Perfil: Viviane Ramos, de atleta campeã ao sucesso como passista

“Eu era do esporte e migrei para o samba levando minha alma de atleta, competitiva, com respeito ao próximo independente de qualquer coisa”.  O resumo de uma vida feito pela passista da Portela, Viviane Ramos, não poderia ser mais feliz.

Viviane Ramos. Foto: Arquivo Pessoal
Viviane Ramos. Foto: Arquivo Pessoal

Há anos emprestando seu brilho, como muitas outras das suas colegas que levantam as arquibancadas da Marquês de Sapucaí, com a diferença que ela entrou para samba já campeã, só que em outro segmento.

Viviane Ramos. Foto: Leo Cordeiro
Viviane Ramos. Foto: Leo Cordeiro

O SRzd pediu para Viviane contar para nossos leitores como se deu o seu envolvimento com o samba. A resposta veio rápida e bem brejeira:

“Olá, meu nome é Viviane Silveira Ramos, tenho 33 anos e moro na Taquara / Jacarepaguá.  Minha história começa há 19 anos, quando aos 14 anos entrei para a equipe de atletismo do Flamengo.

Fui atleta por 7 anos sendo minha especialidade o Salto Triplo e Salto em Distância. Enquanto estive lá fui Campeã Carioca por 4 anos consecutivos, Campeã Intercolegial e Campeã dos Jogos Regionais sendo recordista carioca em ambas as provas.

Meu ex-treinador, Avelino José de Souza, era como se fosse um pai para mim, dentro e fora do esporte, com conselhos, dicas e puxões de orelha de vez em quando(risos).  Saí do esporte aos 20 anos de idade.

Já minha trajetória no samba começa no ano de 1998, na escola Renascer de Jacarepaguá, onde fiquei por 14 anos. Nessa agremiação fiz parte da comunidade, composição de carro, ala de passistas e, em 2012, quando a escola esteve no grupo especial, fui convidada a vir como musa .

Nesse ano despertou em mim uma grande vontade de participar do programa Caldeirão do Huck, até cheguei a pensar que a escola iria me escolher…(rs) mas, felizmente eu não fui a escolhida, embora a escola foi muito bem representada. Disse “felizmente” pois eu não estaria preparada na época para tamanha responsabilidade.

Viviane Ramos e o treinador Avelino José de Souza. Foto: Léo Cordeiro
Viviane Ramos e o treinador Avelino José de Souza. Foto: Léo Cordeiro

A partir daí passei a sonhar com o dia em que eu estaria lá defendendo minha escola. No ano de 2013, a convite de Nilce Fran e Valci Pelé, comecei a fazer parte da ala de passistas da Portela e, de lá pra cá tem sido só alegria. Entrei para o time de Mulatas Show, passei a viajar com a agremiação fazendo vários eventos, estou tendo aula de postura e samba no pé com meus diretores e, finalmente neste próximo carnaval de 2017, vou ter o prazer de representar minha escola querida no Programa Caldeirão do Huck, realizando meu sonho”.

Viviane enche a boca para falar o que muitas outras mulheres costumam esconder: “Sou dona de casa e moro com meu filho e minha mãe acamada”.

Quem vê Viviane Ramos com muito samba no pé, rica em passos de dança estilizados, não sabe que sua rotina diária é dua. ” Já acordar, fazer café, trocar a fralda da minha mãe, fazer almoço e dar comida aos dois (meu filho Kauã tem 11 anos), levá-lo ao colégio, arrumar casa, lavar roupa… ufaaaaa…é muita coisa que no final do dia eu não tenho mais pique para academia, afinal a minha rotina já é uma academia né?”

Sem dúvida, Viviane, sua rotina já é uma atividade física. Mas pela alegria de enaltecer a família, a passista da Portela recebe carinho e respeito de seus parentes. Kauã tem muito orgulho da mãe e costuma dizer até que é seu “segurança”.

“Sou muito feliz na Portela. Lá é minha segunda família, nunca vi uma ala de passistas tão unida como a nossa. Em relação a tudo: passistas e diretores”.

Viviane Ramos. Foto: Leo Cordeiro
Viviane Ramos. Foto: Leo Cordeiro

Mas será que Viviane Ramos pensa em voltar a ser atleta? Ela sorri. Pois o seu treinador é que “mudou de lado”: “Reencontrei meu treinador em uma escola de samba neste ano e, por coincidência do destino, hoje ele também é passista, mas da escola Estácio de Sá”.

Precisamos concordar com outra síntese feita pela passista portelense: “O samba une as pessoas e assim como o esporte cria laços eternos”.

 

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