A arte da dança dos casais de MSPB: o sonho de ser grande

Sonho. Foto: Ilustrativa

Ednei Mariano traz novo texto em sua coluna no portal SRzd.

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A arte da dança dos casais de MSPB: o sonho de ser grande

Terminou mais uma aula para os aprendizes da arte de mestre-sala e porta-bandeira.

O mestre puxa uma cadeira e vai para um descanso merecido.

Chegam até ele dois alunos, da sala kids de aprendizagem. Um casal.

O mestre vê a dupla se aproximar, eles rompem o protocolo e abraçam e beijam a face do velho mentor. A menina, logo solta uma frase:

“Mestre, gostaria, quando eu for ‘grandona’ assim (faz um gesto para cima) ser igual a porta-bandeira Lyssandra Grooters”.

O mestre, com um olhar de ternura, viu naquele momento a chance de uma rápida aula teórica. Calmamente foi dissertando sobre o desejo da bela criança.

“Boa escolha menina esperta, a Lys é uma pessoa que deve ser seguida, vou te contar um pouco da historia dela. Espero que você seja igual a ela, mas não só na dança, e sim na postura, que é muito importante para ser uma gigante porta-bandeira. Saber chegar nos lugares não só pela bela roupagem, mas pelo comportamento. Tem de estar sempre a disposição para ajudar as amigas de dança, principalmente no aspecto moral. Sabe, exige-se muito de uma porta-bandeira e muitas sucumbem no meio do caminhar. Outras, tropeçam na vaidade. Se ver alguém mal vestida, não faça coro. Sabe que ‘colegas’ de ofício riem da condição financeira da outra? No lugar disso, que tal indicar um local onde se faça uma roupa digna por um custo melhor? A Lys tem isso com ela. Lutou muito para ser o que é hoje; respeitada e digna, independente da entidade que vá defender. Estas conquistas foram fruto de muito sacrifício, filha. Me lembro, quando ela dançava na Águia de Ouro e ainda morava em Santos, o tamanho do seu desafio; sair do trabalho, correr até a rodoviária de Santos, pegar ônibus e atravessar a cidade para ensaiar na quadra da Pompéia. Próximo do Carnaval, fazia isso três vezes por semana. E ela nem era a primeira! Sua luta, teve resultado quando foi chamada para ser a oficial da então jovem Dragões da Real. Lá, foi soberana por muitos anos, com boas notas. Deixou a família e mudou-se para São Paulo. Na metrópole, arrumou novo emprego e se deu bem. Hoje é a primeira dama da X-9. Então, caso queira alcançar o seu sonho, seja tão competente como ela, viu filha”, dissertou o mestre.

Ele passa a mão na cabeça da menina, que abre um largo sorriso em sinal de contentamento. O garoto, então, se adiantou, e falou com os olhos cheios de expectativa:

“Mestre, quanto a mim, eu queria ser igual ao Diego Nascimento, você também conhece a historia do meu ídolo?”.

Sim, lhe conto tudo na próxima semana!

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