Torcedor da Mangueira se veste de porta-bandeira em festa de formatura

Guilherme se vestiu de porta-bandeira em festa de formatura. Foto: Arquivo pessoal

Até onde o amor por uma escola de samba pode nos levar? No caso de Guilherme Silva, mais conhecido como Guilherme Mangueira, a paixão pela verde-e-rosa o fez se vestir de porta-bandeira e dançar com o pavilhão da agremiação na festa de formatura. O jovem de 22 anos se graduou em Educação Física pela Universidade Federal de Pernambuco e é apaixonado por Carnaval desde 2002, ano em que sua escola foi campeã com a homenagem ao Nordeste.

Guilherme chegou à festa de terno nas cores da escola e guardou a surpresa para a entrada da meia-noite, uma apresentação especial de cada formando no tapete vermelho. Antes da hora, o jovem se dirigiu a um cômodo e trocou de roupa. Assim que entrou, já de porta-bandeira da Mangueira, o público do salão rompeu em aplausos e gritos.

Quem viria dançar comigo seria a Giovanna […], só que ela não pôde vir.

A ideia da fantasia, porém, foi o ‘plano B’. A princípio, Guilherme dançaria de mestre-sala e teria a ilustre presença de Giovanna Justo como sua porta-bandeira. “Quem viria dançar comigo seria a Giovanna, ex-porta-bandeira da Mangueira que hoje está na São Clemente, só que ela não pôde vir. Eu sabia disso desde o Carnaval, então pensei em entrar como porta-bandeira”, confessou.

O mangueirense revelou a estratégia usada para conseguir se apresentar com mais músicas: como fazia parte da comissão de formatura, pôde aumentar seu tempo de entrada para 2 minutos e 30 segundos, enquanto os colegas ficaram com 1 minuto cada. Guilherme entrou com “O que é, o que é?”, de Gonzaguinha, e bailou ao som de “Brazil com ‘z’ é pra cabra da peste, Brasil com ‘s’ é nação do Nordeste”, samba-enredo da verde-e-rosa de 2002, e “Exaltação à Mangueira”.

“Elas me representam. ‘O que é, o que é?’, de Gonzaguinha, é a síntese da minha vida. A batucada é o samba na minha vida. O samba de 2002 da Mangueira representa minha história de amor pela escola, fora que é um hino aqui no Nordeste. E o exaltação da Mangueira é o amor que eu nutro por essa escola maravilhosa.”

Jovem costurou sua própria fantasia com restos de materiais

A habilidade de Guilherme não ficou só por conta do bailado como porta-bandeira. O mangueirense também preparou sua própria fantasia. Em tempos de crise, o jovem fez como as escolas de samba e recorreu à reciclagem. Guilherme levou cerca de 8 dias para realizar a confecção.

“Peguei tudo do abre-alas da Beija-Flor de 2017, menos as plumas brancas, que peguei em umas fantasias abandonadas na Presidente Vargas ao final deste Carnaval. Como fui guardião de Marquinho e Giovanna na Viradouro, em 2016, e trabalhei na própria Mangueira no mesmo ano, eu vi tudo de perto e soube tirar proveito.”

Guilherme antes da apresentação como porta-bandeira. Foto: Arquivo pessoal

Mangueira parabeniza formando

A apresentação de Guilherme na festa de formatura fez sucesso não só entre os presentes. Desde que publicou fotos e vídeos em rede social, o jovem de porta-bandeira ‘viralizou’ na internet e foi parabenizado até pela própria escola de samba. O torcedor, no entanto, não liga para a ‘fama’ conquistada: “Quando fiz isso, não imaginava que daria toda essa repercussão. Mas realmente não ligo pra isso, não fiz de caso pensado”.

A diretoria da Estação Primeira de Mangueira na pessoa do nosso presidente Chiquinho da Mangueira parabeniza o jovem…

Posted by Estação Primeira de Mangueira on Friday, March 16, 2018

 

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