Carnavalesco da Manguinhos divulga seu enredo em escola de samba mirim

Carnavalesco da Unidos de Manguinhos também assina o desfile da Petizes da Penha. Foto: Divulgação

O carnavalesco da Unidos de Manguinhos, Diângelo Fernandes, que também assina o Carnaval do G.R.C.E.S.M. Petizes da Penha, divulgou seu enredo para a folia de 2019. “A Divina Comédia Nordestina… Não sei, só sei que foi assim!” é o tema que será desenvolvido por Diângelo na escola mirim da Zona Norte do Rio de Janeiro.

Este será o quarto trabalho que o carnavalesco realizará na Petizes da Penha. Diângelo já desenvolveu enredos em diversas escolas na Intendente Magalhães, como Engenho da Rainha e Flor da Mina do Andaraí.

“O trabalho em si é o mesmo nas escolas convencionais e nas mirins. A responsabilidade acaba sendo maior com as crianças, pois mínimos detalhes que deixem de ser feitos, a criança sente muito mais que o adulto. Aquilo é muito importante para eles. Falar do nordeste será uma experiência maravilhosa com essas crianças” contou Diângelo Fernandes.

Diângelo, que também desenvolverá o enredo ‘Carnevale’ com a Unidos de Manguinhos, desfilará Petizes da Penha na terça-feira de Carnaval na Marquês de Sapucaí em 2019.

Leia a justificativa do tema:

Logotipo do enredo da Petizes. Foto: Divulgação

O Auto da Compadecida, É uma história de liberdade criativa do nosso enredo “A Divina Comédia Nordestina… Não sei, só sei que foi assim!” e torna possível reviver a obra deste grande escritor e romancista, Ariano Suassuna, sua obra é tão forte que se confunde com a do próprio Nordeste Brasileiro, sua identificação com essa região do país, suas sensibilidades pela vida, suas autenticidades e liberdades diante de tudo e de todos.

O Auto da Compadecida, Trata-se de um drama-comédia e traços do barroco católico brasileiro, ocorrido no Nordeste Brasileiro, com elementos de sua tradição local da literatura de cordel. Na escrita, apresenta traços de linguagem oral, demonstrando na fala do personagem sua classe social. Há também regionalismos, pelo fato de a história se passar no nordeste, região em que o autor nasceu. O Brasil descobria assim um novo tipo de teatro, calçado na tradição popular e que projetou Suassuna para todo o país e foi considerada a obra de “o texto mais popular do moderno teatro brasileiro”. A obra foi adaptada para o cinema, Tv e teatro.

Nosso enredo como o “Auto”, será apresentado em três atos. O desfile gira em torno das aventuras de João Grilo, um tipo pitoresco que protagoniza os acontecimentos de forma absolutamente imaginosa, e seu companheiro Chicó, (ator da fala “Não sei, só sei que foi assim!”). Ambos se envolvem no caso do cachorro da mulher do padeiro, comprometendo um número considerável de personagens que, em meio às confusões armadas pelas mentiras de João Grilo, vão se enredando numa trama que culmina com o julgamento de algumas delas diante de Jesus, da Virgem Maria e do Diabo, permeando a carga religiosa, especificamente o catolicismo, por meio do binômio “bem e mal”, e a forte cultura religiosa do nordestino, que se apega a Deus e teme as influências do mal.

No entanto, o “Auto” propõe um exame dos valores sociais e da moral estabelecida. Em outras palavras, pretendemos refletir sobre a fragilidade e a suscetibilidade de nossas convicções de ordem moral por meio das quais problematiza as fraquezas humanas. Não se pode ignorar a linha marcante do humor que percorre toda a estrutura da obra, caricaturizando não apenas as personagens, mas também as circunstâncias em que elas se envolvem.

E neste superespetáculo das Escolas de Samba, que a PETIZES DA PENHA, através de suas fantasias, reviverá e homenageará o tão já consagrado Ariano Suassuna e sua obra “Auto da Compadecida” e todo o povo nordestino.

Assim convidamos a todos para que traga sua alegria… Pois nessa noite de Carnaval, nossas crianças vem cantar… e uma só voz ecoará: “NÃO SEI, SÓ SEI QUE FOI ASSIM!!!!!”.

Diângelo Fernandes
Carnavalesco

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