Resenha: ‘Pra tudo começar na quinta-feira – O enredo dos enredos’

O livro “Pra tudo começar na quinta-feira”, de Fábio Fabato e Luiz Antonio Simas, será lançado neste sábado. Rachel Valença, blogueira do SRZD-Carnaval, escreveu uma resenha sobre a obra divertida. Leia:

Neste ano de 2015 o pré-carnaval está sendo marcado por muitos lançamentos de livros sobre o assunto. Ainda bem, pois, dada a importância da festa na cultura brasileira, a bibliografia ainda pode se considerar escassa. A oferta é grande, mas o livro de Fábio Fabato e Luiz Antonio Simas, “Pra tudo começar na quinta-feira – o enredo dos enredos” já pode se considerar uma obrigatoriedade na estante dos que se interessam pelo carnaval das escolas de samba, para quem participa dos desfiles ou simplesmente os acompanha, com olhar de profissional ou de diletante.

Sua leitura é essencial, em primeiro lugar, porque seus autores conhecem bem o assunto e estão fundamentados em uma pesquisa sólida, baseada em livros, jornais e depoimentos. O enredo, um quesito tão decisivo para o sucesso do desfile, sofreu modificações brutais ao longo dos anos, mas nunca houve uma sistematização dessas tendências. Os carnavalescos, antes apresentados ora como heróis da arrancada das escolas de samba rumo ao sucesso, ora como vilões de sua profissionalização, são, na verdade, quase desconhecidos. Muito bom saber um pouco mais sobre eles.

Além disso, um segundo motivo para ler este livro: seus autores não se limitam a encher a cabeça do leitor com dados, mas os interpretam e têm sobre eles uma reflexão organizada e muito bem fundamentada, que transforma a obra numa verdadeira história das escolas de samba pelo viés dos enredos, ou, mais ainda, na própria história do carnaval, que se desenvolve paralela à história do Brasil e a ela se mistura.

O terceiro e último é na verdade um motivo decisivo: porque o livro é muito divertido. Os autores escrevem com graça e encanto, sem o peso de algumas análises que andam por aí e que transformam o carnaval numa coisa entendiante. Ao ler, a gente dá boas risadas com as histórias dos bastidores dos barracões, das “alfinetadas” dadas e recebidas por nossos ídolos, das briguinhas e picuinhas tão comuns no meio. E a gente se emociona também com belos gestos, para os quais não acreditávamos haver mais lugar numa competição desenfreada como esta em que nossa festa se tornou.

Fatos aparentemente sem importância são trazidos à tona, mas é fácil detectar que o conjunto dessas historietas de caráter pessoal e muitas vezes anedótico é que nos permitirão compor um quadro perfeito e completo do que foi o carnaval do Rio de Janeiro na virada do século XX para o XXI. Ao registrá-los e interpretá-los, os autores prestam um extraordinário serviço à memória do carnaval, nos enchem de prazer e nos fazem refletir.

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