Wilsinho fala sobre preparação da União da Ilha para ensaio técnico e desfile oficial

Wilson, diretor de Carnaval da União da Ilha. Foto: SRzd

A União da Ilha do Governador fará o seu ensaio técnico na Marquês de Sapucaí no próximo domingo (15) e o SRzd Carnaval fez uma entrevista exclusiva com o diretor de Carnaval da escola, Wilsinho, que comentou sobre a preparação da agremiação para o grande treino antes do desfile oficial:

“A gente vem ensaiando na quadra desde outubro. Na rua desde dezembro.  A escola tem um contingente de 3400 pessoas e apenas 350 são de alas comerciais. Para o dia do ensaio a ideia é compactar bastante a escola porque nós só temos apenas um contato com o som, que é o carro de som. O objetivo é não perder a referência deste som, que o canto não atravesse e que não haja desencontros”, explicou.

Severo Luzardo, carnavalesco da União da Ilha. Foto: SRzd/Hellen Manhães
Severo Luzardo, carnavalesco da União da Ilha. Foto: SRzd/Hellen Manhães

Segundo o diretor, o enredo “Nzara Ndembu – Glória ao senhor tempo”, produzido e idealizado pelo carnavalesco Severo Luzardo para 2017, não será de difícil leitura para os julgadores e nem para o público:

“O Severo conseguiu desenvolver o enredo de maneira bem didática. A gente está explorando uma temática pouquíssimo explorada que nunca foi tema de enredo de escola de samba. Ela tem várias relações com a temática Iorubá, o “Ketu”. Quando a gente fala dos inquices no Camdomblé, são os Orixás. Então, na verdade, a gente fala dos inquices tempo, que foi criado pelo Deus maior da cultura Banto, que é Zambi, e esse Deus vem à Terra e durante sua caminhada vai conhecendo os inquices dos quatro elementos (água, ar, fogo e terra), aprendendo e modificando a vida dos homens até voltar ao reino dele, o reino de Angola. Queremos levar cultura para todos e acho que tem tudo para dar certo”, resumiu.

Wilsinho também afirmou não ver dificuldades na fluidez do canto do samba-enredo por parte de componentes das alas comerciais. A obra possui palavras como macurá, dilé, girá, girê, NZUMBARANDÁ:

“Aqui componentes de alas comerciais ensaiam. Teremos o ensaio técnico de domingo e mais duas datas marcadas. As cinco alas comerciais que a gente tem são de pessoas da escola também. É difícil ter um estrangeiro. Esses componentes são pessoas muito fiéis à escola. Sobre a questão dos nomes, não vejo dificuldades. Ano passado tinha o samba do Salgueiro aclamado e cheio de palavras de origem Iorubá. A Beija-Flor traz todo ano. Adoro o samba de 2005 da Beija-Flor”, comentou.

Recentemente, Ney Filardi, presidente da agremiação, anunciou o cancelamento dos ensaios-shows da escola. Segundo o mandatário, a Ilha precisava direcionar o dinheiro para outras prioridades. O diretor Wilsinho falou sobre a questão, diz que a medida foi apenas para conter gastos e revelou os prazos de conclusão das alegorias:

“O cancelamento dos ensaios-shows na Ilha foi ao perceber que tínhamos muitos gastos, que chegavam a R$ 12 ou 13 mil e a gente resolveu focar no Carnaval. O presidente Ney é um cara muito competente na administração financeira da escola. A gente tem três alegorias finalizadas. Termino as duas partes do abre-alas até o dia 20 de janeiro. Acabamos a produção de esculturas e em uma semana termino o trabalho de fibra”, contou.

Após o 11º lugar conquistado no Carnaval de 2016, a tricolor praticamente renovou por completo o seu time de profissionais. Wilsinho chegou para assumir o posto antes dirigido por Márcio André. O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Phelipe Lemos e Dandara Ventapane, o carnavalesco,  Severo Luzardo, e o coreógrafo, Carlinhos de Jesus, foram contratados. Estes se juntam a nomes como o intérprete Ito Melodia e Ciça, mestre de bateria, completando o time da escola. O objetivo da direção é que a partir de 2017 a agremiação tenha objetivos maiores no Grupo Especial, como a volta no Desfile das Campeãs, fato ocorrido pela última vez em 2014 após a conquista do 4º lugar com o enredo “É brinquedo, é brincadeira. A Ilha vai levantar poeira!” e até o título, fato inédito na história insulana:

“A escola investiu e pagou mais por uma equipe mais qualificada. Após a minha chegada, começamos a pinçar alguns nomes. Contratamos para casal um cara super premiado, novo, que começou comigo como segundo mestre-sala da Vila, que é o Phelipe Lemos, parceiro da Dandara, que com três anos é uma grata surpresa. É um casal para empunhar o pavilhão insulano por muitos anos. Contratamos também o Carlinhos de Jesus, já consagrado. Todas as escolas estavam de olho no Severo e a gente o trouxe embalado pelo sucesso do Leandro na Mangueira. É um carnavalesco top, figurinista de mão cheia e vai trazer um Carnaval muito luxuoso para a União da Ilha”, avaliou.

Phelipe Lemos e Dandara Ventapane, casal de mestre-sala e porta-bandeira da União da Ilha. Foto: SRzd
Phelipe Lemos e Dandara Ventapane, casal de mestre-sala e porta-bandeira da União da Ilha. Foto: SRzd

Por último, o diretor comentou o fato da União da Ilha ser a primeira escola a desfilar na segunda-feira de Carnaval. Para ele o que tiver que acontecer, acontecerá em qualquer posição, mas revelou a sua preferência no desfile oficial:

“Eu tenho a preferência em desfilar por último. Eu gosto e tive bons resultados assim, conquistei título assim. Também conquistei título sendo a quinta de domingo em ano com sete escolas. Ser a primeira de segunda é muito melhor que ser a primeira, segunda e terceira de domingo. Acho que segunda-feira realmente é um dia mais quente, mais aguardado. A União da Ilha vem com o Carnaval muito grandioso. A briga da União da Ilha este ano não é para brigar para não cair, com todo respeito a todas as escolas. Nós temos uma equipe muito boa e quesitos muito bem defendidos.  Eu acho que estaremos brigando nas campeãs e se derem mole como deram ano passado para a Mangueira, quem sabe o título!”, finalizou confiante.

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