Compositores comentam decisão do Império Serrano sobre samba-enredo

Império Serrano. Foto: Henrique Matos

O Império Serrano definiu que seu enredo para o Carnaval 2019 será “O que é, o que é?”, música composta por Gonzaguinha, e o samba-enredo será a própria canção. O assunto gerou polêmica, com críticas de internautas nas redes sociais e também de compositores, que veem a ação da escola com risco para a ala. Houve também quem aprovasse a decisão da agremiação.

O SRzd ouviu compositores, tanto do Império Serrano quanto de outras escolas. Veja abaixo as opiniões:

Henrique Hoffmann, compositor do Império Serrano:

“No começo, achei meio estranho, fiquei assustado. Depois, conversando e entendendo direito o que o carnavalesco quer fazer, achei uma boa ideia. Temos que fazer algo diferente, somos a bola da vez. Então temos que ousar. Gostei muito! [‘O que é, o que é?] é um samba-enredo. É uma pérola. Estão tentando colocar uma cadência melhor para o desfile e está ficando bom. Acho que vai ser um desfile bom, muito bom mesmo. O carnavalesco vai fazer a sinopse ao contrário. Vai fazer em cima da letra e vai ficar bem legal. O Gonzaguinha é atual sempre. O Brasil é que não muda. Se passaram 36 anos e a música está bem atual”.

Wanderley Monteiro, compositor da Portela e colunista do SRzd:

“Como compositor, é sempre ruim quando uma escola decide não fazer disputa de samba-enredo. Não é a primeira vez. A Viradouro fez isso para homenagear Luiz Carlos da Vila. Mas o compositor não tem força na escola. Poucos têm moral. E isso enfraquece mais ainda a ala. Mas a escola tem o direito de decidir”.

Compositor do Grupo Especial que preferiu não se identificar:

“É péssimo. O gênero [samba-enredo] está sendo machucado. Ele é tocado de dois a três meses, quando é tocado. E uma escola que ficou no Grupo Especial de uma forma ruim fazer isso… A música [do Gonzaguinha] é um clássico, maravilhosa, mas com tanto compositor bom de samba-enredo, podiam fazer uma obra legal”.

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