Diretor de Carnaval deixa Império Serrano após decisão de enredo e samba

Hélio Oliveira, ex-diretor de Carnaval do Império Serrano. Foto: Reprodução

A opção que o Império Serrano fez para o Carnaval 2019 dividiu opiniões no mundo da folia. A agremiação desfilará com o clássico da MPB “O que é, o que é?”, de Gonzaguinha, que também serve de título de enredo. Um dos que desaprovaram a ideia foi o diretor de Carnaval Hélio Oliveira. Em carta aberta aos imperianos, Hélio anunciou sua saída de verde-e-branco e questionou a decisão da escola.

Leia a carta do ex-diretor de Carnaval:

Depois do anúncio dos rumos do carnaval do Império Serrano, tive uma noite de reflexão e anúncio a todos os meus amigos e torcedores do nossa escola, que eu não faço mais parte da diretoria do Império Serrano. Foram 4 anos de dedicação, trabalho intenso e desapego financeiro. Sempre fui leal a essa diretoria que eu ajudei a eleger.

Para mim “Os fins não justificam os meios” ou seja, o medo de cair não pode justificar tamanha violação aos preceitos da nossa escola.

Fomos fundados em 1947, após o presidente do Prazer da Serrinha impor um samba por gosto pessoal. Uma ala que conta com estrelas do tamanho de Molequinho, Fuleiro, Beto Sem Braço, Mano Décio, Silas de Oliveira, Jorginho do Império, Jorge Lucas, Roberto Ribeiro, Maurição, Aluísio Machado, Wilson das Neves, Arlindo Cruz, Ivone Lara e tantos outros, não deve ser subjugada a esse ponto.

Que processo é esse que se passa na nossa escola? Será que perdemos a condição de fazer um samba que contagie o nosso povo?

E se der certo… ano que vem pegamos um samba do Chico Buarque ou do Caetano?

As pessoas têm que entender que o que faz o Império Serrano ter uma legião de torcedores é a sua história e seu legado. Sua resistência e seu viés democrático. Uma escola de samba sem samba nao é mais uma escola, e sim um aluno, um aprendiz.

Seguirei torcendo e lutando, só que agora no meu cargo de conselheiro eleito da escola.

“Um filho do verde esperança não foge a luta, pouca coisa não vai nos jogar no chão”.

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