Festa de protótipos divide opiniões entre integrantes de Ilha e Imperatriz

Ala de baianas da Imperatriz em 2015. Foto: Reprodução de internet.

Antes realizada por grande parte das escolas, a tradicional festa de protótipos é algo cada vez mais raro no pré-carnaval, principalmente devido às escolas optarem por privilegiar o sigilo do trabalho e manter a ‘surpresa’ pra avenida. No último final de semana, a União da Ilha e a Imperatriz Leopoldinense mantiveram a tradição e fizeram suas festas no sábado (21) e domingo (22) respectivamente. Entretanto, a festa divide opiniões até mesmo entre os integrantes das duas agremiações.

Na Imperatriz, a festa é uma tradição. É realizada todo ano após a final de samba-enredo. Segundo Wagner Araújo, diretor de Carnaval da verde e branco, a repercussão da apresentação das fantasias de Cahê Rodrigues que homenageiam o Museu Nacional foi muito boa. Ele rechaçou a ideia de que alguém possa copiar e exaltou o interesse da comunidade em ver o trabalho.

– Se não estiverem mentindo pra mim, a repercussão foi muito boa. A comunidade gostou, ficou interessada. A essa altura do campeonato, ninguém vai copiar nada de ninguém. Eu acho que é um investimento bom em termos de componente, do pessoal que frequenta a escola. Eu gosto, acho legal.

Já na Ilha, apesar da tradição, o carnavalesco Severo Luzardo, autor das fantasias que ilustram o enredo “Brasil bom de boca”, não gosta da ideia da festa. Diferentemente do diretor de Imperatriz, Severo não curte a exposição do trabalho meses antes do Carnaval, mas entende a escola e acha que pode servir de gás para a comunidade.

– Bom, na União da Ilha isso é uma tradição. Eu, por exemplo, não gosto de festa de protótipos. É um momento que a gente acaba se expondo pra todo mundo. Por mais que você diga ‘não filme, não fotografe’, todo mundo faz isso e bota nos sites e redes sociais. É uma loucura! Eu, particularmente, não gosto, mas super entendo a União da Ilha. Aqui é uma comunidade que você tem um feedback muito rápido. Essa comunidade é muito unida, são famílias que se conhecem, que convivem socialmente durante o ano na quadra. Elas tem a necessidade de ver como vem o Carnaval da Ilha. Elas querem se ver. Isso é um lado muito bom. Hoje, eu posso dizer que nós temos uma comunidade vibrante e que está assim porque esteve naquela festa maravilhosa.

A Ilha e a Imperatriz apresentarão suas fantasias na avenida na segunda-feira de Carnaval. A agremiação insulana será a terceira a desfilar e a verde branco, a quinta.

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