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Sossego não sente peso da estreia e faz desfile digno na Sapucaí

Sossego. Foto: SRzd

Antes de passar o microfone para o intérprete oficial da escola, o presidente da Acadêmicos da Sossego, Wallace Palhares, fez um discurso breve, mas contundente, garantindo que a agremiação “veio pra ficar”. E o que, à primeira vista, poderia soar como uma bravata do mandatário se mostrou coerente à medida que os componentes foram entrando na Avenida. A azul e branco de Niterói, estreante na Série A, não se intimidou e abriu o Carnaval carioca com um desfile correto e, até certo ponto, surpreendente.

Impulsionada por um belo samba, a Sossego homenageou a atriz e cantora Zezé Motta, que recentemente completou 50 anos de carreira, com o enredo “Zezé Motta – A Deusa do Ébano”, desenvolvido pelo carnavalesco Marcio Puluker. Momentos antes do início do desfile, que começou pontualmente, às 22 horas, Zezé conversou com a equipe do SRzd.

“Eu estou muito emocionada, não tenho palavras. É uma grande responsabilidade, estou até nervosa. Rezei muito para trazer boa sorte pra escola”, afirmou a atriz, que, apesar do nervosismo, já havia experimentado sensação semelhante, em 1989, quando foi tema da Arrastão de Cascadura.

Comissão de Frente

O primeiro setor, intitulado “Nasce uma Estrela, foi dedicado às primeiras participações de Zezé Motta nos palcos. A comissão de frente foi inspirada na canção Oxum, Orixá que protege a artista. Ovacionada pelo público no setor 1, a comissão, coreografada por Jardel Lemos, teve alguns erros sutis na apresentação para o segundo módulo de julgamento. Segundo o comentarista do SRzd Marcio Moura, houve erro de posicionamento das integrantes e falha na execução dos fogos de artifício, que faziam parte da exibição. “Foi um trabalho coreográfico bem feito, com leques. As maquiagens e as fantasias estavam bonitas, pertinentes, mas algumas pequenas imperfeições podem comprometer”, afirmou.

Harmonia e Evolução

As 18 alas, de uma maneira geral, cantaram bem, com exceção de alguns componentes da ala 12 – Magrelinha -, que só sabiam o refrão principal. A evolução não foi uniforme e pode custar alguns décimos. A escola começou acelerada e teve que reduzir o ritmo na parte final do desfile. A Sossego finalizou o desfile com 53 minutos.

Samba e Bateria

Um dos mais aclamados no período pré-Carnaval, o samba da Sossego cumpriu a expectativa criada. Bem defendido por Leandro Santos, que fez sua estreia na escola, a obra rendeu bem, sobretudo no refrão principal. “É um samba correto, com um refrão muito forte. A segunda parte do samba, especialmente em algumas passagens mais graves, causou alguma dificuldade no canto”, disse o especialista Carlos Fernando, do SRzd,  A bateria do Mestre Átila, de volta ao Carnaval após três anos, também desempenhou bom papel. “Foram boas apresentações nos três módulos. O Átila repetiu o estilo que todos conhecem. Algumas bossas acabaram acelerando um pouco o samba, mas, no geral, foi uma boa apresentação”, disse o Bruno Moraes, comentarista do SRzd.

Alegorias e adereços

A Sossego trouxe quatro carros alegóricos, incluindo um imponente abre-alas, com direito a acoplamento. Se não chegavam a ser de uma beleza impactante, eram bem acabados, inclusive na parte traseira. A última alegoria, porém, deixou um pouco a desejar, pois a grande estrela do desfile, Zezé Motta, estava escondida por conta de uma certa poluição na frente do carro. As fantasias seguiram padrão parecido: simples, mas bem resolvidas.

Mestre-sala e porta-bandeira

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Cherry e Naninha, veio vestido de “Consciência Racial”. Segundo o comentarista Pedro Henrique Leite, a fantasia dela pode custar alguns décimos. “A saia da porta-bandeira estava muito curta, o que acabou tirando um pouco da elegância característica do quesito. O vento forte atrapalhou a expressão facial de ambos, peculiaridade presente na dança deste casal. Não houve, porém, problemas técnicos no primeiro módulo”, declarou.

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