Citando Paulo Barros, campeão em SP abre o jogo: ‘Muito se falou da minha saída’

Flavio Campello. Foto: Divulgação

“Paulo Barros trocou a campeã do Carnaval por uma escola que ficou numa colocação intermediária, isso é comum hoje em dia”

A ponderação é do carnavalesco Flavio Campello, em um dos trechos da entrevista concedida por ele ao SRzd na madrugada desta quarta-feira (29).

Campello foi anunciado como o novo reforço da Acadêmicos do Tucuruvi, alguns dias após ter deixado a coirmã Acadêmicos do Tatuapé, onde foi campeão do Grupo Especial este ano. A decisão, que pegou de surpresa a própria diretoria da agremiação da Zona Leste, foi o assunto mais comentado nos bastidores da folia paulistana nas semanas do pós-Carnaval.

Não dar sequência em um trabalho vitorioso, é um fenômeno que desperta a curiosidade e intriga o público. O que pode parecer estranho para alguns, é absolutamente natural para Campello:

“A vida é feita de mudanças, de desafios. Minha missão foi cumprida na Tatuapé, com a conquista desse título. Isso tem sido comum entre as escolas”. E tem mesmo. Aliás, esse movimento se repetiu, de forma consecutiva, na Tatuapé. Mauro Xuxa, após um histórico vice-campeonato em 2016, também deixou a entidade.

E o fenômeno não é peculiaridade do Carnaval de São Paulo. No Rio, Paulo Barros assinou o enredo que devolveu o primeiro lugar à Portela, após um longo jejum, de trinta e três anos. Porém, depois da festa, disse adeus, desembarcando na Unidos de Vila Isabel.

“Muito se falou da minha saída”

Assim que o portal SRzd publicou, em 17 de março, com exclusividade, que Campello estava fora da campeã do Carnaval, um mar de especulações tomou conta dos debates entre os sambistas, sobretudo, nos fóruns de internet. A reportagem do portal abriu espaço para que ele se posiciona-se, também, sobre este aspecto:

“Muito se falou que minha saída se deu por motivos financeiros, por propostas irrecusáveis. Mas apenas cumpri a minha missão, e decidi ir em busca de algo novo. Não houveram motivos, apenas o desejo de tentar algo novo”, resumiu.

Logo após a divulgação de seu pedido de demissão, a diretoria da Tatuapé manifestou-se por meio de nota oficial, detalhando, passo a passo, como foram as tratativas com Campello, e que seu desligamento, os pegou de surpresa. Questionado sobre a postura de sua ex-escola, ele foi taxativo: “Para mim esse assunto já está encerrado”.

“Tudo é possível, basta acreditarmos”

Página virada, e uma outra história começa.

Toda a polêmica em torno do artista que carrega a faixa de campeão do Grupo Especial, ganhou ainda um outro ingrediente: para o seu lugar, a Tatuapé chamou, justamente, Wagner Santos, que deixou a mesma Tucuruvi após oito temporadas. A “troca” mereceu uma consideração de Flavio: “Desejo sorte ao grande amigo Wagner Santos! Tenho certeza que farão um grande trabalho”.

Feliz com a nova casa, se diz pronto para buscar o mesmo feito que conseguiu na Zona Leste: o título inédito. Ele adiantou ao SRzd que já trabalha com uma série de possibilidades de enredo, dentre elas, uma lhe agrada demais, e é ela que pretende emplacar em 2018. Ao fim, deixou o seu recado para a comunidade da Cantareira:

“À comunidade do “Zaca”, apenas o meu carinho e respeito, e a promessa de que trabalharemos juntos, e muito, para realizarmos o sonho do título inédito! Tudo é possível, basta acreditarmos”, convocou.

Flavio Campello. Foto: Acadêmicos do Tucuruvi

Depois de confirmar a permanência do mestre de bateria Guma Sena, a diretoria da Tucuruvi também acertou a manutenção de Alex Soares. O intérprete, que logo em seu primeiro ano na escola conquistou o troféu SRzd na categoria revelação, vai para o terceiro desfile seguido na Zona Norte.

Em 2017, a agremiação levou para o sambódromo o tema: “Eu sou arte. Meu palco é a rua”, abordando os artistas que expressam suas ideias nos espaços comuns das grandes cidades, ficando com a oitava colocação. Clique aqui para relembrar.

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