‘Ser honesto causa espanto’; a história de um acidente de trânsito

Bilhete. Foto: Reprodução

O policial militar Cristiano Borges teve uma surpresa desagradável quando foi pegar o carro que tinha estacionado para ir a um jogo de futebol em Itararé: o veículo estava sem o espelho retrovisor.

Mas a indignação, logo, deu lugar ao alívio. No para-brisa do carro havia um bilhete com o número do telefone de quem tinha causado o estrago.

“Cheguei e vi que tinham arrancado meu retrovisor. Na hora fiquei bravo, até que me avisaram que tinha um bilhete com o número de telefone de quem tinha batido. A atitude me impressionou muito, porque infelizmente a gente não vê mais isso. As pessoas batem e fogem”, conta.

O responsável pelo bilhete foi o cartorário Sandro Moraes, morador da mesma cidade. Ele conta que estava com seu filho de 9 anos quando acabou batendo no veículo estacionado.

“Também estava indo para o jogo. Mas a rua estava lotada de carros, quando um veio para cima de mim, tentei desviar, mas acabei batendo. Na hora peguei um papel emprestado e deixei meu contato, porque não consigo me imaginar fugindo do local sem arcar com a minha responsabilidade”, relata.

Cristiano ligou para Sandro, mas o telefone deu caixa postal. Foi então que o cartorário soube da postagem nas redes sociais e entrou em contato com o policial pela internet.

“Me falaram que estava no Facebook e encontrei a vítima. Trocamos mensagem e fiquei à disposição para fazer os reparos no carro. Falei que iria arrumar. Ainda bem que deu tudo certo”.

O morador afirma que ficou espantado com a repercussão de sua atitude. Para ele, deixar o contato após uma batida devia ser algo normal para todos.

“Infelizmente vivemos em uma inversão de valores. As pessoas se espantam com algo que deveria ser comum. Mas por causa da falta de honestidade, quando alguém é honesto causa espanto. Quis dar o exemplo para o meu filho. Imagina se eu fugisse do local? Eu fiz o que eu gostaria que fizessem comigo”, declara Sandro.

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