Beija-Flor inova, canta Iracema e pode entrar na briga pelo título
Já era dia quando a Beija-Flor começou a desfilar. Ainda assim, as arquibancadas estavam bem cheias. E os poucos que deixaram a Sapucaí antes do fim podem ter perdido a chance de ver a campeã do Carnaval. Com um chão forte e bem nos quesitos plásticos, a agremiação de Nilópolis se credencia ao título. O enredo, desenvolvido pela comissão responsável, contou a história de Iracema, “A Virgem dos Lábios de Mel “, celebrado romance de José de Alencar. Em vez das tradicionais alas, a escola optou por dividir os setores em várias cenas, brindando o público com uma passagem com ares teatrais. Um incidente com o abre-alas, que foi forçado a dar ré em frente ao último módulo de julgamento, no entanto, pode custar décimos preciosos.
Comissão de Frente
O romance cantado e decantado durante todo o desfile teve seu primeiro ato já na Comissão de Frente. Escondida entre índios, Iracema surge diante de Martim, surpreendendo também o público. A apresentação, bastante teatralizada, foi coreografada por Marcelo Misailidis. Veja abaixo a explicação detalhada de Márcio Moura, comentarista do SRzd.
Enredo e quesitos plásticos
Como contar a história de Iracema sem falar dos índios? Impossível. No entanto, houve excesso de alas com figurinos parecidos, abordando a temática. Na verdade, a comissão de Carnaval, encabeçada por Laíla, arriscou ao levar para a Avenida cenas teatrais, com componentes simulando rituais indígenas, com direito a gritos de guerra. Somente no último setor, a escola ampliou o leque, lançando mão de fantasias mais coloridas.
Os carros eram suntuosos e bem acabados. O mesmo vale para as fantasias, embora possa ter ficado a impressão de que algumas se repetiam com alguns intervalos de alas.
Veja abaixo as considerações de Luiz Fernando Reis.
Mestre-sala e porta-bandeira
Claudinho e Selminha Sorriso dispensam apresentação. O entrosamento adquirido em mais de 20 anos de parceria elevou o casal ao status de ícone do segmento. Uma vez mais, bailaram com elegância, logo atrás da comissão de frente. Devem gabaritar novamente o quesito.
Samba, bateria e carro de som
Considerado um dos melhores do grupo desde as primeiras audições, o samba-enredo da Beija-Flor confirmou a expectativa. “É um samba que vai ficar”, afirmou Carlos Fernando Cunha, colunista do SRzd. Neguinho da Beija-Flor, com faz de maneiras costumeira, conduziu o hino de forma brilhante. A bateria, comandada por Plínio e Rodney, também teve apresentação de gala. “Conseguiram repetir a excelente performance do ano passado. Foi uma exibição de excelência”, elogiou Bruno Moraes, especialista.
Veja abaixo a análise dos quesitos musicais.
Harmonia e evolução
Não é novidade que a comunidade de Nilópolis dá conta do recado quando o assunto é canto. E quando o samba é bom, a tarefa fica ainda mais fácil. Mesmo nas alas coreografadas, que exigem um esforço físico maior do componente, o grito da “aldeia Beija-For” ecoou forte.
A evolução, outro ponto habitualmente forte da Deusa da Passarela, foi quase perfeita. No último módulo de julgamento, porém, um erro pode causar a perda de décimos decisivos. Por um erro de manobra, o carro abre-alas teve que dar ré na pista. Os julgadores de alegoria e evolução registraram o incidente com fotos.
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