Mordida, Estácio de Sá ensaia na Sapucaí e aposta em Gonzaguinha para voltar ao Grupo Especial

Estácio de Sá. Foto: Jeanine Gall

Estácio de Sá. Foto: Jeanine Gall

“É! O moleque desceu o São Carlos, pegou um sonho e partiu com a Estácio!”. É com este título que a Estácio de Sá homenageará o compositor Gonzaguinha na Marquês de Sapucaí, pela Série A do Rio de Janeiro no Carnaval de 2017. A escola deu na noite deste domingo (22) mais um passo importante na jornada, rumo ao desfile oficial em 24 de fevereiro: teve a oportunidade de levar seus componentes para ensaiar na Passarela do Samba. Desfilantes, cantores e ritmistas formaram um tapete vermelho e branco para contar e cantar a história de um dos símbolos da música brasileira.

Estácio: assista a análises dos quesitos musicais no ensaio técnico

Estácio de Sá. Foto: Jeanine Gall
Estácio de Sá. Foto: Jeanine Gall

O treino começou por volta das 19h40. Na comissão de frente, coreografada por Márcio Moura, 14 integrantes representaram o menino, que desceu o morro para viver seus sonhos. Trata-se do homenageado, cria de São Carlos e reverenciado pela agremiação.

Márcio Moura, coreógrafo.
Márcio Moura, coreógrafo.

Ao SRzd Carnaval, Chico Spinosa, um dos carnavalescos, resumiu este setor: “Vamos abrir o desfile dessa forma, mostrando aquele menino que desceu o São Carlos para trilhar uma jornada na música e emocionar o país”, fez questão de completar.

Estácio de Sá. Foto: Jeanine Gall
Estácio de Sá. Foto: Jeanine Gall

Na defesa do pavilhão, Zé Roberto e Alcione Carvalho mostraram como pretendem tirar notas máximas no quesito mestre-sala e porta-bandeira: ele desfilou por quatro Carnavais na Porto da Pedra e chegou a ser anunciado pela Acadêmicos do Sossego, mas semanas depois, fora anunciado na Estácio. Ela, cria da Flor da Mina do Andaraí, agremiação que desfila na Estrada Intendente Magalhães, é membro da Estácio há 10 anos e teve a surpresa de ter sido elevada ao cargo de porta-bandeira número um. Ambos contaram ao SRzd seus anseios para o “Dia D”:

Estácio de Sá. Foto: Jeanine Gall
Estácio de Sá. Foto: Jeanine Gall

“Nossa afinação foi muito rápida. Zé Roberto trouxe sua experiência e eu uma grande vontade de representar este pavilhão tão importante. Estamos nos preparando para ter o melhor resultado. É um trabalho diário. Representar uma escola que tem nível de Grupo Especial é uma responsabilidade enorme. O coração palpita”, contou a moça. Zé Roberto, por sua vez, revelou o segredo para garantir bom preparo físico:

“A rotina de ensaios é pesada sim. Faço várias atividades físicas para manter o corpo preparado, inclusive musculação e crossfit. Vou seguir com o mesmo estilo de bailado e continuar a ensaiar para conseguir notas máximas no desfile oficial. Moro em Curicica, mas estou quase alugando uma casinha no Centro, para ficar perto da Estácio”, afirmou o mestre-sala.

Estácio de Sá. Foto: Jeanine Gall
Estácio de Sá. Foto: Jeanine Gall

Com 60 pessoas, a ala de baianas também arrancou aplausos do público. A parte musical ficou a cargo do intérprete Thiago Brito e seus companheiros do carro de som. Na bateria, mestre Chuvisco e seus 270 componentes mostraram a bossa da “Medalha de Ouro”. Ao SRzd, o mestre afirmou que tem um compromisso de manter o andamento acima:

Estácio de Sá. Foto: Jeanine Gall
Estácio de Sá. Foto: Jeanine Gall

“É uma característica da escola e não podemos mudar. Vamos para a Avenida marcando 148, 149. Fizemos dois ensaios de rua, visando ensaiar nesta noite e vários ajustes foram feitos para manter a harmonia com o carro de som. Acredito que o samba e a bateria sejam alguns dos pontos altos da escola”, analisou.

Mestre Chuvisco. Foto: SRzd-Rodrigo Trindade

‘O Morro de São Carlos nunca saiu de dentro de mim’

Antes do ensaio começar, o SRzd conversou com a dupla de carnavalescos que desenvolve o desfile de 2017 da Estácio de Sá. Chico Spinosa, que é colunista do portal, destacou a falta de dinheiro, mas contou como a equipe consegue dar andamento às atividades no barracão:

Chico Spinosa e Tarcísio Zanon. Foto: SRzd-Rodrigo Trindade
Chico Spinosa e Tarcísio Zanon. Foto: SRzd-Rodrigo Trindade

“A parte financeira está difícil. Não temos patrocínio, mas estamos reutilizando muitos materiais do desfile do ano passado quando homenageamos São Jorge. A criatividade foi totalmente colocada para fora. O enredo facilita bastante nosso trabalho, mas é interessante relembrar o que Gonzaguinha disse numa entrevista: que o Morro de São Carlos nunca saiu de dentro dele. Estamos homenageando o próprio São Carlos em nome de Gonzaguinha”, comemorou.

Tarcísio Zanon, por sua vez, contou no que se inspira ao tentar vencer a falta de recursos: “Acredito que não existe crise quando há uma equipe disposta a fazer arte. A gente está recortando muitas fantasias do ano passado, muitos tecidos, utilizando material alternativo, que sempre é uma vedete na hora de driblar crise. É hora de fazer bonito, com muita vontade de levar a Estácio de volta ao Grupo Especial”.

Em 2016, a Estácio de Sá desfilou com o enredo “Salve Jorge, o Guerreiro na Fé”. Foi rebaixada mesmo com desfile considerado tecnicamente satisfatório pela crítica carnavalesca. “A cidade do Rio de Janeiro e o Brasil viram o desfile da Estácio e sabem como aconteceu. Fizemos um bom trabalho”, relembrou Spinosa.

Chico Spinosa. Foto: Jeanine Gall
Chico Spinosa. Foto: Jeanine Gall

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