Rio Belo anuncia enredo para o Carnaval Virtual 2017

A Império do Rio Belo, mesmo tendo trazido um belíssimo desfile ao Carnaval Virtual 2016, bateu na trave e não conseguiu sua vaga no Grupo Especial 2017. Porém a escola promete corrigir suas falhas e chegar lá neste próximo ano. Para concretizar tal desafio, a Rio Belo já anuncia seu enredo, que traz uma homenagem ao tradicional Império Serrano. Conheça aqui a sinopse da agremiação, de autoria de Marcos Felipe.

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CARNAVAL VIRTUAL – TODOS JUNTOS NESTA FOLIA!

 

SINOPSE – IMPÉRIO DO RIO BELO – CARNAVAL VIRTUAL 2017

(texto de responsabilidade da agremiação)

 

Logo do enredo 2017 - Império do Rio Belo
Logo do enredo 2017 – Império do Rio Belo

Justificativa

A palavra “aquarela” dentro de um sentido literário tem vários significados. Ela remete à diversidade de cores e formas, mas também de culturas sabores e paisagens de um país. “Aquarela” é diversidade, que se encontra em uma agremiação que une fé com tradição e valores que honram a glória dos seus ancestrais. E em 2017, o Império do Rio Belo irá aquarelar em seu desfile a diversidade de uma escola que se orgulha de ser de todos.

 

Sinopse

Lá pelos idos de 1940, o Rio de Janeiro passava por profundas transformações. Morros abriam espaço pela mata. Pretos, pobres, nordestinos, todos se amontoavam no subúrbio que só crescia. Erguiam-se casinhas de pau a pique tão simples quanto as famílias que ali chegavam. Era o pequeno quilombo carioca! O glorioso jongo, som do atabaque que traz a guerreira expressão da cor, desatava o ponto e enfeitiçava a todos que ali passavam. Deixe levar pela ancestralidade de um povo que carrega dentro de si uma realeza africana Bantu do Congo e Angola. Herança que enraizou em cada alvorecer a felicidade e sua humildade.

“Serra dos anos dourados da nossa história

Desperta e vem cantar feliz

O jongo e o samba de raiz

No enredo desse carnaval”

Os blocos faziam a festa no asfalto. Guerras de confete e serpentina embalavam os foliões que podiam ali se divertir. Mas não eram todos que podiam. Mano Décio e Silas de Oliveira, homens que trajados de linho e panamá, levaram a musicalidade da cidade às batidas do subúrbio. O samba era a sua bandeira, mesmo que proibida. E o samba resiste! Abraçado ao jongo sobe o morro, abre espaço num tímido quintal e participa da roda. Então, sob as bênçãos da cigana guerreira, uma mistura de rituais sacro-profanos riscava o chão e sacramentava o nascimento que consagrou toda uma brasilidade. Inspirado na corte Tijucana, a esperança se une à paz e dá o toque final.

“Sua voz ecoa pelo ar
Ao som de lindas marchinhas
Seu nome atravessou fronteiras
Um buquê de poesias”

De maneira impressionante, sempre encantava a todos desenhando uma Aquarela brasileira por onde passava. Quem era? Se for malandro, é? Eu não sei. Por entre medalhas e brasões, arrasta uma multidão pelas andanças por este grande país. Quem vem lá? No balanço do seu coração, a musa da brasilidade: Carmem Miranda, que cantava os passos de seus Heróis da Liberdade. Era o pedido de democracia que resplandecia no alvorecer, mostrando que um filho teu não foge à luta. Pedindo à benção Vinícius, ao lado de grandes nomes como Castro Alves, Jorge Amado e Ariano Suassuna. Era o João das Ruas do Rio.

“Vou levar meu samba por aí

Passando pelas ruas

Feliz da vida” 

Nada consegue parar a força que nos move. Rompendo barreiras do mar com o canto das sereias sigo rumo ao horizonte, ao céu dos orixás. Pela ponte orum-ayê, vejo esta força esta que emana das grandes mães de santo que tomam conta do terreiro. A fé é a luz que te guia além dos limites das religiões, faça chuva ou faça sol. A fé que move um imperiano não se abala. Segue por todos os pequenos caminhos construindo seu próprio Império do divino, clamando por esperança e paz. E sempre olhando para cima, olhando a lua prateada onde São Jorge ponta de lança derrama toda coragem e proteção para seus filhos.

“Imperiano de fé não cansa

Confia na lança do Santo Guerreiro

E faz a festa porque Deus é brasileiro”

E agora, todas as atenções se voltam para uma rua, uma passarela, um altar. Todos se reúnem ao centro, onde as grandes jóias da coroa estão sendo cortejadas. Lá vem Dona Ivone girando e sorrindo com as mães baianas, Arlindo e toda a ala musical pedindo que quem gostou faça barulho. Nobres músicos em uma Sinfônica regida pelo agogô rei. Um Bumbum Paticumbum Prugurundum que por ali passava pedindo que o luxo não escondesse a raiz, que o dinheiro não maquiasse a essência, que o artista importado não ofuscasse a prata da casa. Tamanha foi comoção, caiu nos braços de sua gente. Quem diria que de um quintal de prazeres da Serrinha, nosso eterno menino de 47 receberia hoje sua coroa, mostrando que seu quintal é maior que o mundo, é enredo do meu samba. E ao chegar o novo dia, tomados pela emoção de pertencer a este Império, entoamos ao mundo nossa prece final:

“Olhai teus filhos, ó pai. Zela por sua alegria, sua musicalidade, sua negritude. Que possamos contornar todas as adversidades, que o resplandecer de nossa coroa dourada nunca se afaste do olhar do sambista apaixonado. Que, aos versos, nosso canto possa ecoar até que o último caboclinho dance, até o último tilintar do agogô, o último baluarte cruzar a avenida. Erga, São Jorge, suas armas defendendo toda a história de um povo.”

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