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Arte e disciplina; as escolas de samba e as crianças, muito além do Estado

Ednei Mariano traz novo texto em sua coluna no portal SRzd.

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Arte e disciplina; as escolas de samba e as crianças, muito além do Estado

Há dias que se fala sobre o projeto de uma determinada vereadora do município de São Paulo, que proíbe crianças e adolescentes nos desfiles de nossas escolas de samba.

Esta senhora da casa de leis da cidade não se atentou que já existe uma legislação que normatiza a presença de crianças nos desfiles, ela também desconhece que uma escola de samba é um veículo social de formação. Todos os segmentos, de cada uma delas, reúnem crianças para perpetuação do samba.

Os pequenos estão presentes nas alas de passista, bateria e nos quadros de casais mirins de mestre-sala, porta-bandeira e porta-estandarte.

Estão nas quadras desde tenra idade. Desconhece ainda que as crianças, naquele momento ímpar do desfile, vivem a apoteose de um projeto, uma festa de formatura, para estes que durante o ano todo frequentam os diferentes cursos dentro das entidades.

Em nossa área de dança, as crianças estão em atividade desde muito cedo. Diversas escolas mantém cursos de formação básica, um caminhar de anos até chegar ao posto principal.

Além disso, é na Amespbeesp e no Cisne do Amanhã, que elas recebem um tratamento especial com monitores especializados, além do acompanhamento de perto pelos pais ou tutores.

E os exemplos são incontáveis. Rodrigo Antônio, hoje primeiro mestre-sala da Império de Casa Verde, nota máxima em 2017, sob a tutela de sua mãe, também porta-bandeira, é um desses casos de sucesso.

Leda Grooters, acompanha sua filha, Lys Grooters, primeira dama da X-9 Paulistana, desde os 7 anos pelos cursos de formação, tanto em Santos, quanto em São Paulo. E ficaria por horas citando inúmeros homens e mulheres forjados desde pequenos no universo do samba, obtendo ensinamentos, contato com as artes e disciplina.

Este equívoco contido na legislação proposta jamais vai acabar com este processo de formação junto de nossas crianças, que encontram nas quadras das escolas e nos cursos de formação um ambiente harmonioso, onde não se paga para aprender e que preenche, por muitas vezes, a função que o estado há décadas se nega a cumprir.

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