Deu ruim! Quatorze profissionais desligam-se juntos de escola de samba

NaçãoInsulana

Um fato curioso e no mínimo inusitado ocorreu nesta segunda-feira (27). Quatorze profissionais desligaram-se juntos da Nação Insulana através de uma nota. Dentre eles, estão o vice-presidente, diretores de Carnaval e harmonia, casal de mestre-sala e porta-bandeira, mestre de bateria, diretora jurídica, assessoria de imprensa e outros. Segundo Júnior Nova Geração, até então vice-presidente da escola, o motivo foram ideais adotados por parte da direção: “Para nós, compactuar com determinadas escolhas é trair a essência, o respeito e a confiança que recebemos até aqui dos nossos componentes”, explicou. Leia a nota na íntegra:

“COMUNICADO OFICIAL

Quando criado, o GRES Nação Insulana tinha a proposta de ser uma escola inovadora, com gestão empresarial, captação de recursos através de editais públicos e com parcerias de contrapartidas de marketing com o empresariado local, diretoria participativa mas sem excesso de privilégios e deliberações democráticas em todos os níveis da escola. Assim tentamos conduzir a escola em seu primeiro ano de vida e caminhávamos para a consolidação desse modelo inovador.

Entretanto, divergências de visão de futuro com a presidência e parte da diretoria, nos impossibilitam de continuar neste projeto. Não queremos ser apenas mais uma escola com os mesmos valores, vícios e estigmas. Discordamos veementemente de alguns rumos dados à Nação Insulana no último carnaval por parte da presidência e, em reunião realizada na última sexta-feira, percebemos que não receberemos qualquer abertura ou autonomia para uma revisão destes processos. Para nós, compactuar com determinadas escolhas é trair a essência desta proposta, o respeito e a confiança que recebemos até aqui dos nossos componentes.

Nos despedimos da função, mas não do sentimento. A Nação é um sonho que vivemos e que carregaremos para sempre conosco. Ali fizemos amigos, vivemos momentos inesquecíveis e chegamos à resultados que jamais imaginaríamos alcançar através de muito esforço coletivo. E essa história jamais será apagada.

Lamentamos deixar a agremiação em um momento delicado, entretanto sem respeito não há diálogo possível. Ao longo de dois anos, fomos duramente criticados pelos que seguem, de fazermos parte de um grupo que apoia cegamente uma única pessoa, quando tentávamos apenas não trair a essência das razões que nos levaram a criar mais uma escola de samba na Ilha do Governador. A discordância de idéias sempre foi um valor neste grupo e nunca nos sujeitamos a simplesmente obedecer ordens sem questiona-las, seja lá de quem for. Agora sim, pela primeira vez, esta decisão é coletiva e indiscutível, um protesto de amor pelo pavilhão que ajudamos a criar mas que, por razões jurídicas, não podemos brigar por ele.

Seguiremos amantes, torcedores e componentes da Nação Insulana, e desejamos à nova diretoria toda a sorte do mundo.

“Respeite quem soube chegar, a escola guerreira!”
Salve a Nação Insulana!

Júnior Nova Geração – Vice-presidente
Damy Bastos, Priscila Pereira e Jusie Lázaro – Direção de Carnaval
Leandro Mumu – Mestre de Bateria
Jota Carlos – Diretor de Harmonia
Leandro Pereira e Carla Campello – Diretores das alas reunidas
Carolina Accioli e João Vitor Silva – Primeiro Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira
Vera Costa – Diretora da Ala das Baianas
John Bahiense – Diretor de Comunicação
Cristiane Theodoro (Bherna) – Diretora Jurídica
Vivian Cister – Rainha de Bateria”

O primeiro desfile da Nação Insulana foi em 2016 quando já foi campeã do Grupo E. Em 2017, ao desfilar pelo Grupo D, a escola acabou rebaixada e retornou ao grupo de origem.

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