‘Tira da cabeça o que do bolso não dá’: Tijuca terá ala feita de jornal

Detalhe de uma das alas da Tijuca em 2016. Júlio César Guimarães.

A célebre frase do carnavalesco Fernando Pamplona mais do que nunca se encaixa na situação carnavalesca de 2018. Com tantos desafios pela frente, as escolas se viram em busca de apresentar um digno trabalho na Avenida no início de fevereiro. Na Unidos da Tijuca, não é diferente. Com o problema financeiro, a agremiação usa a criatividade e materiais alternativos para driblar a crise.

Uma das estratégias e apostas da escola do Borel é a criação de uma ala feita inteiramente por jornal. Quem conta melhor é uma das carnavalescas da agremiação, Annik Salmon: “A gente tá buscando alternativas mais baratas, isso a gente já vem fazendo há uns três anos e esse ano mais ainda. Então, desde o início já começamos a usar, em termos de estrutura e forma, materiais muitos baratos. Por exemplo, a gente tá trabalhando com jornal. Tem uma fantasia toda feita de jornal, que eu acho que vai dar um efeito maravilhoso!”.

Apesar disso, Anik acredita que a verba não seja a maior dificuldade, uma vez que eles usam e abusam da criatividade no Carnaval: “Essa parte financeira não prejudica muito, mas a gente, por mais um ano, está se reinventando com muita criatividade. Pouco custo, sem poder gastar muito, mas sem deixar cair a qualidade. É como a gente tá trabalhando”.

Sobre a interdição dos barracões, a carnavalesca afirma que o atraso no trabalho não foi tanto, devido às empresas contratadas pela Tijuca continuarem a produção nos ateliês fora da Cidade do Samba:

“Olha, é uma coisa muito chata. Atrasou o trabalho, mas a gente tá dando nosso jeitinho, como é de costume do Carnaval. Nada vai impedir da gente mostrar toda a proposta que temos. A gente teve sorte que várias empreiteiras de fantasias que fazem o trabalho no barracão tem ateliês fora, então, eles continuaram a produção. Então, isso acabou não atrasando. A mesma coisa em relação a parte de adereços de alegorias.”