‘Coroa da majestade’ gira mesmo sem luz e parceria de Jorge Arthur vence na Imperatriz

Final de samba sob apagão na quadra da Imperatriz. Foto: João Carlos Martins.

“A luz dourada” foi difícil de se manter acesa na noite desta segunda (16) na quadra da Imperatriz Leopoldinense, em mais uma final marcada por apagão, dessa vez, quatro ao longo da noite. A festa que a todo momento era interrompida por falha de iluminação consagrou o samba 3 da parceria entre os compositores Jorge Arthur, Maninho do Ponto, Julinho Maestro, Marcio Pessi e Piu das Casinhas. Apesar dos acontecimentos que geraram atraso no horário previsto para o fim da disputa, a quadra ainda permanecia com um bom público quando o samba campeão foi anunciado por Wagner Araújo, diretor de Carnaval.

Wagner já havia pedido desculpas no palco pelos problemas de iluminação e em conversa com o SRzd afirmou ter sido a queda de uma fase da Light responsável pela falta de luz na quadra. O carnavalesco da escola, Cahê Rodrigues, explicou de modo mais detalhado o problema e sua causa:

Apesar disso, a falta de luz não foi empecilho para “girar a coroa da majestade”. Com ou sem iluminação, Jorge Arthur era só felicidade ao ser consagrado, mais uma vez, campeão da disputa de samba da Imperatriz para o Carnaval 2018: “É um samba alegre, valente, melodioso. Tem dois refrões maravilhosos! Um refrão do meio de muita pegada e um refrão final que sintetiza todo o enredo. Acho os refrões a melhor parte do samba pra mim”, comentou.

O compositor também ressaltou o trabalho de pesquisa da parceria durante a composição: “Foi um samba que nós pesquisamos muito. Se você for notar a nossa letra, tem coisas que só tem nele. Por exemplo, a cantora de Amon só nós citamos. Não está na sinopse, mas faz parte do trabalho de pesquisa. Eu, particularmente, adoro enredos históricos e já ganhei dois sambas aqui com enredo assim”.

Ouça o samba campeão.

Comemoração da parceria campeã ao lado de Elymar Santos. Foto: Eliane Pinheiro.

FINAL MARCADA PELO VAI E VEM DA LUZ

Não foi somente a final do Acadêmicos do Salgueiro na última quarta (11) que ficou marcada por falta de luz. A quadra da Imperatriz Leopoldinense também sofreu do mesmo problema, porém, não foi preciso transferir a disputa devido à iluminação ter voltado a tempo. Antes disso, a noite começou com um show de pagode acompanhado pelo esquenta da bateria Swing da Leopoldina de Mestre Lolo. Durante a apresentação dos sambas marcantes da Imperatriz, houve a falha de luz.

Integrantes tentam consertar o problema. Foto: João Carlos Martins.

A festa ficou no escuro por cerca de 1h, enquanto tentavam resolver o problema no gerador. Foram feitas tentativas tanto dentro, quanto fora da quadra. A luz foi restabelecida, mas não demorou muito para voltar a cair e, assim, sucessivamente por quatro ocasiões. Numa delas, Flávia Lyra estava sendo coroada nova rainha de bateria por Cris Vianna e ficou sambando na escuridão, junto de outras musas e passistas.

Nova rainha, Flávia Lyra, samba no escuro ao lado da musa Ketula Mello. Foto: Eliane Pinheiro.

Com o problema resolvido por definitivo, começaram as apresentações dos sambas finalistas. A parceria de Jorge Arthur foi a primeira a subir no palco e teve Tinga, sempre muito animado, no microfone principal. Segundo samba a se apresentar, parceria de Moisés Santiago levou integrantes que faziam coreografias especiais na sua torcida. Ao fechar a disputa, o samba da parceria de Elymar Santos trouxe o maior contingente da noite e investiu pesado em efeitos especiais.

Antes do anúncio, houve a apresentação da escola de samba de São Paulo Tom Maior, que homenageará a Imperatriz no Carnaval 2018. Por fim, o samba de Jorge Arthur foi declarado campeão e levou o público ao delírio. Arthur Franco e a bateria Swing da Leopoldina comandaram uma grande festa ao som da samba oficial da escola para o Carnaval 2018 e encerrou a noite em grande estilo.

INTEGRANTES DA ESCOLA FALAM SOBRE OS APAGÕES

Cahê Rodrigues (carnavalesco): “Nunca é bacana, né? A festa estava tão bonita no início e de repente acontece algo assim, acaba quebrando um pouco o clima. Mas, acontece. A escola trouxe uma iluminação nova, um gerador e, infelizmente, aconteceu isso”.

Raphaela Thedoro (porta-bandeira): “Ao mesmo tempo que tira um pouco do brilho, também dá mais vontade e garra pra escola, porque é uma festa que a gente espera o ano inteiro, né? É o pontapé inicial. Mas, infelizmente, esses pequenos erros acontecem”.

Ketula Mello (musa): “No início deu aquela emoção, aquele friozinho, mas com o tempo, as pessoas acabam ficando cansadas, né?”.

DE RAINHA PARA RAINHA

Foi em meio a um dos apagões que Flávia Lyra, nova rainha de bateria da Imperatriz, foi coroada por Cris Vianna, ex-rainha da escola que deixou o posto por compromissos profissionais. Cris, em conversa com o SRzd, afirmou ter gostado da escolha da nova rainha e desejou um ótimo reinado para a substituta. Flávia, por sua vez, não conseguia esconder a felicidade em estrear a frente dos ritmistas no Carnaval 2018: “Eu não consigo descrever a emoção que será quando eu pisar na avenida como rainha de Bateria, porque se quando eu desfilava em cima dos carros eu já ficava emocionada, imagina agora?”, comentou a nova rainha.

Flávia Lyra é coroada rainha de bateria por Cris Vianna. Foto: Eliane Pinheiro.

Além disso, Flávia Lyra aproveitou para contar como se deu o convite do presidente da Imperatriz, Luizinho Drummond, para que ela assumisse o posto:


ARTHUR FRANCO RECHAÇA POLÊMICA POR DEFENDER SAMBA DE ELYMAR SANTOS

Intérprete da Imperatriz desde o último Carnaval, Arthur Franco defendeu um dos sambas concorrentes e finalistas durante a disputa da agremiação. Perguntado sobre o caso, o cantor ressaltou o aval do presidente e a qualidade da safra, ao afirmar que sua presença no samba da parceria de Elymar Santos em nada influenciaria o concurso: “Não influencia em nada, até porque eu não sou o cantor de frente do Elymar. Nós tivemos o cuidado, Elymar me levou ao presidente e ele autorizou. Mas somente componho o palco para ele, não faço grito de guerra, nem nada”, comentou.

O intérprete também afirmou estar mais preparado para seu segundo ano a frente do carro de som: “Ah, com certeza! Na primeira vez, é tudo diferente. Agora já estamos com algo mais estruturado, então, acredito que será mais tranquilo”.

CASAL EM BUSCA DA NOTA QUE FALTOU

O casal de mestre-sala e porta-bandeira da Imperatriz, Thiaguinho e Raphaela, conseguiu a nota máxima (30) no Carnaval 2017, quando estrearam pela escola. Porém, segundo Raphaela, o trabalho não para por aí. O objetivo da dupla é conquistar a nota 10 faltante para que consigam os 40 pontos no próximo Carnaval e acredita na cumplicidade dos dois para terem êxito: “Olha, eu sou muito feliz com o Thiago desde o primeiro dia! Eu costumo dizer que foi um encontro à primeira vista. De qualquer forma, todo ano temos um novo desafio. Nós fomos nota máxima, mas queremos aquele 10 que ficou faltando para os 40 pontos”, afirmou a porta-bandeira.

Casal da Imperatriz dança com o casal da Tom Maior. Foto: Eliane Pinheiro.

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