Chuva e Camisa Verde: o som do samba de volta ao Anhembi

A temporada de ensaios técnicos gerais no Anhembi em 2017 começou!

A primeira agremiação a fazer sua simulação de desfile no sambódromo paulistano foi a Mocidade Camisa Verde e Branco, na noite da última quarta-feira, 11 de janeiro, sob chuva e com pequena presença de público. Veja a galeria de fotos do ensaio

Marcado para às 21h, o treino teve início com alguns minutos de atraso e foi aberto pela bateria de mestre Fernando Neninho, a “Furiosa”, vencedora do Prêmio SRzd Carnaval SP 2016 na categoria, e uma das mais respeitadas da cidade.

Os tradicionais acertos junto ao carro de som e, finalmente, a passarela paulistana pôde ouvir a nova voz da agremiação. Thiago Brito, cantor que também defende a Estácio de Sá no Rio de Janeiro e chegou substituindo Marcinho Alexandre, marcou presença ao lado de Caique e Robson, nos cavacos, Newtom, no bandolim, e no violão, Bruno e Careca, com a direção musical de Flavinho Batucada.

É deles a missão de reeditar o belo samba de autoria de Carlos Junior e Didi, trilha do enredo A Revolta da Chibata. Sonho, coragem e bravura. Minha história: João Cândido, um sonho de liberdade, originalmente apresentado em 2003 e aposta da escola para voltar ao Grupo Especial, de onde está distante desde 2012.

Assista o vídeo do ensaio

Ao SRzd, Thiago revelou sua estratégia na levada da clássica composição: “Por ser um samba reeditado priorizei a melodia sem muitos cacos, (chamadas), para ficar mais “limpo”. Valorizamos os arranjos e a voz. O samba tem uma letra e melodia belíssima”, detalhou.

A interpretação também ganhou um novo andamento, mais cadenciado que a versão de treze anos atrás. O fato de apresentar-se com um contingente bastante inferior ao que será levado para o desfile oficial em fevereiro, não permite dizer se a escolha foi ou não a mais acertada para a sustentação do conjunto.

A complexa coreografia da comissão de frente, encabeçando a exibição, foi acompanhada atentamente pelo também estreante na Barra Funda Marco Aurélio Ruffinn, carnavalesco que chegou com a incumbência de projetar a releitura do tema que obteve o sexto lugar no Especial em sua primeira versão.

Voltando à “Furiosa”, que veio logo no setor inicial, destaque para a manutenção do ritmo, mantendo suas características e arriscando alguns breques ao longo do percurso, sobretudo durante os minutos em que esteve no recuo, feito com precisão sob a direção do departamento de harmonia.

Ainda junto as alas inicias, destaque para o bailado do primeiro casal Paulo Sales e Sandra Jesus, que enfrentou o piso escorregadio com bravura, como propõe o samba, na condução do pavilhão verde e branco.

Dois dos quesitos mais trabalhados nesta modalidade de ensaio, ficaram comprometidos justamente pelo pequeno número de desfilantes: harmonia e evolução. Fato que já era esperado por se tratar de um encontro no meio da semana, e que ainda contou com a sempre indesejável companhia para os sambistas, a chuva.

Aprimorar e avançar, são as expectativas para os dois próximos ensaios gerais da Camisa Verde, em 21 de janeiro e 11 de fevereiro, antes do grande dia, quando vai buscar sua vaga na elite do samba na cidade, onde é nove vezes campeã.

O enredo escolhido pela verde e branca para ser reeditado no Grupo de Acesso deste ano será apresentando no domingo, 26 de fevereiro. A Camisa Verde será a terceira escola a desfilar.

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