Carnaval 2019: após enredo sobre o terror, o amor toma conta da Independente

Quadra da Independente Tricolor. Foto: SRzd – Fábio Capeleti e Alexandre Pinotti

“Para sempre vou te amar”.

Esse é o título do enredo da Independente Tricolor para o Carnaval de 2019 em São Paulo.

+ Veja a galeria de fotos do evento de lançamento do enredo da Independente

+ Logomarca oficial do enredo 2019

+ Diretor faz análise crítica do regulamento e sugere revisão do manual do julgador

+ Entrevista especial: Rafael Pínah, a voz oficial da Independente Tricolor

O anúncio foi feito em evento realizado na noite do sábado (19) e que se estendeu pela madrugada do domingo na moderna sede social da agremiação, no bairro de Vila Guilherme, Zona Norte da capital. Com direito a bolo pelo aniversário da entidade, batizado e o pontapé inicial para mais um desfile.

A temática, é oposta a apresentada este ano, quando a vermelha, preta e branca cantou o “terror” no sambódromo do Anhembi.

A nova proposta aborda uma história de amor, inspirada livremente no livro “A Divina Comédia”, obra-prima de Dante Alighieri, primeiro e um dos principais escritores italianos, escrita no século XIV.

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O batismo

Faz parte da cultura das escolas de samba que cada uma tenha a sua madrinha.

Esta é uma das tradições do Carnaval, cheio de símbolos e costumes tão específicos.

Agora, foi a vez da Independente Tricolor ser batizada. A escolhida para tal honraria foi a coirmã Império de Casa Verde, com quem mantém ótimas relações. A cerimônia antecedeu o anúncio do enredo 2019 e abriu os caminhos no terreiro tricolor.

A nova equipe de criação

Após o inesperado rebaixamento para o Grupo de Acesso 1 neste ano, a direção da Independente promoveu mudanças.

A primeira delas, em sua equipe de criação.

Marco Aurélio Ruffinn e Leno Vidal assinam o enredo 2019, no lugar do trio formado por Anderson Rodrigues, André Cezari e Roberto Monteiro.

Ruffinn é um dos mais experientes carnavalescos da cidade de São Paulo em atividade. Premiado e reconhecido artista do segmento, é formado em Programação Visual pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e pós-graduado em Carnaval e Cultura Brasileira, pela Estácio de Sá.

Seu último trabalho na folia foi na Mocidade Camisa Verde e Branco, no ano de 2017, além de ter sido comentarista do portal SRzd por duas temporadas. Ao seu lado no desenvolvimento do projeto, o jovem Leno Vidal.

O rigor dos jurados

Nos bastidores, as contestações pelo rebaixamento tricolor em 2018 foram significativas.

Problemas no tripé da comissão de frente, contribuíram decisivamente para um desfile tenso. Ocorrência que se somou ao fantasma de abrir o Carnaval na noite de sexta-feira.

Mas não foram apenas as penalizações aplicadas pelos jurados do quesito; quatro décimos, e pelo regulamento, 1,2 pontos, as protagonistas da matemática da queda. Um item, em especial, derrubou a pontuação tricolor.

Num contexto onde os jurados avaliam quase que exclusivamente critérios técnicos e quase nada de concepção artística, inversões na montagem do conjunto, apontada pelos julgadores de enredo, renderam descontos maiores que as perdas impostas pelas regras do concurso.

Foram 1,3 décimos tirados. A agremiação ainda foi descontada em evolução, samba, alegoria e harmonia. Três categorias mereceram nota máxima; bateria, fantasia e casal.

O fato, é que o descenso não estava nos planos da jovem escola, nem internamente, nem para aqueles que vinham acompanhado sua ascensão e poderio financeiro dentro dos concursos anteriores.

Buscando o seu lugar

O Carnaval do Grupo Especial 2018 marcou mais um primeiro novo passo de uma jovem história.

Foi a estreia da escola de samba Independente Tricolor na principal divisão do concurso em São Paulo. Um meteoro. Assim pode ser definida a trajetória desta agremiação. No primeiro ano desta década, ela integrava o Grupo 4 da União das Escolas de Samba Paulistanas, a Uesp, o degrau inicial das entidades carnavalescas na cidade. Subiu, e como.

Acumulou três campeonatos e cinco acessos até chegar na elite, em 2018. Oriunda da maior torcida organizada do São Paulo Futebol Clube, a Independente carrega atrás de si uma legião de torcedores. Procurando desvincular-se do futebol, busca consolidar-se entre as grandes escolas de samba, e investe.

Seus Carnavais foram marcados pelo uso de materiais refinados e acabamento cuidadoso de alegorias e fantasias, numa crescente. Aspectos que merecem recursos, financeiros sobretudo, para serem viabilizados

O investimento alto, não se restringiu porém, apenas aos desfiles na Avenida. Na Vila Guilherme, bairro da Zona Norte da cidade, fincou sua bandeira e inaugurou na última temporada aquela que é considerada uma das mais modernas quadras de São Paulo. Equipamento gerador de receita e de imposição clara daquilo que pretende dentro do segmento.

Nessa caminhada, o tropeço deste ano está, imagina-se, engasgado na garganta desse povo. Não é prudente prever nada num concurso cheio de disputas, peculiaridades e meandros, mas é possível dizer que a Independente virá “mordida” e como uma das favoritas para o embate no próximo ano.

Uma nova rainha

A ex-rainha de bateria da escola de samba Independente Tricolor, Helena Soares, segue em recuperação.

Em fevereiro deste ano, Helena foi internada na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital São Luiz, no bairro do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, com uma alteração cardíaca e água no pulmão.

A musa foi hospitalizada diagnosticada com infecção urinária e uma síndrome muscular que causa dificuldade de locomoção, mas os médicos descobriram um problema no coração que mereceu intervenção cirúrgica. Enquanto cuida de sua saúde, cede seu lugar para Mariana Pedro, cria da X-9 Paulistana, mas que já faz parte da agremiação, e foi apresentada como a representante dos ritmistas nesta noite.

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As mexidas para a disputa em 2018

A decepção com o resultado em 2018, provocou indignação, mas também, mexidas internas.

Preparando-se para lutar novamente por uma vaga na elite, além de contratar, a diretoria promoveu as renovações do intérprete Rafael Pínah, de mestre Klemen e de Demis Roberto, na direção geral de harmonia.

Para ser par do mestre-sala Cley Ferreira, foi anunciada Jessica, ao posto de primeira a porta-bandeira.

Além do trio de carnavalescos, deixaram a casa tricolor o intérprete, dirigente e compositor Pê Santana, a porta-bandeira Lenita Magrini. Na comissão de frente, o comando passou para Luiz Romero.

Abrindo o Grupo Especial em 2018, a vermelha, preta e branca amargou a última colocação desta divisão, em desfile prejudicado por um problema no tripé de sua comissão de frente, que lhe rendeu 1,2 pontos de punição.

+ Relembre o desfile da Independente Tricolor

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