Trem-bala brasileiro poderá seguir o modelo japonês

O sonho da implantação do trem-bala no Brasil pode estar próximo de se tornar realidade, pelo menos no que depender da tecnologia japonesa. Representantes da comitiva empresarial e do governo do Japão reuniram-se com empresários e governantes do estado do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (15), no Hotel Caesar Park, em Ipanema. Os japoneses apresentaram um projeto preliminar de implantação do trem de alta velocidade no país.

No ano que marca o centenário da imigração japonesa no Brasil, os japoneses mostraram grande interesse em aumentar o intercâmbio entre as duas nações, fazendo um forte apelo para que o nosso país adote a tecnologia dos Shinkansen, o sistema ferroviário japonês, considerado o mais seguro e o mais ambientalmente correto do mundo.

A rede do Shinkansen foi inaugurada no Japão no ano de 1964, ligando as estações de Tóquio e de Shin-Osaka, constituindo os primeiros trens de alta velocidade do mundo. Com a expansão do sistema, o Japão já conta com 2176 quilômetros de linha para o trem-bala, a maior extensão de malha ferroviária em um único país. Os trens de alta velocidade japoneses atendem a mais de 340 milhões de passageiros ao ano.

A comitiva japonesa contou com representantes de empresas como a Kawasaki, a Toshiba e a Mitsubishi, que explicaram como a tecnologia japonesa foi empregada na construção do trem-bala de Taiwan, gerando enormes benefícios para o desenvolvimento do país.

Projeto no Brasil

O projeto dos Shinkansen no Brasil ligaria as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. A proposta preliminar dos japoneses prevê a construção de uma linha férrea de 500 km ligando as três cidades e seus aeroportos, com trens trafegando na velocidade máxima de 320 km/h, atendendo a cerca de 17 milhões de passageiros por ano. A previsão de tempo gasto no trajeto Rio-São Paulo seria de apenas 80 minutos.

O vice-presidente da Mitsui brasileira, Masao Suzuki, afirmou que embora o projeto ainda não tenha um custo definido, o investimento deve superar os US$ 10 bilhões. No entanto, os valores só serão confirmados depois que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentar os estudos de viabilidade técnica e econômica do projeto.

Suzuki ressaltou, no entanto, que para que a rentabilidade do projeto seja garantida, é necessário que o vencedor da licitação ganhe também a concessão para explorar os arredores da estação: ‘Seria extremamente difícil garantir a viabilidade de empreendimentos só com a receita dos transportes, principalmente nos primeiros anos de operaçãoâ?, afirmou.

Secretário dos Transportes aprova idéia

O secretário dos Transportes, Júlio Lopes, esteve presente no evento representando o governador Sérgio Cabral. Em conversa com jornalistas durante o evento, ele mostrou-se entusiasmado com o projeto: ‘Eu tenho certeza de que se nós instalarmos no Brasil um trem de alta velocidade com as características dos Shinkansen nós vamos mudar o paradigma da logística e do transporte de passageiros no Brasil. Será o antes e o depois da instalação desse meio de transporte, em razão da sua de confiabilidade, em razão da sua segurança e da forma como esse transporte percorreâ?, declarou o secretário.

Júlio Lopes concluiu dizendo que o trem de alta velocidade trará uma enorme mobilidade entre as duas grandes cidades do Brasil e afirmou que o governador fará de tudo para implantar o sistema: ‘O Sérgio Cabral tem sido um grande entusiasta do projeto, nós temos a orientação do governador de tudo fazer para tentar facilitar issoâ?, concluiu.

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