comando da coreógrafa Silvia Cristina Conti, que optou por não usar o apoio de elemento alegórico, tendência nos desfiles das escolas de samba, a trupe foi discreta em sua performance.

Extensa rotina de ensaios para brilhar no Anhembi

Posicionados atrás da batucada, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira Edilane e Alex.

Ela, da Zona Norte, atravessou toda a cidade para fazer seus ensaios semanais ao longo da temporada. Ele, educador, presta serviços para uma ONG, trabalha com jovens carentes, é formado em Educação Física e morador do bairro do Butantã.

Na pista, incorporados do espírito protetor. Com um figurino luxuoso, digno de Grupo Especial, a dupla foi contida em seus movimentos, executando os passos básicos do quesito. Completaram o quadro de casais da Estrela, Kawe e Natalia, Akin e Denise, e Evandro e Vitória.

A estreia de um veterano

Após passar por diversas agremiações do Carnaval de São Paulo e do Rio de Janeiro, Vaguinho desembarcou na Zona Sul paulistana. E um desembarque feliz. Parecendo muito a vontade, colocou toda a sua experiência na condução do samba dos poetas Ricardo Neto, Maradona, Turko, Rafa do Cavaco e Leandro Flexa. Com andamento cadenciado e em perfeita sintonia com o ritmo, foi um dos destaques do desfile mileano.

São Paulo revelando mais um mestre

A bateria “Pegada da Coruja”, de mestre Diego, apresentou-se trajada representando o pai da psicanálise, Sigmund Freud, e foi protagonista de uma inovação na montagem do conjunto, vindo logo após a comissão de frente.

O ritmo foi agressivo, equalizado e recheado de convenções bem realizadas, mostrando as credenciais da escola logo na abertura.

Um recordista no Carnaval de São Paulo

O carnavalesco Eduardo Félix assinou o sétimo desfile consecutivo na agremiação, tornando-se o segundo há mais tempo em uma mesma escola dentre as vinte e duas que integram as duas principais divisões da folia em São Paulo.

O artista foi didático no desenvolvimento do tema deste ano. Foi nas origens da simbologia, passando pelo Tauismo, Hinduismo, Judaismo, Islamismo e Catolicismo, num passeio pela religiões milenares que cultivam o uso destes elementos de fé como forma de comunicar-se com seu seguidores.

Em seguida, passou a abordar os símbolos que são utilizados pelas grandes nações ao comandar os seus povos. Neste setor, o segundo, retratou os emblemas, bandeiras, as batalhas e a política. Partindo para um outro viés, deu novo salto, e trouxe para a Avenida, o misticismo. A astrologia, a alquimia, o baralho e a maçonaria, construíram o visual do terceiro segmento. O fechamento contou com o seres fabulosos, notáveis em diferentes tipos de atuação junto às sociedades, dando sua contribuição para a humanidade.

Luxo nos alegorias e deslize na evolução

Embora com alegorias de boas dimensões, claras na tradução do enredo e executadas com materiais de qualidade, o conjunto apresentou problemas técnicos. Logo no abre-alas, o sistema de iluminação parou, ocorrência que se repetiu no terceiro carro, que ainda acusou um defeito em um dos espaços reservados para o destaque.

Nos figurinos criatividade e o uso de adereços mais alternativos com uma paleta cromática multicolorida, mas não harmônica. Figurinos completos na formação das alas, que vinham em perfeito andamento na travessia pela pista, até que na metade final da exibição, apontaram um aceleramento e espaçamentos maiores do que aqueles permitidos pelo regulamento, cumprido, no que se refere ao tempo.

De olho no relógio!

A Terceiro Milênio encerrou seu desfile com 59 minutos

Assista as entrevistas gravadas após o desfile

Confira no gráfico as classificações da escola nos últimos dez Carnavais

Prêmio SRzd Carnaval SP 2017

Na noite desta segunda-feira (27), na página da editoria de Carnaval do SRzd em São Paulo, será divulgado o resultado oficial desta edição do prêmio. A votação estará disponível após o encerramento do desfile da última escola do Grupo de Acesso.

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A apuração das notas atribuídas pelos jurados da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo acontece nesta terça-feira (28), com transmissão ao vivo da Rádio SRzd.

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