Parceria de Ricardo Goés faz da São Clemente o retrato fiel e vence a disputa

Torcida da parceria de Ricardo Goés, campeã da disputa. Foto: Eliane Pinheiro.

Já era madrugada de domingo (17) quando o intérprete oficial Leozinho Nunes começou a cantar, para o êxtase do público presente na quadra, o samba-enredo que representará a São Clemente no Carnaval 2018. Após uma noite de gala, a agremiação escolheu a obra da parceria de Ricardo Góes, Flavinho Segal, Naldo, Serginho Machado, Fabiano Paiva, Igor Marinho e Gustavo Clarão para contar o enredo “Academicamente Popular” do estreante carnavalesco Jorge Silveira. Ricardo Goés, compositor que encabeça a parceria, não conseguiu conter a emoção, mesmo já tendo sido campeão inúmeras vezes na escola:

“Estou muito emocionado! É samba pra disputar título! Nosso samba é fácil, tem uma melodia gostosa de cantar. Fizemos algo diferenciado, pra ser um dos cinco melhores do ano. Os dois refrões vão pegar e mexer com o público. É a parte do samba que a parceria mais gosta”, comentou.

Ouça o samba vencedor.

A noite da final

A quadra da São Clemente, localizada na Cidade Nova, foi aberta ao público a partir das 20h. A noite se iniciou com uma apresentação da escola comandada pelo intérprete Leozinho Nunes e pela Fiel Bateria dos mestres Gil e Caliquinho. Baianas, passistas e casais de mestre-sala e porta-bandeira dançaram ao som de sambas marcantes e recentes da agremiação. Destaque para o novo primeiro casal da escola, Fabricio Pires e Amanda Poblete, que esbanjou simpatia e arrancou aplausos do público.

Amanda Poblete, nova porta-bandeira da São Clemente. Foto: Eliane Pinheiro.

Por volta da meia-noite, se iniciaram as apresentações dos sambas finalistas. A obra de Ricardo Goés e cia levou a maior torcida e pareceu, logo no início da passagem, ser o preferido da comunidade e da escola. O segundo samba a se apresentar, parceria de Nelson Amatuzzi e cia, trouxe Zé Paulo Sierra no microfone principal. O cantor deu um show com direito a figurino de pintor. O samba de Cesar Ricardo e cia encerrou a disputa. Um dos destaques foi Grazzi Brasil, que vem conquistando cada vez mais seu espaço no Carnaval carioca.

Após o anúncio do resultado, a quadra da São Clemente explodiu de alegria e a festa continuou até as 4h da manhã.

Zé Paulo, intérprete da parceria de Nelson Amatuzzi, entreteve o público vestido de pintor. Foto: Eliane Pinheiro.

Novo carnavalesco feliz na São Clemente

Jorge Silveira fará sua estreia como carnavalesco do Grupo Especial do Rio de Janeiro, mas é uma figura já muito conhecida na folia. Vice-campeão com a Viradouro e a Dragões da Real neste ano e se dedicando exclusivamente à São Clemente para o ano que vem, o carnavalesco afirmou estar muito feliz na escola e satisfeito com os finalistas:

“Os três sambas que chegaram à final passaram por um processo de avaliação. Antes da disputa, eu reuni os compositores e ‘dei uma aula’ para eles do que eu ia apresentar na Avenida. Então, qualquer um dos três está apto a representar a São Clemente em 2018”.

Além disso, Jorge revelou uma das grandes novidades da agremiação para próximo Carnaval e comentou sobre o andamento do trabalho no barracão:

“Em São Paulo, eu trabalhava numa comissão, eu era o responsável pela criação artística e uma equipe executava. Aqui no Rio, eu participo de todas as etapas. Encho o saco do decorador, encho o saco do marceneiro (risos). A São Clemente, hoje, tem todo o seu projeto artístico pronto. Tenho dois carros já na madeira e 16 alas em fase de reprodução. Ela vai de vento em popa, apesar do prefeito”, afirmou.

Novo carnavalesco da São Clemente, Jorge Silveira. Foto: Eliane Pinheiro.

Alunos da EBA pintam na quadra

Uma das atrações que mais chamou a atenção do público foi o grupo de alunos pintores da Escola de Belas Artes. Enquanto o samba rolava, eles pintavam quadros que retratavam a São Clemente e o Carnaval. A aluna Maria Paganelli, pela primeira vez numa quadra de escola de escola de samba, falou sobre o que ela acha ser imprescindível no desfile da São Clemente em homenagem a EBA:

“Eu acho que tem que ter muita pintura, muita escultura, mas outros tipos de arte também. Algumas pessoas associam a EBA somente à pintura, mas existem diversos outros cursos. Todas as faces da escola devem ser retratadas”, comentou.

Maria Paganelli da EBA pintando na final da São Clemente. Foto: João Carlos Martins.

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