Tiririca usou dinheiro público para viajar a locais de shows de humor

Tiririca. Foto: Câmara dos Deputados

Tiririca. Foto: Câmara dos Deputados

No último dia 6 de dezembro, em discurso feito na tribuna da Câmara, o deputado federal Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, do PR-SP, anunciou o abandono da vida pública.

Após se eleger duas vezes com mais de um milhão de votos em cada uma das eleições, o parlamentar desabafou e disse que deixaria a política “triste para caramba” e “com vergonha” pelo o que acontece no Congresso. Na ocasião, ele descartou participar de futuras eleições e tornou pública sua insatisfação com a política brasileira.

Segundo o jornal “Correio Braziliense”, Tiririca usou dinheiro público para comprar passagens aéreas para ele e seus assessores, com destino a locais em que se apresentaria como humorista.

O recurso para financiar as viagens saiu da cota parlamentar, “destinada a custear os gastos dos deputados exclusivamente vinculados ao exercício da atividade”, conforme consta no site da Câmara. É permitido que o congressista use a verba para pagar passagens relacionadas ao mandato. Mas não para fins pessoais.

Os casos citados são:

* Em 11 de agosto, o deputado pagou R$ 2.746,52 com destino ao aeroporto de Ipatinga, em Minas. Ele se apresentou em Teófilo Otoni, cidade próxima, naquele dia e na própria Ipatinga no dia 12.

* Em 6 de abril, Loianne Lacerda, assessora de Tiririca, e o deputado foram para Ilhéus, na Bahia. Ele se apresentou em Jequié no dia 7, em Ilhéus no dia 8 e em Itabuna no dia 9. Somadas, as passagens dele e da assessora custaram R$ 2.205,58.

* Em 3 de maio, foi emitida passagem no valor de R$ 2.045,38 em nome de Loianne com destino ao aeroporto de Teresina. Tiririca se apresentou em Piripiri, em Picos e na capital piauiense logo depois, nos dias 5, 6 e 7.

Tiririca. Foto: Divulgação
Tiririca. Foto: Divulgação

Um dos deputados mais assíduos da Câmara, mas que só usou o microfone três vezes no plenário, Tiririca só conseguiu aprovar uma de suas propostas em sete anos de mandato: a que inclui artes e atividades circenses na Lei Rouanet.

Até o momento, o deputado e seus assessores mais próximos não se pronunciaram sobre este assunto.

– Tiririca pede emprego a Silvio Santos: ‘Eu não vou ser mais deputado’

Ao usar como um de seus bordões na primeira campanha eleitoral “Pior do que está não fica”, Tiririca vê a maioria dos parlamentares trabalhando para atender interesses próprios, em detrimento do povo e alega não ter o “jogo de cintura” exigido para ser político.

Tiririca. Foto: Reprodução de Internet
Tiririca. Foto: Reprodução de Internet

Recentemente, Tiririca confessou que disputou o primeiro mandato, em 2010, apenas para tentar ganhar visibilidade, mas mudou de ideia quando foi eleito com 1,3 milhão de votos, o que o tornou o deputado mais votado do Brasil. Em 2014 reeleito com 1,016 milhão de votos.

O comediante avalia que há parlamentares bem intencionados, mas que não conseguem trabalhar porque o “sistema” não deixa.

“A partir do exato momento que você entra, ou entra no esquema ou não faz. É uma mão lava a outra. Tu me faz um favor, que eu te faço um favor. Eu não trabalho dessa forma.Fiquei muito decepcionado com muita coisa que vi lá”, desabafou.

Tiririca. Foto: Divulgação
Tiririca. Foto: Divulgação

Vale lembrar que Tiririca votou tanto a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) quanto pela abertura de investigação contra Temer, mesmo com a pressão da direção partidária sobre ele.

Desiludido com a política, Tiririca voltou a fazer shows como palhaço aos finais de semana há cinco meses.

Relembre algumas mensagens das campanhas eleitorais de Tiririca:

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