São Clemente faz desfile compacto, com plástica simples e capricho no acabamento

Foto: Jeanine Gall

Foi com um desfile compacto, evolução sem problemas e plástica simples, mas bem resolvida, que a São Clemente cantou na Marquês de Sapucaí o enredo “Onisuáquimalipanse”, uma viagem aos reinos da França, para contar a história do Palácio de Versailles, que é ligado diretamente a um momento político bastante delicado vivido por aquele país por volta de 1640, tempo em que Luís XIV, apelidado como “O Rei Sol”, assumiu seu reinado.

 – Ao fim da página, você confere as impressões de comentaristas do SRzd para a São Clemente

Foto: Jeanine Gall

O título, assinado por Rosa Magalhães, é uma expressão oralizada para o termo “Envergonhe-se quem pensar mal disso”. Trata-se de uma ironia em relação à forma como grandes palácios foram construídos com dinheiro público para fins não tão coletivos assim.

Capricho no acabamento é um ponto alto

Logo de cara, o que podemos dizer sobre a plástica da São Clemente é o fino acabamento: capricho é a marca da carnavalesca. Por outro lado, para quem se preocupa com tamanho e grandiosidade, pode ter ficado um pouco frustrado: alegorias pequenas, mas bem resolvidas é a forma mais honesta de descrever o que o SRzd viu com a passagem da agremiação.

O samba-enredo, entoado pelo intérprete Leozinho Nunes, e ainda a bateria dos mestres Calinho e Gil, deram o ritmo para a São Clemente contar a história.

A comissão de frente representou um momento curioso: um dado evento em que Luiz XIV se vestiu de sol e se apresentou no “Ballet da Noite”, espetáculo ocorrido em 1653 no Museu do Louvre. Coreografada por Sérgio Lobato, um tripé representou tal salão: tons dourados, iluminação bonita e performance do elemento humano foram dignos do melhor aplauso.

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Fabrício e Denadir, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, também vieram vestidos de sol, representando a luz deste astro e arrancaram aplausos do público.

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O abre-alas, nomeado como “. A carruagem de Apolo”, trouxe artistas representando o “Rei Sol”: tinha tons em branco e dourado e não era acoplado.

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No segundo setor, a São Clemente começou a contar a parte do enredo em que as festas e os bailes franceses estavam em alta: o próprio Luís XIV se fantasiava e curtia de forma disfarçada a “folia”. Várias alas representaram este momento, em fantasias como  por exemplo “Nobres Foliões” (referindo-se às pessoas da alta sociedade).

A segunda alegoria deu um salto a outro momento: a construção do Palácio de Vaux-Le-Vicomte, obra em que muito dinheiro foi investido e que a arquitetura foi planejada por artistas consagrados e amigos de Nicolas Fouquet, nobre francês que ganhou “status de ministro”: era uma espécie de tesoureiro do rei.

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Nesta alegoria, a carnavalesca Rosa Magalhães foi um dos destaques. Sorrindo e aparentemente satisfeita com seu trabalho, ela acenou para o SRzd Carnaval.

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O terceiro setor marcou o momento de inspiração, por parte do rei, para a construção do Palácio de Versailles: seu ministro, até então seu amigo, perderia sua confiança e passaria ser um rival. É que por “baixo dos panos”, dinheiro tomava outros rumos, sob a batuta de Fouquet.

O carro três abordou outro aspecto ainda do Palácio de Vaux-Le-Vicomte: um enorme e lindo jardim. A cor verde predominou e, junto com a iluminação, foi a mais bela alegoria da São Clemente.

Foto: Jeanine Gall

Tal palácio era tão bonito que, dentro da inspiração da São Clemente, ocupou boa parte do desenvolvimento do desfile. O quarto carro lembrou a beleza dos chafarizes.

Foto: Jeanine Gall

Já no quinto setor, os luxuosos banquetes tais como castiçais, porcelanas, entre outros artigos de primeira, deram o tom. A quinta alegoria trouxe o Vaux-Le-Vicomte em dia de sua inauguração, no ano de 1661. Com direito a festança, convidados ilustre e tudo isso sem o rei saber. Tal momento teria provocado a ira de Luís XIV, que pediu a imediata prisão de Fouquet.

Foto: Jeanine Gall

Sendo assim, foi com a sexta alegoria que a São Clemente encerrou seu desfile: uma grande prisão, seguida por uma ala com a fantasia “171”, denotando uma parte da sinopse do enredo em que Rosa Magalhães brinca afirmando que “Qualquer semelhança entre o enredo da escola e a realidade em que a gente vive, será mera coincidência”. Esta é a Mestra Rosa!

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Foto: Jeanine Gall

Análise – Carro de som e bateria

Análise: Enredo, fantasias e alegorias

Análise: Comissão de frente

Análise do segundo dia de desfiles:

Galeria de fotos:

Fotos: Jeanine Gall

 

 

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