Império Serrano é campeão da Série A e lacra Madureira

Império Serrano. Foto: Jeanine Gall

Império Serrano. Foto: Jeanine Gall

O Império Serrano é uma das mais queridas e respeitadas agremiações do Carnaval brasileiro. O imperiano ama tanto a sua escola que sua devoção é inalterada ganhando ou perdendo. Só que o ano de 2017  para a escola será enaltecido como o do campeonato suado, disputado, tenso, difícil, mas que agora é história. Império campeão reconduz a escola para o Grupo Especial do ano que vem.

Assista a alegria dos imperianos na hora do anúncio da vitória:

Império Serrano – 269,8

Unidos do Viradouro – 269,3

Estácio de Sá – 269,1

Unidos de Padre Miguel – 268,9

Porto da Pedra – 268,2

Acadêmicos da Rocinha – 266,6

Império da Tijuca – 266,3

Acadêmicos do Cubango – 265,6

Inocentes de Belford Roxo – 265,2

Renascer de Jacarepaguá – 265,1

Acadêmicos do Sossego – 264,5

Acadêmicos de Santa Cruz – 264,2

Alegria da Zona Sul – 263,3

União do Parque Curicica – 260,6

O tradicional Império Serrano foi a quarta escola a desfilar no Sambódromo carioca pelo segundo e último dia de desfiles da Série A no Carnaval 2017. O “Reizinho de 47” lavou a alma. Apresentou-se de forma impecável nos quesitos plásticos (alegorias e adereços e fantasias). O casal de mestre-sala e porta-bandeira brilhou, encantou e emocionou a Sapucaí. Diversos outros quesitos desempenharam ótimo resultado no desfile imperiano: samba-enredo, enredo e bateria. Com o tema “Meu quintal é maior do que o mundo”, do jovem carnavalesco Marcus Ferreira, a verde e branco de Madureira credenciou-se na luta pelo título de campeã do grupo de acesso.

Império Serrano. Foto: Jeanine Gall

 

Comissão de Frente

O coreógrafo Júnior Scapin, estreante no Império, fez reviver a poesia de Bernardo, um matuto pantaneiro, homem do chão, do mundo e dos mundos de sua imaginação. A escola utilizou um elemento alegórico “Ypê – Árvore Sagrada”. A coreografia foi intensa, enérgica e forte. Em determinado momento uma janela abria com a foto de Manoel de Barros. Em cima do tronco, um pantaneiro estendia a bandeira do Império Serrano.

Império Serrano. Foto: Jeanine Gall

 

Casal de mestre-sala e porta-bandeira

O elegante, jovem e talentoso casal de mestre-sala e porta-bandeira do Império Serrano, Feliciano Júnior e Raphaela Caboclo, que gabaritaram o quesito em 2015, ostentaram o pavilhão alviverde com sincronia, sintonia, técnica apurada e expressões que emocionaram o público. Manoel Dionísio, comentarista do quesito, avaliou como perfeita a apresentação da dupla.

Império Serrano. Foto: Jeanine Gall

 

Harmonia e Evolução

A harmonia é o quesito que pode tirar o título do Império Serrano. A escola não cantou o samba-enredo como é característico da comunidade da Serrinha. Exceção do último setor, que apresentou-se de forna impecável. Já em evolução, o Império percorreu de forma contínua, compacta, organizada e seu desfile fluiu com naturalidade, sem grandes pausas ou grandes correrias.

Império Serrano. Foto: Jeanine Gall

Samba-enredo

A composição de Lucas Donato, Tico do Gato, Andinho Samara, Victor Rangel, Jefferson Oliveira, Ronaldo Nunes, André do Posto 7, Vagner Silva, Vinicius Ferreira, Rafael Gigante e Totonho e defendida pelo intérprete Marquinhos Art’Samba emocionou as arquibancadas. Destaque para a melodia e para a letra da segunda parte da obra.

Império Serrano. Foto: Jeanine Gall

 

Bateria

“Você já sabe quem sou pelo toque do agogô”. Assim como diz na letra do samba, a realidade fez cumprir o que antes era apenas especulação. No setor 1 já era muito aplaudida a bateria de mestre Gilmar que desempenhou bom papel em todos os módulos de jurados:

“A bateria vem ano a ano corrigindo erros passados com bossas bem encaixadas e bem executadas”, analisou Cláudio Francioni, comentarista do SRzd.

Império Serrano. Foto: Jeanine Gall

 

Alegorias e adereços, fantasias e enredo

Manoel de Barros é o mais aclamado poeta brasileiro da contemporaneidade nos meios literários. Enquanto ainda escrevia, Carlos Drummond de Andrade recusou o epíteto de maior poeta vivo do Brasil em favor de Manoel de Barros. Sua obra mais conhecida é o “Livro sobre Nada” de 1996. Para desenvolver o enredo, o carnavalesco Marcus Ferreira subdividiu a temática em quatro momentos. O primeiro, “fazedor de amanhecer”, contou com a comissão de frente, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, duas alas e o abre-alas, denominado “Meu quintal é a minha aldeia!”. No segundo setor, “o guardador de águas”, apresentou-se com oito alas e o carro “Caracol é uma casa que anda”. Na terceira esfera do enredo, “Mundo natural do pantaneiro”, a escola apresentou-se com uma ala, o 2º casal (Matheus Machado e Maura Luiz), mais duas alas, passistas, uma ala, a bateria e mais três alas. O carro foi intitulado de “Passarinhos construíam casas na aba do seu chapéu de palha”. No último setor, “Um pantaneiro a lutar”, passaram em ordem três alas, o terceiro casal (Roberto e Flora Cruz), mais cinco alas e a última alegoria (“O pantaneiro encontra o seu ser”).

O carnavalesco Marcus Ferreira cumpriu à risca seu propósito na temática apresentada. As alegorias e fantasias foram confeccionadas com muito bom gosto e requinte.

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