Técnica perfeita coloca Águia de Ouro como grande favorita do Acesso 1

Desfile 2018 da Águia de Ouro. Foto: SRzd – Wadson Ferreira

“…Levanta, sacode a poeira, dá a volta por cima…”.

Os versos do poeta Noite Ilustrada, feitos na distante década de sessenta, são reproduzidos constantemente quando se faz necessário fazer exatamente aquilo que a velha canção propõe.

Assim, a Águia de Ouro, sexta agremiação a desfilar pelo Acesso paulistano no sambódromo do Anhembi na madrugada desta segunda-feira (12), passou pela Avenida.

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Com este enredo, a Águia de Ouro chegou para mais uma disputa no Carnaval paulistano.

E uma disputa especial.

Com uma das melhores estruturas dentre as escolas de samba da cidade, a azul e branca sofreu um duro revés em 2017 ao cair para a divisão de Acesso, após oito temporadas consecutivas na elite.

Para dar a volta por cima, a entidade fez sua maior aposta no comprometimento da fiel e disciplinada comunidade.

Chris Rabello, remanescente do time 2017, comandou a comissão de frente da azul e branca.

Após a ótima performance no concurso anterior, foi mantida e apresentou sultões e odaliscas no número de abertura, extremamente bem executado e sem apoio de elemento alegórico.

Nesse cenário de algumas poucas mudanças, a diretoria manteve seu primeiro casal, João Carlos e Ana Reis, uma das duplas consagradas da nossa dança. Deles, sempre se espera a melhor das performances.

João Carlos, aos 14 anos, recebeu as primeiras notas 10 dos jurados, no desfile em Diadema, ao lado de sua mãe, a porta-bandeira Solange Aparecida. Era o início de uma caminhada difícil, mas vitoriosa. Chegou ao Águia com 17 anos, defendendo, logo de cara, o primeiro pavilhão. Ana começou sua história na arte em 1992, está no Águia desde 2012, sempre com ótimas notas. Vêm de três notas 10 e um 9,9.

O talento, elegância e precisão do bailado deles, foi novamente reproduzido nesta noite, com destaque também para o luxuosíssimo figurino em tons de azul, branco e prata.

Depois do amargo resultado em 2017, Amarildo de Mello partiu.

Para o seu lugar, Vinícius Freitas, filho do “mago” Jorge Freitas e que fez sua estreia na função no ano passado assinando o desfile da Independente Tricolor, vice-campeã do Acesso. Ao seu lado o também carioca Sérgio Caputo Gall. O artista iniciou sua trajetória no universo carnavalesco em 1992. Acumula trabalhos pela Beija-Flor de Nilópolis, Nenê de Vila Matilde e na própria Águia de Ouro.

A dupla trouxe alegorias e fantasias de extremo bom gosto, bem acabadas e dentro do tema. Apenas um problema foi identificado, no terceiro carro, com oscilação no sistema de iluminação.

Impossível falar de baterias de escola de samba em São Paulo, sem citar mestre Juca.

Novamente conduzindo a “Batucada da Pompéia”, democrática misturando jovens e mulheres aos mais experientes, com brilhantismo. Luz que ganhou ainda mais projeção, irradiada pela rainha Cinthia Santos, outra bandeira da agremiação.

Diferente do que tem feito nas últimas temporadas, a Águia de Ouro optou por um outro modelo para definir seu samba. Desta vez, junto com o lançamento do enredo e a apresentação dos pilotos dos figurinos.

O samba escolhido, além de ter a missão de conduzir a escola na pista, ainda carregou a responsabilidade de reverter o resultado negativo obtido neste quesito em 2017, segundo a avaliação dos jurados.

Outro reforço nesse módulo, foi o retorno de Serginho do Porto, passando a integrar o time de canto ao lado de Douglinhas Aguiar e Fernandinho SP. Trio que levou a composição de André Luís, Cíntia Camarotto, Digo Sá, Douglas Chocolate, Guga Pacheco e Marcelo Garcia Leal, recheada de trechos motivacionais que impulsionaram o orgulho dos componentes; “… Muito respeito com a minha Águia, sou da Pompeia, deixa quem quiser falar…” e “… Manto azul e branco na avenida, a razão da minha vida…”.

Este módulo musical, revelou o canto intenso dos componentes ao longo de toda a passagem pela Avenida. Travessia feita com extrema tranquilidade. Ao final, por estar adiantada em relação à cronometragem, ainda teve de dar uma desacelerada no andamento para cumprir o tempo mínimo de desfile, encerrado aos gritos de “é campeã”, vindos das arquibancadas.

De olho no relógio!

A Águia de Ouro encerrou seu desfile com 54 minutos

A apuração das notas atribuídas pelos jurados para os nove quesitos avaliados nos desfiles de 2018 serão conhecidas na tarde da próxima terça-feira, dia 13 de fevereiro, com cobertura do portal SRzd.

Foi assim no último concurso

(décimos perdidos pela Águia de Ouro, por quesito, em 2017 – considerando os descartes)

A performance da escola nos últimos cinco Carnavais

Curiosidade

Prêmio SRzd Carnaval SP 2018

Na manhã da próxima terça-feira (13), na página principal da editoria de Carnaval do SRzd em São Paulo, será divulgado o resultado da sétima edição do prêmio. A votação para os internautas estará disponível após o encerramento da apresentação da última escola do Grupo de Acesso 1.

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