‘Retrospectiva SRzd’: Os dez melhores momentos do Carnaval em 2017
Não só de situações ruins viveu o Carnaval em 2017. Ao dar continuidade a retrospectiva, o SRzd lista os dez melhores momentos da folia. Fatos de dar orgulho a qualquer sambista e que serão levados na memória pelos próximos anos.
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10 – Teve xirê, ogans e alabê
O desfile da Unidos de Padre Miguel em 2017 com o enredo “Ossain – O poder da cura” abre a lista. A apresentação da escola, que ficou marcada pelo acidente da porta-bandeira Jéssica, também não pode deixar de ser lembrada pela forma apoteótica como aconteceu e conquistou as arquibancadas. Antes do acidente, grande parte das pessoas que assistia o desfile afirmava: “a campeã chegou”.
As paradinhas realizadas pela bateria, a segunda alegoria da escola (foto) e o canto da escola foram pontos do desfile que fizeram o público da Marquês de Sapucaí vibrar e cantar junto.
9 – Co-irmãs de samba e bairro
O desfile das campeãs do Carnaval 2017 não foi só de comemoração, mas sim de homenagens. Mocidade Independente e Portela convidaram os casais das co-irmãs de bairro para desfilar junto das escolas. A porta-bandeira da Mocidade dançou com o mestre-sala da Unidos de Padre Miguel – vale lembrar que o ex-mestre-sala da verde e branco foi dispensado após a apuração – e juntos homenagearam Jéssica, acidentada no desfile da UPM.
Já a Portela trouxe o casal do Império Serrano, campeão da Série A, para juntos comemorar os dois títulos de Madureira no Carnaval 2017.
8 – Sambando na cara da sociedade
Se teve um ponto positivo durante o ano de 2017 para o Carnaval foi o retorno dos enredos de crítica política. A Mangueira largou na frente e foi a primeira a dar a cara a tapa ao lançar “Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco”. O tema foi divulgado dias após o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, anunciar a redução de 50% na subvenção destinada ao Carnaval. O enredo, inspirado no acontecimento, busca a ressignificação do Carnaval e mostra que a festa pode ser realizada com ou sem verba.
Já a Beija-Flor guardou a carta na manga para o final. Foi a última a lançar enredo e também apostou na crítica política. “Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu” aborda as mazelas do Brasil e traz uma reflexão a respeito de quem são os verdadeiros monstros da sociedade.
7 – #PortelaForMariana
O mundo inteiro compartilhou a hashtag ‘#PrayForMariana’. A Portela também não ficou de fora e fez seu protesto durante o desfile. Os carnavalescos Paulo Barros e Paulo Menezes emocionaram o público ao trazer uma alegoria que retratava a tragédia da lama na cidade de Minas Gerais.
Se já não bastasse o carro alegórico, a ala que vinha a frente representava o sofrimento do povo da cidade e trazia placas com mensagens do tipo “Crime”, “Tristeza” e “Dor”.
6 – Mesmo proibido olhai por nós!
Em tempos de intolerância religiosa, o tripé da Mangueira deu o que falar e, após um acordo entre a escola e a Arquidiocese do Rio, não pôde retornar no desfile das campeãs. Feliz quem teve a oportunidade de vê-lo no desfile oficial. E quem viu, se arrepiou. Para muitos, a imagem do Carnaval, e que não poderia faltar nessa lista. O tripé trazia de um lado a figura de Jesus Cristo e da outra, Oxalá.
5 – Mas o samba faz essa dor dentro do peito ir embora…
Se teve uma coisa que o samba fez em 2017 foi fazer a dor dentro do peito ir embora. Com tantos problemas num difícil ano para a folia carioca, o alto nível das obras foi um dos destaques positivos e serviu de acalanto aos sambistas.
Beija-Flor e Mocidade se destacaram. ‘Juremê’ e ‘Céu de Sherazade’ foram considerados os melhores sambas durante o Carnaval 2017, segundo crítica e público. E, ao que parece, as agremiações vêm repetindo a dose durante o pré-Carnaval 2018.
4 – Serrinha custou, mas veio
A festa rolou solta em Madureira na quarta-feira de cinzas. Isso porque, além da Portela, o Império Serrano foi campeão da Série A e retornou ao Grupo Especial após nove anos de espera. Para todo amante do samba e do Carnaval, foi bonito ver a Serrinha de volta.
3 – O furacão Ivete Sangalo
Que a baiana é arretada todo mundo sabia, mas que ela ia aprontar isso tudo num Carnaval… foi como um furacão que levantou toda a poeira da Grande Rio e da Avenida. A homenageada, que já se fazia muito presente no pré-Carnaval da escola, não fez corpo mole no desfile. Cantou o alusivo do samba, veio na comissão de frente, correu de volta à concentração, subiu no carro alegórico e encerrou a apresentação da escola.
Sem contar o show que Ivete já havia dado no ensaio técnico. A baiana cantou o samba durante todo o momento em cima de um trio elétrico e botou o público, que lotou as arquibancadas, para dançar e dar um banho de axé.
2 – Põe Aladim para voar
O samba da Mocidade prometia pôr Aladim no agogô, mas a comissão de frente da escola foi além e pôs o personagem para voar a bordo de um tapete em plena Marquês de Sapucaí. O resultado só poderia ser um sucesso estrondoso. Com gritos e aplausos do público presente, o Aladim conquistou a pontuação máxima no quesito, ajudou a escola a ganhar o Carnaval e ficou marcado como um dos melhores momentos da festa.
1 – A campeã voltou! (ou melhor, as campeãs voltaram!)
O grito de campeã da Portela ao fim da apuração na quarta-feira de cinzas foi como um desabafo entalado na garganta do portelense há mais de 30 anos. Não só Madureira, como todo o Brasil aplaudiu e vibrou com o retorno da maior campeã do Carnaval.
Mas o pior (e melhor) estava por vir. A confusão gerada pelo erro da Liesa ao entregar o livro abre-alas para o jurado de enredo Valmir Aleixo acabou tirando e, posteriormente, devolvendo o título de campeã à Mocidade Independente de Padre Miguel. Passado o imbróglio, as duas escolas dividiram o título de 2017.
Independente da opinião de cada pessoa a respeito do resultado, uma coisa há de se concordar: ver as duas grandes escolas retornarem ao lugar mais alto do pódio, após anos de espera, foi o momento mais emocionante do Carnaval em 2017.
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