Presidente da União da Ilha ameaça não desfilar caso ocorra redução de verba

Ney Filardi. Foto: Divulgação

Ney Filardi. Foto: Divulgação

Em reunião realizada neste sábado (10), na quadra da União da Ilha do Governador, com a presença de todos os segmentos da escola, o presidente Ney Filardi levou ao conhecimento de todos a posição do prefeito Marcelo Crivella, em reduzir a subvenção de R$ 2 milhões para 1 milhão, para as agremiações do Grupo Especial.

Ney enfatizou que as entidades ligadas ao Carnaval estão sofrendo grandes perdas financeiras.

“O governo federal em nada contribui para o carnaval e a Petrobras cortou a verba (R$ 1 milhão), que dava para cada escola do Grupo Especial. O governo estadual também não ajuda. A vendagem de ingressos já não é mais a mesma. Arquibancadas e frisas não sofrem um reajuste há mais de cinco anos. O repasse da Rede Globo se dá através de vendagens de cotas (valores variados). E os impostos, taxas e salários não param de aumentar, bem como, a compra de materiais (cola, madeira, isopor…), afirmou.

“Vale frisar, que as escolas de samba mantém seus barracões e suas quadras abertas o ano todo. Isso gera despesa! E agora, com a notícia do prefeito do corte de verba oriundo da da prefeitura, impossibilita das escolas irem para avenida de maneira digna. A União da Ilha, por exemplo, mantém cursos e oficinas para passistas, ritmistas, mestre-salas e porta-bandeiras o ano inteiro. Como sustentar todas essas atividades com menos dinheiro?, indagou Ney.

O comandante da União da Ilha passou para os segmentos de sua agremiação que, em caso de redução desses 50%, ou seja, menos 1 milhão, a agremiação não irá desfilar no próximo ano.

“Se esse corte realmente acontecer, peço desculpas antecipadamente, mas a União da Ilha não desfilará no carnaval de 2018”, alertou Ney, prometendo fazer de tudo para que os desfiles das escolas de samba não sofram outras baixas.
“E as escolas mirins? Terão seus sonhos interrompidos? E a cultura? Deixará de ser amplamente cultura brasileira? Não será mais propagada, divulgada, para o mundo inteiro?”, indagou.

O presidente reconhece o momento de crise que o país vive. Por outro lado, não entende e não concorda com a posição da prefeitura.

“Se o prefeito me dissesse: presidente, não vou dar dinheiro para a União da Ilha, porque preciso construir e reformar escolas e hospitais, além de garantir o pagamento salarial dos servidores do município. Aí sim, eu entenderia! Mas o carnaval do Rio de Janeiro proporciona ganhos financeiros ao comércio, aos taxistas, as companhias aéreas, as agencias de.turismo, bares, vendedores, ambulantes credenciados, restaurantes, rede hoteleira, cervejarias e diversos outros beneficiários. Isto sem contar, com a alegria do povo. São 7 dias de folia, onde o rico se mistura com o pobre e vice-versa. Isto sem contar, que o  ‘período de momo’ gera uma entrada nos cofres do município de R$ 3 bilhões.E a prefeitura investe 60 milhões de reais. Matemática é uma ciência exata e isso gera um ganho real da prefeitura de 2 bilhões e 940 milhões Não são palavras minhas!. Esses dados foram recentemente veiculados na mídia e subscrita pela Riotur. Isto sem falar, que o nosso espetáculo é transmitido para mais de 200 países, dando assim, muita visibilidade ao município do RJ, relatou.

“Diante do que foi explanado, a pergunta que fica: se o carnaval deixa um lucro bastante significativo e expressivo, porque a redução da verba? Esse assunto já foi conversado na Liesa e acredito que todas as escolas tenham a mesma posição”, finalizou Ney com um pedido:

“Prefeito, não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar”.

Vale lembrar que o SRzd revelou, em apuração junto a Riotur e prefeitura, que haverá mudança na relação entre escolas de samba e verba pública. Clique aqui para ler a reportagem.

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