Quem decidirá se Mocidade deve ser campeã: a Liesa ou os presidentes das escolas?

Jorge Castanheira. Foto: SRzd

Esta não será uma semana fácil para os dirigentes do samba carioca. A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) convocou para quarta-feira uma reunião extraordinária com os presidentes das agremiações da entidade. Até onde se sabe a pauta principal será a decisão se a Mocidade Independente de Padre Miguel irá dividir ou não o título de campeã de 2017 com a Portela.

A reunião comandada pelo presidente da Liesa, Jorge Castanheira, não se resumirá apenas a dizer se Mocidade e Portela dividirão o título, e, sim, quem foram os responsáveis pelo erro que constrangeu os sambistas e o que será feito para ele não se repetir no ano que vem. Não será uma reunião onde se conseguirá retirar gema e clara sem quebrar os ovos.

A orientação informal entre os chamados patronos das escolas é evitar desentendimentos que aprofundem divergências. Por este motivo a própria Mocidade não pretende radicalizar. Embora a escola lute pelo título por entender ser  vítima de um erro de um jurado que, segundo a agremiação, custou o campeonato.

Numa consulta informal feita pelo SRzd Carnaval junto a pessoas importantes das 13 escolas do Grupo Especial, inclusive 4 presidentes, constatou-se impasses. Imaginemos que Mocidade vote a favor da divisão do título e Portela, vote contra. Dos 11 restantes surgem as seguintes posições: um presidente se referindo a Liesa: “Eles fazem as besteiras e querem que a gente decida isso. Eles é que devem dizer a posição final”.

Os demais variam entre “nada a declarar”, “não sei ainda o que será apresentado na reunião. Vamos ouvir e depois a gente decide”, “É justo o pleito da Mocidade”, e “é questão de justiça dar o título pra Mocidade. Se fosse minha escola eu ainda reivindicava ser a campeã sozinha”.

Um diretor que não estará na reunião disse ao SRzd Carnaval que ainda não se sabe se será uma tomada de decisão pela Liesa, sozinha. Ou se a entidade transferirá para cada presidente votar. O presidente da Portela, Luis Carlos Magalhães, não quer opinar antes da reunião.

O jurado Valmir Aleixo, apaixonado por Carnaval, desde o fim da festa  se transformou numa pessoa mais fechada, reservada e triste com tudo o que aconteceu.  E ele também prefere não dar declarações.

Sobre sua atitude de descontar um décimo da Mocidade, a agremiação entende que ele usou material inadequado para avaliar o quesito Enredo. Mas não abre mão de também levar o título.

Nunca é demais lembrar que no desempate a Mocidade seria a campeã do Carnaval pelo quesito comissão de frente, já que ela obteve nota máxima: 30 pontos.

 

 

 

 

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