Carnaval 2017: a chegada de um novo mestre

Bateria. Foto: Reprodução

O Carnaval revela talentos e muitas surpresas. A criatividade é uma característica que marca o trabalho dos artistas que compõem o segmento.

Sim, todos são estrelas. Desde a definição do enredo até a última colagem da alegoria, não há hierarquia nesse espetáculo. O brilho é dos componentes da escola de samba, sem distinção. E nessa peregrinação conheci um jovem que promete fazer história no mundo do samba.

Ainda criança, com apenas seis anos, o paulistano Vitor Velloso acompanhou a irmã até a cidade maravilhosa. Ambos participaram de um ensaio no município fluminense de São Gonçalo. O primogênito ficou na frente da bateria e comentou que quando crescesse seria um mestre.

As palavras foram profetizadas. Com passagem pelas escolas de samba X-9 Paulistana, Tucuruvi, Rosas de Ouro e Dragões da Real, ritmista e diretor da ala de bateria, o garoto Velloso cresceu. Hoje, aos 35 anos, ele dirige a batucada da Imperador do Ipiranga. A comunidade da Vila Carioca, em Heliópolis, região sul de São Paulo, é um dos pontos mais volumosos da capital, em termos de habitantes, e sua demanda fundou a escola de samba em 1968.

Vitor Velloso. Foto: Acervo pessoal
Vitor Velloso. Foto: Acervo pessoal

A agremiação fez seu primeiro ensaio técnico no último dia 21 de janeiro, após chuva torrencial. No momento em que mestre Vitor soou o apito, o temporal cessou: “São as bençãos trazidas com a força das águas de Oxalá”, comenta a mana.

Crença, misticismo e fé. Em uma sociedade laica como a nossa é interessante observar as conexões. A escola traz em seu pavilhão as quatro cores do Brasil e reedita um enredo de 2004: “Ipiranga, berço esplêndido de um povo heroico”. Diante o cenário atual somente a força e a vontade para mantermos a pátria unida, afinal, esse solo é nosso. E foi desta maneira que observei a chegada do novo mestre de bateria, convicto, otimista e sobretudo, humilde. E isso é só o começo.

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