“Orgulho sem fim”! Casal emociona e Império Serrano se credencia ao título

Casal do Império. Foto: Jeanine Gall

O tradicional Império Serrano foi a quarta escola a desfilar no Sambódromo carioca pelo segundo e último dia de desfiles da Série A no Carnaval 2017. O “Reizinho de 47” lavou a alma. Apresentou-se de forma impecável nos quesitos plásticos (alegorias e adereços e fantasias). O casal de mestre-sala e porta-bandeira brihou, encantou e emocionou a Sapucaí. Diversos outros quesitos desempenharam ótimo resultado no desfile imperiano: samba-enredo, enredo e bateria. Com o tema “Meu quintal é maior do que o mundo”, do jovem carnavalesco Marcus Ferreira, a verde e branco de Madureira credenciou-se na luta pelo título de campeã do grupo de acesso.

Império Serrano. Foto: Jeanine Gall

 

Comissão de Frente

O coreógrafo Júnior Scapin, estreante no Império, fez reviver a poesia de Bernardo, um matuto pantaneiro, homem do chão, do mundo e dos mundos de sua imaginação. A escola utilizou um elemento alegórico “Ypê – Árvore Sagrada”. A coreografia foi intensa, enérgica e forte. Em determinado momento uma janela abria com a foto de Manoel e Barros. Em cima do tronco, um pantaneiro estendia a bandeira do Império Serrano.

Império Serrano. Foto: Jeanine Gall

 

Casal de mestre-sala e porta-bandeira

O elegante, jovem e talentoso casal de mestre-sala e porta-bandeira do Império Serrano, Feliciano Júnior e Raphaela Caboclo, que gabaritaram o quesito em 2015, ostentaram o pavilhão alviverde com sincronia, sintonia, técnica apurada e expressões que emocionaram o público. Manoel Dionísio, comentarista do quesito, avaliou como perfeita a apresentação da dupla.

Império Serrano. Foto: Jeanine Gall

 

Harmonia e Evolução

A harmonia é o quesito que podem tirar o título do Império Serrano. A escola não cantou o samba-enredo como é característico da comunidade da Serrinha. Exceção do último setor, que apresentou-se de forna impecável. Já em evolução, o Império percorreu de forma contínua, compacta, organizada e seu desfile fluiu com naturalidade, sem grandes pausas ou grandes correrias.

Império Serrano. Foto: Jeanine Gall

Samba-enredo

A composição de Lucas Donato, Tico do Gato, Andinho Samara, Victor Rangel, Jefferson Oliveira, Ronaldo Nunes, André do Posto 7, Vagner Silva, Vinicius Ferreira, Rafael Gigante e Totonho e defendida pelo intérprete Marquinhos Art’Samba emocionou as arquibancadas. Destaque para a melodia e para a letra da segunda parte da obra.

Império Serrano. Foto: Jeanine Gall

 

Bateria

“Você já sabe quem sou pelo toque do agogô”, assim como diz na letra do samba, a realidade se fez cumprir o que antes era apenas especulação. No setor 1 já era muito aplaudida a bateria de mestre Gilmar que desempenhou bom papel em todos os módulos de jurados:

“A bateria vem ano a ano corrigindo erros passados com bossas bem encaixadas e bem executadas”, analisou Cláudio Francioni, comentarista do SRzd.

Império Serrano. Foto: Jeanine Gall

 

Alegorias e adereços, fantasias e enredo

Manoel de Barros é o mais aclamado poeta brasileiro da contemporaneidade nos meios literários. Enquanto ainda escrevia, Carlos Drummond de Andrade recusou o epíteto de maior poeta vivo do Brasil em favor de Manoel de Barros. Sua obra mais conhecida é o “Livro sobre Nada” de 1996. Para desenvolver o enredo, o carnavalesco Marcus Ferreira subdividiu a temática em 4 momentos. O primeiro, “fazedor de amanhecer”, contou com a comissão de frente, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, duas alas e o abre-alas, denominado “Meu quintal é a minha aldeia!”. No segundo setor, “o guardador de águas”, apresentou-se com 8 alas e o carro “Caracol é uma casa que anda”. Na terceira esfera do enredo, “Mundo natural do pantaneiro”, a escola apresentou-se com uma ala, o 2º casal (Matheus Machado e Maura Luiz), mais duas alas, passistas, uma ala, a bateria e mais 3 alas. O carro foi intitulado de “Passarinhos construíam casas na aba do seu chapéu de palha”. No último setor, “Um pantaneiro a lutar”, passaram em ordem 3 alas, o terceiro casal (Roberto e Flora Cruz), mais 5 alas e a última alegoria (“O pantaneiro encontra o seu ser”).

O carnavalesco Marcus Ferreira cumpriu à risca seu propósito na temática apresentada. As alegorias e fantasias foram confeccionadas com muito bom gosto e requinte.

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