CHAT FOLIA: Mocidade Louca de Pilares vai revelar o que a Bahia tem!

Por Fernando Soares 

Ê Bahia. Preparem os quitutes e os patuás que a Mocidade Louca de Pilares está chegando e misturando berimbau com tamborim, vatapá com feijoada para mostrar o que, afinal, a Bahia tem. A folia de Momo dá passagem para a Serpente azul turquesa e verde esmeralda de Pilares, penúltima escola a desfilar no dia 14 de abril pelo Grupo de Acesso da União das Escolas de Samba de Maquete  (UESM).

SRZD – O enredo “Olhares Sobre a Bahia” promete um desfile diferente. Como a Mocidade Louca de Pilares contará a história?

Thiago – O que vamos propor é uma releitura de um tema que já passou muitas vezes no carnaval, com diferentes encaminhamentos. O nosso eixo central que é, até onde sei pelas pesquisas, inédito. A Mocidade Louca vai retratar a Bahia sob a ótica de quatro personalidades baianas muito famosas, procurando destacar aquilo que essas personalidades mais exploraram, mais divulgaram do estado.

O olhar de Caymmi é o olhar das canções inspiradas no mar, na vida simples dos pescadores e nos mistérios que vivem sob as ondas. O olhar do Jorge Amado é o olhar humano, que retratava em seus personagens literários figuras icônicas do povo baiano. O olhar da Mãe Menininha é o olhar da religiosidade, da fé que se faz festa e vence a discriminação. E o olhar da Tia Ciata é o olhar acalentador e altivo da baiana quituteira, que difundiu pelo Brasil a figura da baiana paramentada e que tem ligação direta com o surgimento das escolas de samba cariocas.

Em 2017 a agremiação bateu na trave para subir para o Especial. O terceiro lugar em 2017 trouxe algum aprendizado para o carnaval deste ano?

Eu não considero que estejamos batendo na trave. Eu vejo nossa trajetória como um processo de ascensão e amadurecimento. O resultado do ano passado foi o melhor da história da escola (que nem é tão longa assim rs). É claro que gostaríamos de ter subido para o especial, mas nossa permanência no grupo A trouxe mais amadurecimento para o nosso projeto. Ascensões meteóricas podem ser sucedidas por quedas também meteóricas. Devagar se vai ao longe.

O carnaval 2017 trouxe sim muitos aprendizados. Acredito que o maior deles tenha sido com relação a planejamento e a importância de cumpri-lo. É preciso planejar até os imprevistos, algo que não fazíamos até então. Hoje a Mocidade Louca é uma escola mais organizada e planejada e creio que isso poderá ser notado na apresentação desse ano.

Em 2017 a escola trouxe alas iluminadas, metal moldado nas fantasias e muito gelo seco… O que podemos esperar para 2018?

Pra esse ano, nós estamos adotando uma linha um pouco mais “tradicional”. Analisando os últimos resultados da UESM, percebemos que as escolas são julgadas por um júri curiosamente tradicional. Introduzir efeitos especiais no desfile é caro, dá bastante trabalho, por vezes não causa o impacto desejado e… Ainda abre margem para ser canetado na hora do julgamento. O jurado parece não levar em consideração o esforço feito para trazer algo novo, diferente, na maquete; a impressão que tenho é que pesa muito mais a pontinha de EVA soltando, os infernais fios de cola quente que ficam presos em alguns elementos ou pequenas falhas de edição de uma gravação amadora.

Por essa razão, decidimos dosar um pouco a ousadia e levar algo mais clássico, explorando um bom acabamento e uma apresentação mais técnica.

A escola fará um desfile para o jurado, é isso?

Não, definitivamente.

Embora o samba homenageado seja da Imperatriz Leopoldinense, escola que ficou consagrada no carnaval carioca por ser tecnicamente perfeita, não é nessa imagem que estamos apostando pro desfile não.

A Mocidade tentará agradar gregos e troianos, se é que isso seja possível. Mas o contato com o público espectador está sempre em primeiro lugar. A diferença é que, dessa vez, vamos tentar conciliar a diversão do público com o julgamento. Apenas isso.

Não tem como fazer um desfile sobre a Bahia que seja frio, tem que ter o tempero, o axé rs.

Qual o tamanho da escola para este carnaval?

Aproximadamente 250 componentes, 16 alas, 4 carros alegóricos e dois casais. Tripé apenas na comissão de frente.

A agremiação conta com um presidente muito ativo no barracão. O Alerson dá muito trabalho pra você?

Sim, o Alerson é mais ativo no barracão do que os presidentes costumam ser. Isso incomoda às vezes, mas com o tempo estamos encontrando nosso ponto de equilíbrio.

Esse ano ele está mais participativo do que nunca, porque a ideia do enredo é dele. Era antiga a vontade dele de fazer um enredo “CEP” e esse ano decidimos que era o momento oportuno.

Mas tem suas vantagens contar com um presidente ativo, isso acaba dando uma injeção de ânimo e motivação para eu fazer sempre o melhor possível.

Vamos para um bate bola…

Eita, vamos lá! Rsrsrs

Este ano, na Mocidade Louca não faltará…

Brilho. Essa já foi uma marca nossa ano passado que decidimos manter. Exploramos diferentes materiais que pudessem gerar um efeito luminoso no desfile. A iluminação das alegorias também contribuirá pra isso.

O público vibrará com…

A passagem da Mocidade Louca do início ao fim. Será muito divertido. Pelo menos a montagem está sendo para mim! Rsrsrs

Eu espero que a apuração…

Seja coerente. Não gostaria de ver absurdos que já temos de aturar na apuração do carnaval real também na maquete. Não pode haver dois pesos e duas medidas. Se duas escolas cometeram a mesma infração com o mesmo nível de gravidade, a nota do quesito não pode ser diferente.

O ponto alto do desfile será…

A abertura. É a parte que mais gosto. Já é pra começar impactando. Pela primeira vez na história da escola, teremos uma abertura nas cores da agremiação.

A palavra que define a Mocidade Louca é…

Alegria. Estamos vivendo um alegre pré-carnaval.

Apesar de estarmos quietinhos, sem muito alarde, está sendo um momento de muita alegria. Espero que essa alegria contagie o público no dia do desfile.

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