Empresa acusa o Santos de fraude; clube promete processo

Santos explica rompimento de contrato com empresa. Foto: Divulgação

Redegol emitiu um comunicado nesta segunda-feira (22) para acusar o Santos de fraude na assembleia geral entre os associados para votar o impeachment do presidente José Carlos Peres, no dia 29 de setembro. O Peixe teria pedido para “queimar arquivos” do histórico de pagamentos na secretaria social.

O alvinegro nega a acusação e promete processar a empresa. A Redegol rompeu o vínculo com o clube santista no dia 16. A Justiça exigiu a retomada dos serviços até o último domingo, sob pena de R$ 60 mil por dia – o que ainda não ocorreu. Veja as notas oficiais sobre o caso:

+ nota da Redegol

“A Redegol, empresa que atuou por mais de um ano e meio como responsável pela instalação, operação de fornecimento de venda antecipada de ingressos e controle de bilheteria do Santos Futebol Clube, além da gestão do Programa Sócio Rei, decidiu pronunciar-se sobre o real motivo de ter retirado o site do programa de sócios santistas do ar. A empresa rescindiu contrato com o clube porque recebeu orientações que configuraram fraude durante o período de votação do impeachment do atual presidente, José Carlos Peres.

Para votar, o associado precisa seguir algumas regras; entre elas, estar adimplente. Alguns sócios inadimplentes, supostamente ligados à oposição da atual presidência, decidiram regularizar suas pendências às vésperas da votação. Ao identificar a quitação de mensalidades de cerca de 100 sócios em um único dia (número apurado até o momento), a Secretaria Social do Santos, por meio do sistema desenvolvido pela Redegol, efetuou o estorno destes pagamentos a fim de manter estes sócios impedidos de votar. Após a realização dos estornos, o Santos, por meio de seu gerente de T.I., solicitou à Redegol que apagasse o histórico da movimentação dos pagamentos e estornos do sistema, de modo que tais operações não pudessem ser identificadas ou rastreadas.

Outra solicitação feita pelo SFC à Redegol, dias antes da votação do impeachment, foi para que o sistema on line de emissão de segunda via de boletos das mensalidades fosse desligado, obrigando aqueles que pretendiam pagar seus débitos a o fazerem somente pessoalmente junto à Secretaria do Clube. O procedimento, além de dificultar a regularização dos débitos, deu ao Santos a possibilidade de selecionar quem poderia ou não pagar as mensalidades (em tese, privilegiando aqueles que votariam contra o impeachment). A Redegol, por meio de seu CAT (Cento de Atendimento ao Torcedor), chegou a receber algumas ligações de torcedores relatando que, mesmo tendo comparecido à secretaria do clube, não conseguiram a segunda via do boleto, porque foram informados pelas atendentes que o sistema estaria “fora do ar”.

“O estorno, com o objetivo de impedir esses sócios de votar, foi uma determinação vinda da superintendência do clube. O assunto se tornou motivo de boletim de ocorrência e causou revolta entre membros da torcida. Além da Redegol receber a ordem de bloquear o sistema dos sócios, dias depois também recebeu da mesma fonte a orientação de apagar do histórico do sistema, os vestígios desse ato ilícito”, informou o Diretor de Tecnologia da Redegol. A solicitação foi feita por e-mail e as provas serão oportunamente apresentadas às autoridades.

O advogado da Redegol, Julio Carvalho Oliveira, afirma que a conduta adotada pelo SFC fere o princípio da boa-fé objetiva, que rege as relações contratuais segundo nossa legislação, uma vez que o sistema é apartidário e não visa favorecer uma gestão em especial, mas sim prestar serviços com ética e excelência aos torcedores associados. Também ressaltou que a atitude colocou a segurança e a idoneidade da Redegol em risco, já que a empresa era responsável pela confiabilidade e a inviolabilidade dos dados que tinha sob sua tutela, o que tornou impossível a continuidade da relação com o Santos e fundamentou a rescisão motivada do contrato por parte da Redegol”.

+ nota de resposta do Santos

“As medidas tomadas foram acauteladoras, com base em evidências de fraude cometidas por pessoas interessadas no êxito do impeachment. Todo assunto relativo a este tema já foi relatado e está em trâmite no procedimento investigatório que circula na Polícia Civil. No mais, se a Redegol considerou como um ilícito, por que supostamente o praticou? Por que não rescindiu de imediato o contrato? Por que queria uma garantia de 12 meses de permanência do contrato de gestão de sócios, via proposta encaminhada ao Santos FC, um dia antes da carta de rescisão?

A manifestação da Redegol é oportunista, desacreditada e com toque de desespero. No mais, por qualquer viés que se enxergue, o pleito no Santos FC está protegido de qualquer suspeita. Nenhum sócio se viu impedido de exercer seu voto.

A Redegol deveria se preocupar em acatar a decisão judicial proferida na quinta-feira (18) em seu desfavor e que determina o imediato restabelecimento dos serviços de gestão de sócios do Clube. Por fim, O Santos FC informa que irá processar a Redegol por danos morais”.

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